Capa do jogo God of War

God of War | 20 anos desde a origem de Kratos

Relembre o início sangrento da trajetória de Kratos

Há um pouco mais de 20 anos, God of War via a luz do dia pela primeira vez. Desde então, a franquia se consolidou como não somente uma das maiores da Sony, mas também como uma das mais populares da histórias dos videogames.

Desde o lançamento do primeiro jogo, a franquia conta atualmente com 6 títulos que contam a história de Kratos como um destruidor de mitologias. Em homenagem a essas duas décadas de história, contaremos como God of War se consolidou no mundo dos games.

O primeiro God of War

É surpreendente pensarmos que uma franquia tão especial para o mundo dos jogos, se trata de um exclusivo da Sony. Não é exagero pensar que Kratos foi um dos responsáveis por construir a percepção de que os jogos exclusivos para Playstation são “melhores” que os de Xbox, seguindo a concepção popular.

E isso é dizer muito, levando em consideração a persona antiga de Kratos. O primeiro jogo da franquia nos apresenta um personagem movido à um sentimento: vingança. A perspectiva em si já é interessante o suficiente, mas God of War, além de tudo, nos propõe viver esse sentimento em um cenário mais que propício.

Aqui, vemos um Espartano que vendeu sua alma ao Deus da Guerra, Ares, para conseguir derrotar seus inimigos. O sacrifício custou caro, quando Kratos, cego pela violência e sangue nas batalhas, foi induzido a queimar uma vila. O que ele não sabia, é que nessa vila estavam sua esposa e filha, que foram mortas em meio as chamas.

Como se o ato cruel não fosse o bastante, Kratos recebeu uma maldição, o obrigando a carregar as cinzas de sua família em seu corpo, dando origem no apelido de O Fantasma de Sparta. Perturbado por uma consciência repleta de ira e culpa, Kratos aceita uma missão dada por Athenas para matar Ares, assim podendo se livrar do seu tormento sem fim.

Kratos é profundo?

Muitos tendem a dizer que a franquia só foi levar o personagem a série a partir lançamento do reboot em 2018, com uma versão mais sóbria do personagem. Porém, é um fato que Kratos sempre foi um personagem complexo. Após os eventos do primeiro jogo, o personagem assumiu o posto de Deus da Guerra no segundo capítulo.

A história mostra um Kratos ainda infeliz, porém ainda mais obcecado por poder quanto antes. Após ser contrariado diversas vezes, Zeus, o Rei do Olimpo, decide cortar o mal pela raiz. Ele engana e executa Kratos, encerrando naquele momento a vida de um homem perdido.

Com o auxilio da Titã Gaia, Kratos foge do mundo dos mortos e aceita um novo propósito. Acabar com a vida de todos do Olimpo, como vingança por tantos anos de sofrimento. Essa é basicamente toda a premissa do segundo e terceiro jogo.

Nessa altura do campeonato, God of War já era uma franquia consolidada. O primeiro título já havia causado um impacto considerável, e o segundo, lançado dois anos depois, confirmou o sucesso. Este, por sua vez, é considerado por muitos como o melhor jogo lançado para Playstation 2, e certamente um dos mais belos visualmente.

É verdade, porém, que a violência era o maior atrativo para os fãs do personagem nesse período. A trilogia principal, junto com alguns spin-offs, glorificava isso. Com uma gameplay totalmente hack n’ slash, God of War apresentava uma história suficientemente cativante e uma jogatina energética.

A estética, portanto, estampa exatamente o que o público gostava nos anos 2000. A história muitas vezes ficou em segundo plano, especialmente nos dois últimos jogos da trilogia original. Entretanto, ainda sim, é possível dizer que os primeiros jogos da franquia envelheceram como um vinho, descendente da melhor safra da Grécia antiga.

A nova Era

Em 2010, com o lançamento do terceiro jogo, eis que a franquia deu seu passo mais importante. Após concluir sua jornada de vingança e dizimar todo o Olimpo, Kratos usa a Lâmina do Olimpo para tirar sua própria vida. O personagem havia então, pela primeira vez, encontrado a paz.

Naquele momento, Kratos havia partido e levado a franquia junto a si, em uma decisão coerente e corajosa por parte dos desenvolvedores. Entretanto, aquele não seria a última vez que Kratos faria uma aparição.

8 anos depois, a Naughty Dog lançou um novo God of War. Agora ambientado na mitologia nórdica, vemos um Kratos que sobreviveu à sua própria tentativa de suicídio graças a seus poderes de Deus. Assim, contendo a vida e o poder que sempre quis, o personagem finalmente amadurece e entende o vazio presente em si.

Além disso, um novo desafio encontra o caminho de Kratos. Décadas depois, Kratos teve um filho novamente, Atreus, o qual ele precisa ensinar o caminho da paz. Por fim, este é provavelmente o auge da franquia.

Tanto God of War (2018) quanto God of War: Ragnarok (2022) apresentaram uma diferença clara em comparação aos jogos antigos. A câmera alta, característica do gênero hack n’ slash, foi substituída por uma câmera acima do ombro do personagem. A decisão foi tomada justamente para mudar a perspectiva da gameplay, posicionando o jogador mais próximo de Kratos.

Além disso, o combate, um dos principais atrativos da franquia, também teve mudanças. A violência permaneceu, porém reduziram a cadência para algo mais próximo de um jogo de ação e aventura. A mudança era necessária, justificando a ressureição da franquia.

O futuro

É fato que Kratos se tornou um ícone da cultura gamer. Portanto, levando em consideração a dimensão da franquia, é improvável que sua história chegue ao fim em um futuro próximo. Enquanto isso, os jogadores se preparam para receber mais um capítulo de uma das principais figuras dos videogames.

O legado de God of War está estabelecido. Durante duas décadas, diversas gerações sentiram então o impacto das batalhas de Kratos. Pelo andar da carruagem, não é loucura dizer que ainda mais gerações poderão acompanhar o ex-espartano e agora pai de família, para sempre o Deus da Guerra, por muito mais tempo.

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