Ayla Gabriela foi anunciada como a nova protagonista do filme Geni e o Zepelim. Após a saída de Thainá Duarte em meio às críticas pela a escalação inicial de uma pessoa cisgênero para o papel de uma personagem historicamente retratada como uma travesti. A atriz trans será a nova Geni e Seu Jorge dá vida ao comandante do Zepelim. As gravações começam na próxima semana, na Amazônia.
Esta será a estreia de Ayla como protagonista em longa-metragem. A atriz já protagonizou o curta “Pássaro Memória” (2023), de Leonardo Martinelli. Dirigiu e atuou no curta “A corpa fala” (2020), e integrou o elenco de “Santo” (2023) e de “Girassóis” (2024). Gabriela é também bailarina, trabalhou e estudou com a coreógrafa Lia Rodrigues. Em 2025, protagonizou com Cibelle Rodricco o curta-metragem “Defesa Pura”, de George Pedrosa, rodado em São Luís (MA).
Com direção e roteiro de Anna Muylaert, e produção por Iafa Britz, Geni e o Zepelim é uma adaptação cinematográfica da clássica canção homônima de Chico Buarque e contará a história da prostituta ribeirinha Geni. Amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local, ela vê sua cidade sendo invadida por tropas lideradas por um tirano, conhecido como Comandante, que chega voando em um imponente zepelim, com um verdadeiro projeto de poder predatório para a região. Ele obriga todos a fugirem rio adentro, onde acabam presos. Porém, quando o Comandante vê Geni, ela percebe que talvez ainda haja uma chance de virar o jogo.
“A proposta ao Chico Buarque foi de fazer uma adaptação cinematográfica da música dando um novo fim a Geni. Afinal, há quase 50 anos jogam pedra nela. Esse novo destino a Geni nos traz grande motivação e sentido.”, conta a produtora Iafa Britz.
O filme utiliza a mesma referência que o cantor usou para compor a música: o conto “Bola de Sebo”, do escritor francês Guy de Maupassant, que narra a história de uma prostituta fugindo da guerra franco-prussiana.
“Ao ler o conto ‘Bola de Sebo’, vi que a letra da música tinha uma guerra embutida em seus versos. Não é usada a palavra guerra mas há um zepelim com dois mil canhões! E na adaptação, resolvi ambientar a história nas disputas por terras que ocorrem de forma indiscriminada na região amazônica”, explica Anna Muylaert. As filmagens ocorrem na cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, durante dois meses.
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