Franklin Richards: Como o bebê do Quarteto Fantástico pode ser o centro do futuro do MCU
Marvel Comics/Arquivo

Franklin Richards: Como o bebê do Quarteto Fantástico pode ser o centro do futuro do MCU

Franklin Richards, o primogênito de Reed Richards e Sue Storm, finalmente chega ao cinema no novo filme do Quarteto Fantástico. Aos fãs dos quadrinhos, ele já era conhecido como um dos seres mais poderosos do universo Marvel. Até então, Franklin aparecia tipicamente como criança ou pré-adolescente nos quadrinhos, mas sempre envolto em mistérios e potencial ilimitado. No filme Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, ele surge como bebê e depois como um garoto de quatro ou quatro anos, com poderes que emergem de forma instintiva e dramática: revive a mãe, Sue, que morre na batalha contra Galactus. Essa manifestação precoce do seu poder mostra que ele está, sem dúvida, no centro dos grandes arcos do MCU.

Esse texto pode contar spoilers de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Nos quadrinhos, Franklin é frequentemente classificado como um mutante de nível além de Omega – acima de nomes consagrados como Magneto e Tempestade – e já foi associado a codinomes heroicos como Psi‑Lord e Powerhouse. Seu potencial cósmico é tão intenso que, em algumas versões alternativas, torna-se uma das figuras mais poderosas de todo o multiverso. Por isso, trazê‑lo para o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) expande as possibilidades narrativas da franquia, abrindo portas para histórias que envolvem manipulação total da realidade, novos contrapesos de poder e uma mitologia mais densa.

Quem é Franklin Richards?

Franklin é introduzido como o primeiro filho do Senhor Fantástico (Reed Richards) e da Mulher Invisível (Sue Storm). Apesar de parecer uma criança comum à primeira vista, ele já demonstra capacidades extraordinárias desde cedo. Sua irmã mais nova, Valéria Richards, também é uma figura poderosa – ainda que com foco no intelecto, rivalizando com o próprio Reed – mas Franklin se destaca por sua habilidade de remodelar o universo em formas inimagináveis.

A versão infantil de Franklin aparece no longa como uma criança que, instintivamente, ressuscita sua mãe. Esse momento representa muito mais do que uma simples demonstração de poder: indica que ele possui energia cósmica do mesmo nível que dá fome eterna a Galactus. O Devorador de Mundos já identifica que Franklin poderia saciar sua fome e até substituir seu trono – algo que ele certamente deseja, conforme declarado no filme. Essa ligação direta com Galactus o coloca como peça-chave em futuros filmes do MCU, uma vez que ele pode ser percebido como uma fonte de poder superior ao próprio Galactus.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos tem 2 cenas pós-créditos com revelações sobre o futuro do MCU
Marvel Studios/Divulgação

Quais são os poderes de Franklin Richards?

De acordo com as fontes citadas no texto acima, Franklin tem praticamente todas as habilidades esperadas de um ser capaz de remodelar a realidade. Ele possui telecinese, telepatia, controle molecular, emissão de raios de energia e até a capacidade de criar universos próprios. Sua versão adulta já foi descrita como o “grande inimigo da ordem omniversal”, tendo poderes tão vastos que poucos seres poderiam confrontá-lo. Ele já lutou contra Celestiais e chegou a controlar Galactus depois de ressuscitá-lo, em uma das sagas mais icônicas da Marvel.

Em termos de fraquezas, quase não há limites naturais. As restrições ao seu poder vêm de bloqueios mentais que o próprio Franklin impõe: ele pode limitar suas memórias, seu controle sobre energia e até sua própria estrutura corporal, como forma de manter-se seguro ou esconder sua verdadeira força dos outros. Isso mostra consciência do próprio poder e uma necessidade de moderação para evitar danos ao universo. Essa autoinibição inteligente serve, também, como disfarce: ele pode parecer apenas uma criança comum, quando na verdade carrega um poder capaz de alterar toda a existência.

Como Franklin pode afetar o MCU?

O impacto de Franklin Richards no MCU é provavelmente monumental. Em Primeiros Passos, ele aparece na cena pós-créditos segurando a máscara do Doutor Destino (Victor Von Doom), enquanto o vilão se aproxima da sua casa. Ainda não se sabe como Sue reagirá, mas esse momento silencioso já insinua que Franklin será o epicentro dos conflitos em “Vingadores: Doomsday” e “Guerras Secretas”, filmes que devem se inspirar em sagas clássicas de Jonathan Hickman. Nesse arco, o multiverso entra em colapso, e Victor Von Doom aproveita o poder dos Beyonders para recriar a existência e assumir o controle total.

Nos quadrinhos, Franklin já teve seu poder usado como substituto para os Beyonders na criação de um novo universo. Ele foi enganado por Doom, passou a acreditar que o vilão era seu pai e, dessa forma, ajudou a remodelar a realidade sob seu comando. Se o MCU seguir essa linha, Franklin poderá ser tanto o combustível do poder do Doutor Destino quanto o agente de uma nova Terra – ou até o herói que o público espera que ele seja, caso recupere sua autonomia e enfrente Doom no clímax.

Além disso, há precedentes visuais e narrativos: já vimos em visões de Reed uma versão adulta de Franklin com corpo gigantesco e dourado – uma clara referência ao futuro em que ele se torna algo como o próximo Galactus. A transição do garoto tímido ao ser cósmico é um arco dramático pleno, repleto de tensão, descoberta e consequências universais. Em uma hipótese de roteiro cinematográfico, isso poderia ser o grande choque emocional e visual que dê uma nova cara ao MCU na fase pós-Blip.

Potencial narrativo e desafios

A introdução de Franklin Richards no MCU traz enormes oportunidades narrativas. Ele é o mutante mais poderoso da Marvel, capaz de contestar entidades cósmicas como os Celestiais ou até reformular o universo inteiro. Sua habilidade de moldar a realidade abre espaço para “elseworlds”, mundos alternativos, realidades fragmentadas e, eventualmente, convergência multiversal – todos temas ideais para as próximas fases da Marvel.

Porém, existe também o desafio de equilibrar poder e humanidade. Franklin é uma criança, ainda que de poder incomensurável. Inserir esse personagem num universo compartilhado exige delicadeza: mostrar seu potencial sem transformá-lo em deus inevitável, e preservar a empatia do público. Os bloqueios mentais que ele impõe em si mesmo – limitar memórias, energia e até sua própria aparência — são ferramentas narrativas excelentes para mostrar controle emocional e assustar com sua dúvida interna. Ao mesmo tempo, sugerem que ele pode perder o controle, caso algo interfira nesse autoproteção.

Franklin Richards e Galactus

Franklin Richards: Como o bebê do Quarteto Fantástico pode ser o centro do futuro do MCU
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A relação de Franklin com Galactus é central em seu potencial narrativo. Nos quadrinhos, o Devorador já preferiu fugir da Terra a enfrentar o garoto. Em outras ocasiões, versões adultas de Franklin conseguem controlar Galactus e negociar com ele como se fosse um herdeiro legítimo. Essa relação simbólica, na qual Franklin ocupa o lugar de nova fonte de energia ou substituto do Devorador, transformaria o papel de Galactus no MCU – de ameaça antagonista para ligação mais complexa, potencialmente até aliada ou figura simbólica.

Se no MCU Franklin for elevado a esse nível, ele poderá ocupar dois papéis ao mesmo tempo: herói e deus, criança e criador. Seria uma virada narrativa, que tornaria o MCU mais ousado e cosmicamente profundo, combinando intenções pessoais com consequências multiversais. Vingadores: Doomsday poderia culminar em uma crise de identidade: Franklin controlando seu poder enquanto Doom tenta usá-lo como catalisador de dominação universal.

Por onde começar a ler Franklin Richards?

Para quem deseja conhecer melhor Franklin Richards nos quadrinhos e entender por que ele é considerado uma das figuras mais poderosas do Universo Marvel, algumas leituras em português são indispensáveis — tanto pela relevância narrativa quanto pela qualidade dos roteiros e da arte.

Franklin Richards: Como o bebê do Quarteto Fantástico pode ser o centro do futuro do MCU
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  • “Fundação Futuro” (2011)FF #1–16, por Jonathan Hickman (roteiro) e Steve Epting (arte).
    Derivada diretamente da fase de Hickman no Quarteto Fantástico, essa série foca na Fundação Futuro, com Franklin e Valéria em destaque. Uma leitura essencial para entender a genialidade dos filhos de Reed e Sue Richards e seu papel como herdeiros da ciência e da responsabilidade cósmica.
  • “Guerras Secretas” (2015)Secret Wars (vol. 2) #0–9, por Jonathan Hickman (roteiro) e Esad Ribić (arte).
    O multiverso Marvel colapsa e Doutor Destino assume o controle absoluto da realidade. Franklin, ainda criança, participa indiretamente da reconstrução do universo, em uma conclusão épica da saga cósmica iniciada anos antes por Hickman.
  • “História do Universo Marvel” (2019)History of the Marvel Universe #1–6, por Mark Waid (roteiro) e Javier Rodríguez (arte).
    Em um futuro distante, Franklin Richards, ao lado de Galactus, narra toda a história do Universo Marvel. Uma obra visualmente espetacular e com forte carga emocional, que mostra o legado eterno de Franklin como um dos seres mais importantes de toda a existência.
  • “Guerra dos Reinos – Fundação Futuro” (2019)Future Foundation #1–5, por Jeremy Whitley (roteiro) e Will Robson (arte).
    Durante os eventos de Guerra dos Reinos, a nova formação da Fundação Futuro vive uma aventura leve e divertida. Franklin tem papel mais secundário, mas continua como parte essencial do núcleo jovem e explorador do multiverso.

Franklin Richards pode representar um ponto de virada para o MCU. Seus poderes quase divinos de remodelar a realidade o colocam acima da maioria dos personagens da Marvel. Sua relação com Galactus pode torná‑lo herdeiro ou substituto do Devorador de Mundos. Sua dinâmica familiar com Valéria, e seu potencial emocional como criança, representam o outro polo desse poder avassalador.

Se Vingadores: Doomsday e Guerras Secretas seguirem os caminhos dos quadrinhos de Hickman, Franklin será o motor do colapso e da reconstrução do multiverso. Ele pode ser a chave para derrotar ou empoderar o Doutor Destino, e até se ver enganado, acreditando que Doom é seu pai. Isso levanta possibilidades narrativas riquíssimas, combinando drama familiar, dilemas morais e épicos cósmicos.

A chegada de Franklin Richards ao live-action inaugura uma nova era para a Marvel no cinema. Ele não é apenas o herdeiro biológico do Quarteto Fantástico, mas uma força capaz de desafiar entes universais e reescrever os limites da criação. Seu papel no MCU, mesmo como criança, pode determinar o futuro do universo cinematográfico Marvel – e se usado com equilíbrio narrativo, pode trazer o momento mais ambicioso do estúdio até hoje.

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Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor valvulado. Editor-chefe, crítico, roteirista, nortista e traficante cultural.