KAKU: Ancient Seal me surpreendeu bastante, pois o jogo traz uma forte inspiração nos grandes títulos da era do PlayStation 2, lembrando clássicos como “Spyro the Dragon”, “Dark Cloud 2”, “Rogue Galaxy”, “Kingdom Hearts” e muitos outros do gênero ARPG, o game também claramente demonstra elementos e mecânicas de jogos atuais como os da franquia Legend of Zelda. O game foi desenvolvido por uma pequena, porém ambiciosa equipe da Bingobell.
Um pouco sobre a história do game
O jogo começa com Kaku perseguindo um pequeno animal que se assemelha a um porquinho voador chamado Piggy. Durante a perseguição, ele esbarra em um velho e acaba perdendo o rastro da criatura. Após uma sequência de eventos cinematográficos, perseguições e batalhas, Kaku se vê acidentalmente envolvido em uma antiga profecia para salvar o mundo da destruição. Soa familiar, não é mesmo? E não é por acaso, pois o game traz claras inspirações em “The Legend of Zelda: Breath of the Wild”, especialmente em mecânicas como o uso do estilingue, sets de armaduras, uso de runas e as habilidades de combate corpo a corpo com uma clava.

Um mundo gigante feito com orçamento modesto
Mesmo sem ser um game de grande orçamento, KAKU: Ancient Seal surpreende ao oferecer um mundo vasto e cenários riquíssimos em detalhes, que chegam a impressionar. Além disso, o jogo conta com um Templo Elemental, onde é possível realizar os upgrades necessários para avançar na história. Essa parte é repleta de ação e quebra-cabeças, garantindo um ritmo dinâmico e evitando qualquer sensação de monotonia durante a jogatina.
O mundo de KAKU: Ancient Seal é dividido em quatro grandes regiões, que representam os elementos Terra, Água, Fogo e Ar. Cada ambiente oferece cenários deslumbrantes — de florestas exuberantes a praias ensolaradas, além disso podemos explorar grandes templos elementais. Os portais mágicos interligam essas regiões, que se dividem em zonas menores.
O jogador certamente passará horas explorando cada canto do mapa em busca de itens para aprimorar habilidades e realizar os upgrades necessários para progredir na história. Aqui vai a primeira dica valiosa para o início do jogo: não ignore os cristais, pedras e plantas espalhados pelos mapas, pois sem eles será praticamente impossível avançar na jornada.
A ausência de um tutorial claro sobre como executar habilidades e utilizar os itens de upgrade torna o início do jogo um tanto confuso. Os ataques básicos causam pouco dano aos monstros, o que obriga o jogador a depender bastante do estilingue nas primeiras horas de gameplay. Somente após algum tempo coletando itens de upgrade e aprimorando a árvore de habilidades o jogo se torna um pouco mais acessível.
Vale ressaltar que os comandos para usar as habilidades são relativamente simples, porém, a falta de uma explicação mais detalhada torna sua execução confusa e, por vezes, difícil de realizar corretamente.
Mapa e minimapa confusos
Algo que me chamou bastante a atenção foi o fato de tanto o mapa quanto o minimapa serem confusos de interpretar. As nuvens inicialmente cobrem o mapa principal, mas se dissipam conforme o jogador explora as áreas. No entanto, ao mudar de região, toda a área anterior volta a ficar encoberta, obrigando o jogador a explorá-la novamente para “limpar” o mapa.
Já o minimapa, localizado no canto inferior direito da tela, também não ajuda muito — especialmente em áreas com diferentes níveis de altura, onde a leitura do terreno se torna ainda mais complicada.
Os NPCs completam o enredo de cada mapa
Cada grande área do jogo apresenta uma história única a ser explorada e concluída — e isso não acontece por acaso. Há uma grande variedade de personagens não jogáveis (NPCs) que complementam e enriquecem a jornada de Kaku e Piggy. As narrativas vão desde guerreiros em busca de forjar uma arma lendária até vilas assoladas por pragas, o que mantém o interesse do jogador e torna a exploração de cada mapa envolvente e recompensadora.


Vale destacar que o jogo conta com legendas localizadas em português do Brasil, um ponto positivo para a imersão. No entanto, há um aspecto frustrante: a dublagem é fraca e apresenta problemas de sincronia. Apesar de os personagens não falarem uma língua compreensível, é possível perceber falhas na dublagem e uma clara falta de alinhamento entre o movimento labial e o áudio reproduzido.
Quanto tempo para concluir o game
Jogar KAKU: Ancient Seal focando apenas na história principal, sem se preocupar com missões secundárias e coletando o mínimo necessário para fortalecer o personagem, oferece cerca de 30 horas de gameplay. No entanto, para os jogadores que gostam de se aprofundar na exploração, buscar tesouros escondidos, armas e conjuntos de armaduras, a experiência pode facilmente chegar a 50 horas de jogo.
Aqui vai a segunda dica: refaça missões e derrote tanto os chefes principais quanto os chefes secretos. Eles concedem troféus que podem ser trocados por peças de armadura e, quando o conjunto é completado, proporcionam um ótimo impulso nas habilidades do personagem.
Prós e contras
Pontos positivos
- Diversão: o game vai proporcionar bastante conteúdo para ser explorado, que vai da aventura até a resolução de quebra-cabeças.
- Legenda localizada: excelente opção para quem busca um jogo com texto de fácil compreensão.
- Personagens: Kaku e Piggy são sem duvida carismaticos e vão deixar a historia do jogo mais divertida.
- Cenários e gráficos: o jogo proporciona cenários e gráficos realmente muito bonitos e cheios de detalhes que impressionam.
- Tempo de gameplay: Por ser um jogo que não exige muitas horas de gameplay, pode ser bastante atrativo tanto para os jogadores que querem uma jogatina mais acelerada quanto para aqueles que curtem explorar o jogo.
Pontos negativos
- Bugs: o jogo apresenta diversos erros de cenário, que não afetam de forma significativa a jogabilidade. Fica aqui a terceira dica — caso o personagem fique preso em algum ponto do mapa, pressione o botão touch do DualSense uma barra de carregamento aparecerá e, ao ser concluída, liberará o personagem.
- Dublagem com falhas: a falta de sincronia entre as falas e os textos impacta bastante a experiência no jogo. Para alguns jogadores, isso pode ser um problema significativo, mas nada impede que uma atualização futura corrija a isso.
- Mapa e minimapa: sem sombra de dúvida, é necessária uma atualização para corrigir o problema das nuvens que retornam sempre que mudamos de área, pois isso atrapalha bastante as viagens rápidas e a conclusão de algumas missões de forma mais agil.
Conclusão
KAKU: Ancient Seal, mesmo sendo um jogo desenvolvido com baixo orçamento, entrega uma experiência repleta de diversão, história, aventura, quebra-cabeças e ação. Com cenários deslumbrantes e biomas variados, é difícil não se deixar prender por várias horas tentando desvendar o mistério que assola esse mundo.
Se você é fã do gênero, este título certamente é para você. E mesmo para quem ainda não o conhece, vale muito a pena viver essa experiência.
Versão testada no Playstation 5. KAKU: Ancient Seal: Também está disponível para PlayStation4, Xbox One, Xbox Series X e Series S e PC Agradecimento aos desenvolvedores do game pela cópia deste jogo para esse review.
Leia outras de nossas reviews:





















Deixe uma resposta