Review | Funko Fusion: Um crossover de franquias com jogo quebrado e frustrante

A expectativa era alta: um crossover massivo de franquias sob a estética Funko Pop!, desenvolvido por veteranos da bem-sucedida série LEGO. No entanto, Funko Fusion chegou aos consoles não como uma celebração da cultura pop, mas como uma montanha-russa de frustração técnica e design confuso. O jogo entrega uma ideia interessante, mas a execução, especialmente a otimização, é tão precária que transforma o potencial em uma experiência dolorosa.

Funko Fusion: O sonho do crossover que virou um pesadelo técnico

Funko Fusion prometia ser o encontro definitivo de franquias, um parque de diversões multiversal que faria jus à sua ideia de crossover insano. Com a participação de desenvolvedores que trabalharam em títulos LEGO, a expectativa era por uma experiência polida e divertida. Infelizmente, o resultado final nos consoles é um testemunho de como problemas de execução e otimização podem arruinar o conceito mais promissor.

O maior e mais imediato problema de Funko Fusion é sua otimização. A estabilidade do jogo está em um estado de alerta. Uma parte inaceitável do tempo de jogo foi gasta em problemas técnicos: entre soft locks, travamentos inesperados, bugs gráficos e telas de carregamento excessivamente longas, fazendo a experiência de jogo ser constantemente interrompida. Para um título que deveria ser leve e familiar, o estado técnico é inaceitável e frustrante para qualquer jogador.

Jogabilidade e design de fases

Se a otimização falha no aspecto técnico, o design falha no estrutural. As fases são excessivamente grandes e confusas, carecendo de direção clara. O jogo peca em sua arquitetura de níveis, onde elementos de plataforma e navegação se tornam frustrantes.

Há áreas de pulo que não são permitidas e, inversamente, outras que os jogadores conseguem ignorar completamente, quebrando a progressão planejada. O nível de decepção é alto, facilmente levando a uma exaustão precoce.

O game se apoia na mecânica de troca de personagens (ao estilo LEGO) com habilidades específicas, mas a utilidade do vasto elenco é pífia. Em cada mundo, como em The Umbrella Academy (onde se joga com Five e Allison) ou He-Man (limitado ao Príncipe Adam), o jogador descobre que apenas um ou dois personagens são realmente úteis para a progressão. Os restantes são resumidos a meros cosméticos ou “objetos” para acionar dinâmica. Esse design contraria a própria ideia de um crossover robusto e desvaloriza a maioria dos personagens.

Narrativa e o obstáculo final (Alerta de spoilers)

A história de Funko Fusion é, no mínimo, esquecível e ilógica. São arcos que não se sustentam e resoluções que não fazem o mínimo sentido (como o perdão repentino entre Eddy e Freddy). O mais decepcionante é a irrelevância dos personagens dos universos. Suas campanhas são isoladas e não alteram em nada a trama central.

Apesar de tudo, há um ponto de fidelidade louvável: as campanhas são fiéis às obras originais. Todas servindo como ótimas introduções visuais às histórias canônicas, embora o jogo não consiga fazer a ponte entre elas.

O erro final e mais grave é a restrição do encerramento da campanha. Após dedicar cerca de 10 horas para completar as fases principais, o jogador é barrado por um requisito de 45 Coroas. Essa barreira o obriga a completar fases secretas (que deveriam ser conteúdo bônus e opcional) apenas para acessar o final. Transformar o conteúdo bônus em obrigatório para concluir o game é uma decisão de design que trai a boa vontade do jogador e serve como o prego final no caixão do título.

Veredito

A ideia e o conceito de Funko Fusion ainda são divertidos. A proposta de reunir franquias amadas em um só lugar tinha o potencial de ser o que LEGO Dimensions não foi.

No entanto, o estado atual do jogo é uma aberração técnica. A otimização precária, os bugs constantes, os loadings intermináveis e o design de fases confuso tornam a experiência insuportável e frustrante. A promessa não foi cumprida.

Ele só se tornará minimamente jogável se receber inúmeros patches de atualização para resolver a estabilidade e o design do endgame. Até lá, é difícil recomendá-lo, mesmo para os fãs mais dedicados dos personagens de PVC.

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