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Review | Romancing Saga: Minstrel Song ganha um remaster imperfeito

Muitos concordarão que Romancing Saga: Minstrel Song é um jogo desafiador, com uma narrativa não linear e que utiliza, e até abusa, das mecânicas dos RPGs clássicos de títulos posteriores da série. No entanto, apesar de ser apenas uma remasterização, certas mecânicas do jogo podem ser extremamente irritantes, a ponto de deixar até mesmo um fã de RPG, como eu, profundamente frustrado e até nauseado, vou explicar sobre isso mais adiante.

Um pouco sobre a história do game

Um fato interessante sobre o jogo é que ele foi inspirado no filme Romancing the Stone, conhecido no Brasil como “Tudo por uma Esmeralda“, com o termo ‘Romancing’ remetendo ao gênero de aventura emocionante e romântica. No entanto, os jogos da série SaGa mantêm suas próprias histórias de fantasia, distantes do enredo do filme.

Romancing Saga: Minstrel Song é publicado pela Square Enix e desenvolvido em parceria com a Bullets, estúdio também responsável por outros títulos, como SaGa Frontier Remaster (PS4), Story of Seasons: Friends of Mineral Town (PS4), Mega Man Legacy Collection 2 (Xbox One), entre outros.

A trama de Minstrel Song se desenrola em torno da batalha cíclica contra o deus maligno Saruin, que ameaça o mundo de Mardias. A heroína Mirsa, em um passado distante, usou as poderosas Pedras do Destino para selá-lo, mas espalhou essas pedras pelo mundo. Agora, cabe a uma nova geração de heróis guiados por você, é claro, reuni-las antes que Saruin desperte de seu sono sombrio. O jogo propõe uma narrativa não linear, onde a construção de mundo é rica e envolvente, com oito personagens iniciais com histórias únicas e missões que desafiam o jogador a explorar segredos ancestrais e armas divinas, guiando seu próprio destino.

Um jogo que tem muito de tudo

Muitos de vocês já devem ter visto a expressão: “Menos é mais”. Pois é exatamente isso que gostaria de ter visto nesse RPG, mas antes de falar sobre isso vamos falar um pouco sobre trilha sonora, gráficos, enredo e jogabilidade.

Trilha sonora

O game tem uma trilha sonora fantástica, uma obra aclamada do compositor Kenji Ito, compositor de com músicas icônicas como “Minuet”, “Ardent Rhythm”, “Overture”, e temas de personagens como “Albert – Wings of Justice” e “Hawk – Leaning on Lady Luck“. A musica de abertura é muito linda e vale muito a pena conferir aqui. Em suma, a trilha sonora de todo o game é muito bem feita e muito envolvente.

Gráficos

O game apresenta uma atualização gráfica significativa em relação ao original de PlayStation 2 (2005), mantendo o estilo artístico peculiar, mas refinando a qualidade visual para resoluções modernas, com destaque para a:

Alta Definição (HD) e Texturas: O remaster traz gráficos em alta definição com texturas refinadas para cenários e personagens, tornando o visual mais nítido.

Estilo Artístico Mantido: O jogo mantém o estilo “chibi” (personagens de cabeça grande e corpo pequeno) com proporções exageradas, que é a assinatura artística deste remake.

Melhorias na Interface (UI): A interface de usuário e os menus foram retrabalhados para ficarem mais claros e modernos.

Iluminação e Efeitos: Foram adicionados novos efeitos visuais e melhorias na iluminação.

Pessoalmente, eu não joguei o game no PS2 para fazer uma comparação, mas há relatos de que, embora o jogo em si tenha melhorado, certas cutscenes parecem manter uma qualidade inferior, como se os desenvolvedores tivessem apenas emoldurado a versão original de PS2.

No PS2, o game apresentava modelos mais “quadrados” e borrados, a versão Remastered suaviza as bordas e melhora a clareza geral, tornando-o “lindo” em monitores 4K. É um salto técnico notável, mas que ainda deixa clara a origem da era PS2. 

Enredo

Romancing SaGa: Minstrel Song apresenta um enredo extenso, como já mencionado, e a quantidade de texto torna o jogo extremamente cansativo, especialmente quando ele não está localizado para o português brasileiro. Até aqui, isso é compreensível, pois o game é apenas uma remasterização. No entanto, apesar do volume de texto, o jogo falha em oferecer explicações claras sobre o que fazer em cada missão, seja ela principal ou secundária. Por isso, prepare-se para passar horas explorando sem saber exatamente qual é o próximo passo. Nesse sentido, o jogo poderia ter melhorado significativamente.

Uma das histórias, por exemplo, te joga diretamente no meio de um mapa repleto de dinossauros de nível altíssimo, impossíveis de derrotar. A única alternativa é fugir enquanto tenta descobrir o que fazer exatamente na missão.

Jogabilidade

O jogo mantém grande parte dos elementos do original de PS2, o que torna o remaster extremamente fiel à versão original. No entanto, isso não significa necessariamente que seja uma vantagem. Eles poderiam ter implementado ou até mesmo melhorado certas mecânicas. Um exemplo disso é o controle da câmera. Não é possível controlar a câmera do jogo, que permanece fixa atrás do personagem. Para ser mais claro, a câmera não possui giro de 360°, permanecendo fixa em masmorras e cidades. No mapa aberto ela se move automaticamente, o que torna a exploração extremamente difícil, cansativa e, no meu caso, até nauseante. Em vários momentos, precisei parar de jogar devido à sensação de tontura causada pela falta de controle espacial no cenário.

Conclusão

Romancing SaGa: Minstrel Song tem muitos aspectos positivos que merecem ser aproveitados. No entanto, seria interessante reduzir a quantidade de texto para tornar o jogo mais claro e compreensível, além de melhorar a jogabilidade e a movimentação da câmera — ou, pelo menos, adicionar uma opção de controle horizontal da câmera. A música e os gráficos estão realmente bons e podem proporcionar uma experiência envolvente ao jogador. Se você gostou do jogo no PS2, com certeza vai curtir muito esta versão remasterizada.

A versão desta review foi a de Playstation 5. Romancing SaGa: Minstrel Song também está disponível para  Nintendo Switch, PlayStation 4, iOS, Android e PC. Agradecimento aos desenvolvedores do game pela cópia deste jogo para análise.

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