Crítica | Ainda Estou Aqui: a força de uma mãe e a luta pela memória
Sony Pictures/Divulgação

Ainda Estou Aqui perde o Oscar de Melhor Filme para Anora

Não foi dessa vez! O longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, não levou o prêmio de Melhor Filme no Oscar 2025, realizado neste domingo (2). A produção nacional, que já havia conquistado destaque no Festival de Veneza com o troféu de Melhor Roteiro, foi superado por Anora.

Apesar disso, o longa conquistou a estatueta de Melhor Filme Internacional, um feito inédito para o Brasil. Fernanda Torres, protagonista do filme brasileiro, foi superada por Mikey Madson como Melhor Atriz.

Ainda Estou Aqui marcou história ao se tornar o primeiro filme 100% brasileiro indicado na principal categoria do Oscar. Apesar da derrota, o longa segue em cartaz no Brasil e já atraiu mais de cinco milhões de espectadores, consolidando-se como um dos grandes sucessos do cinema nacional recente.

Ainda Estou Aqui

Adaptado do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme retrata a vida de uma família de classe média do Rio de Janeiro durante a ditadura militar nos anos 1970. A trama acompanha o drama de Eunice (Fernanda Torres) após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), levado por militares. A atuação de Torres rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, categoria em que ela é uma das favoritas.

Vale lembrar que, embora Ainda Estou Aqui seja o primeiro filme totalmente brasileiro a concorrer ao prêmio máximo do Oscar, a produção nacional já havia chegado perto da categoria em 1986, com “O Beijo da Mulher Aranha”. Dirigido por Hector Babenco, o filme contou com a participação de atores de diversas nacionalidades, incluindo a brasileira Sônia Braga, e foi gravado em São Paulo. No entanto, por ser uma coprodução com os Estados Unidos e ter o inglês como língua principal, não é considerado um representante exclusivo do cinema brasileiro.

Além de Melhor Filme, Ainda Estou Aqui também concorria ao Oscar de Melhor Filme Internacional, reforçando o reconhecimento da produção no cenário global.

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Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor valvulado. Editor-chefe, crítico, roteirista, nortista e traficante cultural.