A Petrobras se tornou a nova patrocinadora do cinema da Rua Augusta, um dos mais tradicionais espaços de exibição da capital paulista. O cinema, que passará a se chamar Espaço Petrobras de Cinema será reaberto ao público na próxima segunda-feira (21). A mudança traz um novo impulso ao local, que, ao longo de sua trajetória, foi um ponto de referência para cinéfilos e cultura audiovisual no Brasil.
O cinema, que antes era conhecido como Espaço Itaú de Cinema, terá sua programação mantida com um foco renovado em filmes nacionais, internacionais e alternativos, além de novos projetos voltados para a democratização do acesso ao cinema, como o Escola no Cinema e o Clube do Professor. Adhemar Oliveira, que comanda o espaço desde sua inauguração, segue à frente da curadoria e programação do local. Segundo a Petrobras, o investimento de R$ 5 milhões reflete o compromisso da companhia com a valorização da cultura brasileira.
História e os diferentes nomes do cinema
Inaugurado em 1993, transformando o antigo Cine Majestic, fundado em 1947, em um moderno cinema de três salas, com livraria e café, o cinema foi inicialmente denominado Espaço Banco Nacional de Cinema da Rua Augusta. Nos primeiros anos de atividade, o espaço se destacou por suas sessões de filmes independentes e por abrigar importantes produções brasileiras e internacionais.
Após a falência do Banco Nacional, o cinema foi adquirido pelo Unibanco e passou a se chamar Unibanco Cinemas até a fusão deste com o Itaú, que rebatizou o local como Espaço Itaú de Cinema. A parceria com a Petrobras, agora, marca mais um capítulo da história de um cinema que sempre teve a missão de promover a cultura cinematográfica e de fortalecer a cinefilia na cidade.
O futuro do Anexo: incertezas sobre o imóvel histórico
Além do cinema principal, o Espaço Petrobras de Cinema inclui o Anexo, localizado do outro lado da Rua Augusta, que abriga duas salas de exibição e o Cine Café Fellini. Este espaço está no centro de uma disputa judicial desde 2022, quando o imóvel foi vendido para a incorporadora Vila 11, que planeja transformá-lo em um prédio comercial. No entanto, a recente suspensão da demolição pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, devido à classificação do Anexo como imóvel de preservação cultural, levantou esperanças para a preservação do espaço como cinema.
A Petrobras se mostrou sensível à questão e declarou seu apoio à preservação do Anexo, entendendo sua importância histórica para o cenário cultural paulistano. O futuro do imóvel, porém, dependerá da decisão final do Ministério Público e do andamento das negociações jurídicas.
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