Short n’ Sweet, novo álbum de Sabrina Carpenter, lançado na última sexta-feira (23), já chega como um dos lançamentos mais aguardados do ano. Isso porque o sexto disco da artista, ex-estrela da Disney, vem amparado pelo sucesso dos singles “Expresso” e “Please, Please, Please”. Mas será que a força dos hits se sustenta durante a obra?
Sim e não. Entre as 12 faixas do álbum nem todas funcionam e algumas se sobressaem. A cantora acerta em manter o humor e a ironia das letras, aliadas a sensualidade, porem acaba esbarrando em uma embalagem genérica que busca muitos caminhos de produção já usados a exaustão por nomes como Taylor Swift e seu fiel escudeiro e produtor Jack Antonoff.
No entanto o resultado não faz feio diante de toda a trajetória de Sabrina. Esse é o ápice de uma longa jornada em que a cantora buscou seu lugar ao sol. Foram cinco álbuns lançados desde 2015, em que ela tentou emplacar um sucesso, porém sem grandes resultados. Nesse contexto, “Short n’ Sweet” funciona bem para manter a atenção do público.
Comentários ácidos e fofoca
O grande trunfo da obra está na forma debochada como a artista fala de conflitos amorosos. Aliado a isso ainda tem um subtexto de fofoca. É o caso de “Taste”, canção que abre o álbum e está sendo assunto entre os fãs.
A teoria é a de que a faixa estaria falando sobre o suposto triangulo amoroso entre Sabrina, Camila Cabello e Shawn Mendes. “Ouvi dizer que vocês voltaram e se isso for verdade / Você vai ter que sentir meu gosto quando ele te beijar”, diz os versos.
Em “Juno”, a cantora se derrete por um novo amor e faz referência ao filme clássico adolescente dos anos 2000: “Talvez eu deixe você fazer de mim a sua Juno”. “Lie To Girls” é ao mesmo tempo uma encarada de frente para um “boy lixo” e uma indireta para o comportamento de outras mulheres: “Você não precisa mentir pra garotas / Se elas gostam de você, vão mentir pra si mesmas”.
Já canções como “Good Graces”, “Coincidence” e “Bed Chem” são divertidas, até bastante cantaroláveis, mas não conseguem imprimir nenhuma identidade e podem ser facilmente confundidas com hits pop de outras cantoras. O que não é uma grande questão, já que a própria Sabrina deixa claro que não pretende fazer nada muito diferente do que já se espera dela.
Entre o panteão de cantora brancas, loiras e que brincam com a própria sensualidade, a mais nova estrela das paradas globais ganha pontos por não se levar a sério e não ter pudor em ridicularizar homens, ou a si própria, se mostrando sempre no controle da própria narrativa.
Dentro do que se propõe, Sabrina Carpenter faz um bom trabalho em “Short n’ Sweet”, diverte, gera assunto, faz dançar e mantém a sua veia ácida. Nada que vá ser o suficiente para coloca-la como um grande destaque, mas serve como um ponto de partida nesse novo caminho, agora com um lugar mais ou menos seguro no pop.
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