Bon Jovi

Para nenhum fã botar defeito, o Star+ lançou no mês passado o documentário Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi, que conta com 4 emocionantes e esclarecedores.  Sendo uma viagem por toda a carreira do grupo, a produção percorre pela  história de um jeito honesto e extremamente gentil com esse legado, sendo a maneira perfeita para celebrar os 40 anos da banda e os 62 do vocalista – já não tão mais “jovi”-, Jon Bon Jovi.

Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi viaja pelo começo da carreira de Jon e banda, ao mesmo tempo que intercala com o vocalista e outros integrantes refletindo sobre esses momentos. Gravado em fevereiro de 2022, somos presenteados com Jon, Richie Sambora, David Bryan, Tico Torres e Hugh McDonald relembrando  sobre todos esses anos de carreira e, além disso, os músicos atuais que acompanham o grupo, Phil X (Guitarrista) e Everett Bradley (percussionista), falam um pouco sobre estarem nessa nova e melhorada, diga-se de passagem, formação do Bon Jovi. 

Mais do que uma celebração ao legado da banda, o documentário apresenta aos fãs o lado mais sensível de Jon Bon Jovi ao mostrar a situação em que o vocalista se encontra e tudo o que ele faz para dar – como ele mesmo  fala – os 120% como líder da banda tanto nos bastidores quanto, principalmente, em cima dos palcos. 

A idade realmente chega para todos, e quem acompanha os famosos astros do rock dos anos 80 sabe que uma das maiores dificuldades entre os vocalistas é manter a qualidade e saúde das cordas vocais, principalmente vindo de uma época em que pouco se falava sobre esses cuidados, e não seria diferente com o Jon que, apesar de ter evitado prejudicar suas cordas vocais com drogas e bebidas durante a juventude, confessa que abusou um pouco de técnicas que talvez fossem inalcançáveis, e que sem a preparação adequada resultaram em seus sérios problemas na voz.

Acompanhar a sua luta diária para voltar a se apresentar como ele acha ser o ideal, é triste e desesperador em alguns momentos, já que sua fragilidade é completamente exposta no documentário. Porém, quando a produção percorre os momentos de glória da banda, acaba sendo reconfortante por saber tudo que ele e os demais músicos entregaram em seus discos e palcos durante esses anos, e aí a gente vê que o desgaste nas cordas vocais são o resultado de um trabalho árduo e de sucesso!

Bon Jovi, durante um certo tempo foi considerada a maior banda de rock do mundo. O interessante é como eles subiram os degraus gradativamente, mesmo que o sucesso tenha vindo relativamente rápido -naquela época tudo parecia ser mais simples e alcançável- a ideia de abrir shows para Scorpions e o Kiss, proporcionaram a banda algo único e de puro aprendizado para o que estava por vir.

 Bon Jovi
Imagem: reprodução/arquivo Bon Jovi

Uma coisa muito interessante na discografia do grupo, é como os singles escolhidos pela banda foram proporcionando o lugar que eles queriam estar no cenário do rock mundial. “Runaway” abriu as portas nas rádios para a banda, “You Give Love a Bad Name” colocou eles de fato como uma banda de Rock N Roll, “Keep the Faith” trouxe uma nova dinâmica musical ao grupo. Já “It’s My Life” explodiu como um clássico para sempre do rock, trazendo a banda completamente para os anos 2000… ou seja, a banda foi evoluindo e se redescobrindo, quanto no estilo como no público, já que começaram a alcançar uma nova geração com seus singles mais elétricos e letras mais joviais e sem, claro, perder a sua identidade. O que é a parte mais importante!

Um dos momentos esperados do documentário por mim e para a maioria dos fãs era a discussão sobre  a saída de Richie Sambora. Sambora era considerado mais do que um dos integrantes da banda, Sambora era o complemento perfeito para Jon Bon Jovi. A dupla era uma espécie de John Lennon e Paul Mccartney nos palcos e fora deles.

 Bon Jovi
Imagem: reprodução/NPR

A junção das vozes, a parceria nas composições… Jon e Sambora eram épicos juntos em todos os aspectos, mas parece que aquilo não bastava, e talvez uma guerra de egos tenha começado essa briga lá atrás, mesmo que de forma discreta, mas por parte de Richie.

É quase que escancarado o quão Jon sofre ainda com a saída repentina de seu grande amigo e parceiro. Seja nas falas e reações que o vocalista esboça ao falar sobre o assunto, é fato que a mágoa ainda existe e que dificilmente veremos eles juntos numa possível turnê da banda nos próximos anos, e arrisco em dizer que fim da banda virá bem antes disso!

Imagem: reprodução/Disney+

Sambora é mais irônico. Em suas falas, o guitarrista parece  não se arrepender de ter abandonado o grupo, apenas fala que a forma como saiu, acabou não sendo do melhor jeito naquele momento que, para quem não sabe, foi no início da turnê “Because We Can” que, quando esteve no Brasil em setembro de 2013, já não contava com a presença de Richie.

Outro fator decisivo para a saída de Richie após 25 anos de banda foi a relação com a sua família. Viajar durante meses com uma turnê parece não ser uma tarefa fácil, principalmente quando se tem esposa e filha, e a decisão de poder acompanhar o desenvolvimento de sua filha e ajudar sua esposa em seus problemas psicológicos falou mais alto do que qualquer Rock in Rio e ingressos esgotados.

“Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi” é uma produção que tem como objetivo apresentar todo esse legado  criado por esses caras em todos esses anos. Além disso, ela proporciona tempo de tela para nos mostrar como eles estão nos dias de hoje e se há alguma possibilidade de vermos nos palcos novamente -estamos  cruzando os dedos- e, tudo isso depende da boa  recuperação de Jon após a cirurgia nas cordas vocais e, mesmo que a voz esteja demorando para voltar, Jon é lendário e, se voltar para os palcos, com toda a certeza teremos bem mais que  120% de sua incrível performance outra vez. Senão, diremos adeus ao Bon Jovi sabendo que cumpriram o seu papel.

Imagem: reprodução/Bon Jovi

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