Review | Europa e a poesia jogável

Europa é um game indie lançado pela Novadust Entertainment no dia 11 de outubro para PC e Nintendo Switch. Sendo definido como “aventura”, o game não só chama a atenção pelas promessas de sua jornada, como também impressiona com sentimentalismo entregue.

No game, entramos na pele de “Zee” uma criança que acorda sozinha em “Europa“. Uma lua de júpiter colonizada por humanos. Durante a história entendemos que Europa era única esperança de vida da humanidade. Entretanto, algo fez a sociedade entrar em colapso, se tornando aquele vazio destrutivo encontrado por Zee.

Em busca de entender o que aconteceu e talvez recuperar a vida humana na lua, Zee saí em uma jornada de autoconhecimento pelos mistérios de Europa. Durante a aventura, o menino segue as anotações de seu “pai” – ou criador -, Adam.

As anotações servem de guia sobre qual caminho seguir e o que aconteceu para a humanidade ficar tão devastada. Além disso, as anotações transmitem a relação de Adam com o seu filho e a sua preocupação com o fim de Europa e a solidão de Zee. Mas mesmo assim, mantém o tom de esperança sobre a capacidade do menino em reestabelecer a vida em Europa.

Europa e a poesia jogável.

Antes de desaparecer, Adam deixa um equipamento que ajuda Zee a planar, tornando a exploração de Europa muito mais fácil. Zee atravessa florestas, ambientes gélidos, conhece criaturas nativas e diversos mistérios daquela lua. Sempre anotando os detalhes de tudo o que vê.

Na pele de Zee

Por não se lembrar de nada, Zee é os olhos do jogador naquele mundo. Tudo o que o menino descobre, também é descoberto pelo jogador no mesmo momento. Nada é jogado no ar e nem utilizado como flashback, tudo acontece naquele lugar e no mesmo tempo, tornando a imersão muito íntima entre jogador e Europa.

Durante o game, precisamos utilizar dos recursos dos cenários para resolver puzzles enquanto fugimos de inimigos, pois não há combate, muito menos mortes. Quando Zee é atingido, perde energia, mas logo se levanta. Indiretamente, torna-se fácil a compreensão de que o foco aqui não é a mecânica, mas sim a própria jornada.

A falta de desafio principal seria um latente ponto crítico no game se a narrativa não fosse tão bem construída. Acaba que o foco fica na história e a mecânica “fácil”, de lado. Mesmo assim, para os fãs de um desafio, é possível jogar em busca de coletar as 40 esmeraldas espalhadas pelo game e, além disso, tentar zerar sem levar dano algum para armadilhas ou ataques dos seres de Europa.

“Eu vou-me embora para Pasárgada Europa, aqui não sou feliz”

Europa e a poesia jogável.

Europa é o paraíso e o retrato de esperança para aquelas pessoas. Tudo isso é representado em diversos sentidos durante o game. Para começar, a escolha da estética de cel shading torna o ambiente mais leve e com muita paz, é como se estivéssemos assistindo uma animação durante a infância e sem nada para pesar. Além disso, os efeitos sonoros dos seres e a música corroboram para uma ambientação de paz, embora misteriosa.

O game é intenso em contemplação e sentimento. É poesia “jogável”. Pinceladas de uma arte ou composições escritas em um papel e entregues pela Novadust Entertainment em forma de jogo.

Positivo para alguns e negativo para outros

Europa e a poesia jogável.

A aposta de focar no sentimento e deixar a mecânica de escanteio pode ser desagradável para a maioria dos jogadores que chegaram ao game em busca de aventura e ação dificultosa. Entretanto, para os mais melancólicos, Europa é uma trufa de sentimento e poesia.

Você pode experimentar da beleza de Europa no Nintendo Switch ou no PC.

A equipe da Conecta Geek agradece pelo envio do game.

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