A cantora Virginie, da banda Metrô, estará presente na primeira edição do MEGAHITS! | Foto: Divulgação
A cantora Virginie, da banda Metrô, estará presente na primeira edição do MEGAHITS! | Foto: Divulgação

EXCLUSIVO: Festival MEGAHITS! – artistas da década de 80 embalam nostalgia em simbiose a novos projetos

O festival inaugurou sua 1ª edição em São Paulo com bandas consagrados

A primeira edição do festival MEGAHITS! reuniu, no último domingo (4), talentos do Pop Rock nacional para celebrar, junto ao público, a reverência de canções da década de 80, que seguem a sua glória nos dias atuais. Isso porque os hits foram entoados em coro por milhares de pessoas no Vibra São Paulo, onde também nossa equipe conversou com algumas das vozes responsáveis por embalar músicas como “Tudo Pode Mudar”; “Hoje” e “Primeiros Erros” no repertório de diferentes gerações.

“Eu moro na França e vim especialmente para participar deste festival.”, conta Virginie, vocalista da banda Metrô, que segue produzindo música. “Este modelo em que cada artista canta seus maiores sucessos faz com que o público tenha acesso às suas músicas de estimação. Então eu acho muito bacana!”, afirmou. 

“Anos 80 e a nostalgia daquilo que não se viveu”

Envolvida pelas memórias, a cantora ainda discorreu sobre o fenômeno da “nostalgia daquilo que não se viveu”, expresso pela Geração Z (1995 a 2010), em relação a uma certa saudade da década de 80 ao ouvir as músicas da época.

O mundo evoluiu bastante. Temos uma massa de informação tremenda, estamos sempre em movimento, na velocidade… Voltar para os anos 80 onde as coisas eram menos intensas, talvez seja esse lugar de fantasia comum. E também era a época da abertura – fim da Ditadura Militar em 1985 – tivemos novos acessos a informações, instrumentos musicais… que permitissem que criássemos”, destacou.

Virginie ainda citou conjuntos da nova geração que admira, como a banda curitibana Cigarras, e ressaltou seu favoritismo por lideranças femininas e pela diversidade na música. “Eu gosto muito do silêncio. Tenho a música dentro de mim.”, confessa. “Há artistas que eu acompanho, que já colaborei… Fizemos uma colaboração linda com a Fernanda Takai.”, destaca. “Eu não costumo procurar por música atual, mas se eu estiver afim de ouvir um rock, eu vou ‘caçar’ por músicas de rock”, conta. 

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Do Pop ao Rock

Marcelo Nova, fundador e vocalista da banda de rock baiana Camisa de Vênus, definiu a importância do evento para a continuidade de seu trabalho que realiza, aliás, com o filho: Drake Nova. “Nos últimos 15 anos, ele passou a ser o meu parceiro, meu guia e meu produtor. Procuro passar para ele a independência de fazer o que gosta. Se o seu trabalho tiver relevância, você vai conquistar o seu espaço”, frisou ele, ao lado do filho. 

O cantor, que já chegou a ser expulso da gravadora Globo aos palavrões e, anos depois, retornou com um sucesso estrondoso, discorreu sobre a individualidade de sua obra.

“Você pode impor a sua personalidade, a sua maneira de dizer e apresentar o seu trabalho… No nosso caso [Camisa de Vênus], esta dicotomia entre quem gosta ou não, me acompanha desde que eu comecei.”, lembra o artista, que fundou a banda em 1980.

E acrescenta: “Temos uma maneira muito natural de encarar isso porque não nos obriga a ficar em cima do muro para agradar as pessoas. Quem gosta do nosso trabalho, gosta de verdade; e quem não gosta, detesta.”, pontuou a voz de “Hoje”.

O evento

A celebração ainda contou com os sucessos de Maurício Gasperini, ex-Rádio Táxi; do cantor e guitarrista da 14 BIS, Cláudio Venturini; Guilherme Isnard, da banda cult Zero; Kleiton & Kledir; o cantor Clemente, da Plebe Rude e Inocentes; Sérgio Hinds, vocalista e guitarrista d’O Terço; além de Kiko Zambianchi, que já integrou o line-up de diversos festivais e o repertório de diferentes artistas com as regravações de “Primeiros Erros”. 

“Eu sempre componho, me dá um ‘know-how’ [experiência] para uma próxima música.”, conta Kiko sobre seu processo criativo. “E isso é importante porque, quando precisar, há muita opção para selecionar as melhores músicas. E esse é o segredo: continuar trabalhando. Quando você está escrevendo, você está estudando compor.”, analisou Zambianchi, criador do selo musical New House.

Com duração de aproximadamente duas horas e 30 minutos, o show foi contínuo e contou com Direção Musical do produtor e músico Paul Pesco. O norte-americano trabalhou com nomes como Madonna, Cindy Lauper, Whitney Houston, George Benson, entre outros. 

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Jornalista, Repórter de Cultura Pop e Crítica de Cinema | contatoliviasc@gmail.com