Mais duas mulheres acusaram Neil Gaiman, autor de “Sandman”, de violência sexual. Após as primeiras denúncias publicadas pelo Tortoise, em julho, o portal revelou os novos relatos contra o escritor.
Uma das denunciantes é Caroline Wallner. Ela morou morou e trabalhou em uma propriedade de Gaiman em Woodstock, Nova York, entre 2014 e 2021 com suas três filhas pequenas e seu marido, com quem esteve casada até 2017.
Segundo Wallner, após o fim do seu casamento, ela estava totalmente dependente de Gaiman em relação à moradia e trabalho.
“Houve pequenas dicas de ‘vamos precisar da casa’. E eu lembro de dizer, vamos conversar sobre isso. Vamos descobrir. Foi quando ele simplesmente veio ao meu estúdio e me fez fazer sexo oral nele.”, relatou a vítima. “E ele pode dizer que foi consensual. Mas por que eu faria isso? Foi porque eu estava com medo de perder meu lugar”, completou.
Wallner ainda conta que sempre que tentava resistir aos abusos de Gaiman, ele dava a entender que sua então esposa, Amanda Palmer, queria recuperar a casa em que a funcionária e sua família estavam vivendo. “Mas você cuida de mim e eu cuido de você”, teria dito o autor.
Mesmo após deixar a propriedade em Woodstock, o britânico supostamente teria continuado a enviar fotos e vídeos sexualmente explícitos para Wallner, e pedia para ela retribuir.
Depois que a ex-funcionária parou de responder aos pedidos de Gaiman, o gerente de negócios do escritor teria dito a ela que precisaria deixar a propriedade até dezembro de 2021.
Durante esse mesmo período, segundo conta a vítima, ela e Gaiman firmaram um acordo de confidencialidade de 275 mil dólares no qual era negado que “Wallner tenha sofrido quaisquer perdas ou danos pelos quais Gaiman seja legalmente responsável”. No entanto, após os primeiros relatos divulgados pelo podcast do Tortoise, ela decidiu tornar seu caso público.
A segunda nova acusação vem de Julia Hobsbawm. Ela conta que em 1986, quando tinha 22 anos e era uma publicitária de livros, Gaiman, então com 25, teria feito “uma investida agressiva e indesejada” no apartamento dela em Londres.
Gaiman supostamente “avançou sobre ela de repente” e forçou sua língua na boca dela, a empurrando para o sofá, antes que ela conseguisse se libertar. Após o ocorrido, Hobsbawm cortou contato com o escritor.
Histórico de acusações contra Neil Gaiman
As primeiras denúncias contra Neil Gaiman foram reveladas através do podcast “Master: the Allegations Against Neil Gaiman”, do Tortoise Media. Na produção, duas mulheres que tiveram relacionamentos consensuais com o autor, com quase 20 anos de diferença um do outro, relatam terem sofrido agressões sexuais.
O primeiro caso teria acontecido durante os anos 2000. Uma jovem identificada como K conta que conheceu Gaiman quando tinha 18 anos, em uma sessão de autógrafos na Flórida, em 2003. Ela manteve contato com ele e uma relação sexual começou quando ela tinha 20 anos e ele 40.
De acorodo com K, durante uma viagem à Cornualha em 2007, ela disse ao britânico que não queria ter relações sexuais com penetração porque tinha uma infecção urinária, mas ele foi em frente e o ato a deixou “gritando” em agonia. Gaiman nega a acusação.
Ela diz ainda que quando o relacionamento terminou, ela manteve contato amigável com o escritor, mas “À medida que fui crescendo, percebi que jovens de 18 e 20 anos, quando você está na casa dos 40, parecem crianças”.
A segunda acusação vem de uma mulher identificada como Scarlett, de 23 anos. Ela alega que Gaiman a agrediu sexualmente poucas horas após seu primeiro encontro em fevereiro de 202. Ele teria ficado nu e se juntando a ela durante um banho na residência do autor na Nova Zelândia, onde ela trabalhava como babá de seu filho.
A ex-funcionária conta que, em outra ocasião, o sexo entre eles “foi tão doloroso e tão violento” que ela perdeu a consciência. A polícia da Nova Zelândia chegou a abrir uma investigação sobre o ocorrido.
Em resposta a “Tortoise”, Gaiman afirma que as relações com ambas as mulheres foi consensual. Sobre o primeiro caso, ele alega que as declarações de K foram motivadas por “arrependimento pelo relacionamento”.
Já sobre Scarlett, o escritor diz que a ex-funcionária tem uma “condição médica relacionada a memórias falsas”. Segundo o veículo, não há comprovações médicas que fundamentam essa afirmação.
A investigação da polícia neozelandesa não foi adiante e nem houve um depoimento de Neil Gaiman, apesar de ele ter se oferecido para colaborar com os oficiais, conforme relatado no podcast.
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