Confesso que, em meu primeiro contato com um trailer de Autopsy Simulator, o jogo chamou minha atenção justamente pela qualidade gráfica que apresentava. E, apesar de se autodenominar um simulador de autópsia, traz elementos de terror, tornando-se uma opção atraente para qualquer fã do gênero.
Lançado exclusivamente para PC (pelo menos até o momento), em Autopsy Simulator assumimos o papel de Jack Hanman, um patologista responsável por realizar autópsias em casos policiais. Jack, além de patologista, sofre constantemente pela perda de sua esposa, o que o leva ao vício em bebidas e remédios controlados.
Ainda não sabendo lidar com a morte da esposa, ao longo do jogo Jack está constantemente ouvindo sua voz, vendo vultos e enfrentando o que poderia ser uma paranoia sobre o que é real ou não. Quanto mais avançamos na história, mais segredos bizarros do protagonista são revelados, além de sua sanidade, que intercala entre o trabalho, os medicamentos e sua mente, cada vez mais pregando peças… ou não.
A história de Autopsy Simulator é dividida em cinco capítulos, e em cada um deles realizamos a autópsia de um corpo diferente, sendo casos policiais distintos. Embora, à primeira vista, pareça que vamos atuar como em CSI, na verdade apenas apontamos a causa da morte e cabe à polícia fazer o resto do trabalho, seja em um homicídio, suicídio ou morte acidental. Entretanto, o foco acaba sendo constantemente a vida pessoal de Jack e como ele lida com seus problemas.
Infelizmente, a duração do jogo é outro fator afetado pelos poucos capítulos, sendo facilmente finalizado em cerca de 4 a 5 horas. Vale destacar que, mesmo que o tempo possa variar, o jogo é extremamente linear, com Jack sempre apontando o que temos que fazer em suas falas. E isso, confesso, torna o jogo exageradamente fácil, não apresentando um real desafio nas autópsias, nem mesmo para quem é muito leigo no assunto.
Outro ponto negativo que é impossível não apontar é a falta de legendas em português. Mesmo que os diálogos sejam poucos com outros personagens, é muito fácil se perder nos objetivos, principalmente em momentos onde temos que realizar uma sequência de ações para conseguir avançar na narrativa ou concluir a autópsia de um corpo.
A trilha sonora é outro ponto decepcionante, ou melhor, a falta dela de fato. Durante o jogo inteiro é apenas um mesmo toque instrumental, tão irritante que em determinado ponto do jogo eu tive que desligar. Uma oportunidade perdida para apostar em uma boa trilha, principalmente durante os momentos de maior tensão.
Apesar de tudo, Autopsy Simulator entrega bons sustos nas partes com elementos de terror. Principalmente em sua ambientação um tanto quanto angustiante e o apreço que pegamos por Jack em sua rotina desgastante. Até é possível se identificar com: trabalho, dormir, acordar, trabalho e repetir como em um loop.
Além da ambientação, o jogo entrega gráficos bonitos e uma minuciosidade em cada detalhe do corpo. Para quem tem estômago mais fraco, é possível censurar nas opções para deixar tudo mais “light”.
Mesmo com gráficos bonitos, Autopsy Simulator não é um jogo pesado, rodando tranquilamente nas configurações máximas no meu PC (I7 12700, 32GB de RAM e RTX 3070). Porém, o jogo apresenta alguns problemas de “engasgos”, na maior parte das vezes entre a transição de cenários, como ao passar por portas.
Conclusão
Autopsy Simulator é um jogo que chega a ser angustiante pelo seu realismo, porém acaba sendo curto demais, com uma narrativa mal aproveitada focando apenas em Jack Hanman e seus problemas pessoais, deixando de lado o potencial que poderia ter focado mais nas autópsias.
