Bem Feito

Review | Bem Feito acerta no mistério, mas erra na falta de profundidade

Confesso que muito pouco eu sabia sobre as tão famosas “creepypastas”, apesar de já ter jogado alguns jogos que se popularizaram por isso, como Slenderman, por exemplo. 

Para você que está lendo e não faz ideia do que se trata o termo. Creepypasta na prática são contos de terror, que foram compartilhados na internet, e a partir daí, a obsessão coletiva fez com que perdesse a noção do que é real ou o que não é, relacionado a aquela lenda. 

Como é o caso do Slenderman, que começou a supostamente aparecer em fotos reais e se tornar viral, quanto a realidade ou não, daquele ser sobrenatural. Porém não estamos aqui para falar dele, mas sim do jogo Bem Feito.

Bem Feito

Bem Feito e o mistério da Megasoft

Desenvolvido pela oiCabie e publicado pela QUByte Interactive, Bem Feito é um desses jogos que explora as misteriosas lendas das Creepypastas. No que inicialmente parece ser apenas um jogo fofinho e tranquilo.

No final dos anos 90, em Minas Gerais, supostamente a empresa Megasoft surgia. Criando um console portátil, o Jogaroto, com a intenção de repetir o sucesso do Gameboy. Em seu lançamento, além do console, claro, um jogo o acompanhava, Bem Feito. 

Bem Feito

Se tratando de um simples jogo de fazendinha, onde fazemos tarefas diárias do jovem Reginaldo, na sua vida cotidiana. Entretanto, por algum motivo desconhecido, o portátil e o jogo sumiram do mapa, literalmente. 

Pessoas que um dia disseram ter tido em mãos um Jogaroto, agora não sabem mais se sequer existiu ou se não foi apenas fruto de sua imaginação. Até mesmo pessoas que, chegaram a vasculhar mais sobre a existência da empresa, começaram a sumir, de forma bem misteriosa.

Não bastasse isso, chega em nossas mãos um emulador do portátil, chamado de Garotron OS e claro, uma ROM do famoso Bem Feito. Junto deles, diversos arquivos criptografados e protegidos por senha. 

Reginaldo

Mecânicas do jogo

De início, tudo parece mais uma área de trabalho do computador, com vários ícones. Dentre os ícones, lá está Bem Feito, um jogo simples e com mecânicas tão simples quanto. 

A cada dia que acordamos com Reginaldo, uma lista de tarefas do dia está pregada na geladeira. Os objetivos vão de: varrer a casa, retirar o lixo, lavar as louças, regar as plantas, cortar a grama, ler cartas e por aí vai.

Bem Feito

Com um sorriso gigantesco no rosto, ao fim de cada dia Reginaldo vai descansar, para iniciar mais um novo dia e novas tarefas. Mas tudo fica extremamente bizarro quando, nas tarefas do dia, começa ter um “bug”, onde pelo menos uma delas consiste em fazer algo ruim, seja envenenar um amiguinho ou eletrocutar outro. 

A cada dia, as coisas pioram, com Reginaldo interagindo cada vez mais com o jogador, como se tivesse vida própria. O jogo até te obriga a excluir o save, para que consiga continuar jogando. 

Apesar de não ser longo, durando cerca de meia hora, Bem Feito brinca de forma genial com o fato das escolhas, onde você fazer o mal, colherá o mal. E um detalhe é que o jogo possui mais de um final, valendo assim a rejogada. 

Bem Feito

História além do jogo

Lembra dos arquivos criptografados citados lá atrás? Pois é, em determinado momento será possível acessar eles. Cada arquivo contém uma informação mais bizarra sobre a tal Megasoft.

Porém, infelizmente, o estúdio não aproveitou a oportunidade para fazer uma história com mais profundidade. Causando a famosa reação, “é só isso?”, após explorar todos os arquivos e refazer algumas runs para obter diferentes finais. 

Apesar da intenção de retratar uma lenda antiga, com fotos de baixa resolução, o título joga fora a chance de incluir mais segredos. E detalhe que graficamente o jogo usa e abusa dos visuais pixelados, nada buscando o realismo. 

Até mesmo a trilha sonora explora em sons característicos de jogos dos anos 90, com aqueles toques irritantes aos ouvidos e faixas repetitivas. Felizmente, claro, por ser um jogo brasileiro o jogo possui legendas em português.

Bem Feito

Conclusão

Bem Feito é realmente um jogo bem feito, que explora teorias bizarras das Creepypasta, além de um lado investigado surpreendente, em uma primeira jogada. Porém, a falta de profundidade da história, mais mistérios e curiosidades, faz com que o jogo se torne repetitivo até mesmo para uma segunda jogada buscando finais alternativos, já que facilmente você terá decorado e explorado tudo na primeira zerada. 

Obs: Análise realizada no Xbox Series X com código enviado pela QUByte Interactive.

Outras reviews:

Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas