Prepare-se para entrar no inferno! DOOM: The Dark Ages chegou rugindo como um demônio sedento por sangue, trazendo consigo uma nova era para a icônica franquia da id Software. Lançado no dia 15/05/2025, o jogo está disponível para Xbox Series X|S, PlayStation 5 e PC, com um bônus especial para os assinantes do Xbox Game Pass, onde já pode ser jogado desde o dia de lançamento. O hype era grande e, acredite, The Dark Ages entrega tudo com gosto de sangue e muita brutalidade.
O que é DOOM? Um legado de carnificina
Para quem não conhece, DOOM é um dos pilares da história dos jogos de tiro em primeira pessoa. A franquia nasceu em 1993 e desde então definiu (e redefiniu) o gênero com seu ritmo acelerado, arsenal pesado e hordas infernais. Após o reboot de 2016 com DOOM e sua continuação “DOOM Eternal” em 2020, a saga do Slayer se reinventou com combates acrobáticos, execuções brutais e uma trilha sonora de metal que não dava descanso.

Agora, com The Dark Ages, a id Software nos leva a um passado sombrio, anterior aos eventos de “DOOM” (2016), para mostrar a origem do Slayer e o resultado é um verdadeiro banho de sangue medieval que redefine brutalidade.
Brutalidade renovada
Se você achava que a carnificina de DOOM Eternal já era o ápice, espere até encarar o campo de batalha em The Dark Ages. O combate está mais frenético, desafiador e violento do que nunca. Ficar parado é sinônimo de morte. Os inimigos são rápidos, inteligentes e aparecem aos montes, exigindo movimentação constante, troca estratégica de armas e o uso criativo de habilidades.
Uma das principais mudanças está no ritmo dos combates, que foi ajustado para refletir a nova ambientação medieval. Em vez da movimentação aérea acrobática e das esquivas constantes de Eternal, aqui o foco está no controle do espaço e na gestão do tempo de combate. O Slayer se move como uma verdadeira fortaleza ambulante mais pesado, mais imponente, mas ainda letal.
Essa escolha afeta diretamente a dinâmica das batalhas. A ação continua intensa, mas agora exige uma abordagem mais tática e metódica. É essencial dominar o posicionamento, saber quando bloquear com o escudo e escolher o momento certo para atacar. A sensação é de que cada movimento tem peso, e cada decisão importa.

Não dá mais para sair se esquivando sem pensar, cada movimento precisa ser calculado. Aprendi a usar o ambiente a meu favor, aproveitando cada canto, cada obstáculo para virar o jogo a meu favor. Priorizar os alvos virou regra, porque atacar tudo de uma vez só não funciona mais.
Apesar da ambientação medieval, o ritmo não desacelera pelo contrário, fica ainda mais intenso. A nova arma corpo a corpo, essa maça gigante cheia de espinhos e energia arcana, é um espetáculo à parte. Cada golpe que desferi parecia uma explosão de destruição, e é impossível não sentir o poder correndo pelas minhas mãos.
O escudo do Slayer, inspirado em armamentos medievais, permite bloquear e lançar ataques em ricochete quando funciona, é claro (falaremos dos bugs mais adiante).
Mechas, dragões e heavy metal: a fórmula do sucesso
A campanha de The Dark Ages é direta ao ponto: chegue, mate demônios, avance, mas faz isso com estilo e variedade impressionantes. Desde os primeiros combates, o jogo alterna entre tiroteios brutais, seções de exploração e momentos épicos que surpreendem.
Um dos pontos altos, sem dúvida, é quando você pilota o Atlan, um mecha colossal no maior estilo “Círculo de Fogo”, cada soco é uma explosão de pura destruição. Mais adiante, a campanha eleva ainda mais a escala ao permitir que você monte em um dragão, enfrentando demônios em intensas batalhas aéreas cinematográficas.

(Captura por Vincent Anthony)

Durante essas sequências, perseguições no céu se misturam a rajadas de fogo, explosões e solos de guitarra insanos. Além disso, a trilha sonora que mescla metal industrial, rock pesado e orquestra amplifica a adrenalina e embala a ação com perfeição.
Campanha direta, mapa semiaberto e segredos recompensadores
A estrutura de DOOM: The Dark Ages mantém a essência clássica da franquia, apostando em uma campanha linear, porém densamente recheada de exploração opcional. Logo nos primeiros níveis, fica evidente que os mapas foram cuidadosamente projetados em estilo semiaberto, oferecendo múltiplos caminhos, passagens secretas, áreas de desafio e segredos bem escondidos.
Além disso, a verticalidade dos cenários ganha ainda mais destaque graças ao design das arenas e à movimentação fluida do Slayer. Não é incomum, por exemplo, encontrar plataformas altas, passagens subterrâneas ou rotas alternativas que recompensam os jogadores mais curiosos.

Explorar cada canto do mapa compensa bastante. Você pode encontrar desde cosméticos exclusivos, que alteram o visual do Slayer e suas armas, até itens funcionais de grande valor, como upgrades permanentes de vida, armadura e munição. Em outras palavras, o jogo incentiva e recompensa o jogador que sai da rota principal para investigar os arredores.
Adicionalmente, há colecionáveis temáticos, registros de lore e até artefatos que desbloqueiam arenas de combate extras ou desafios especiais. Esses elementos não apenas aumentam a rejogabilidade, mas também aprofundam a ambientação e o universo do jogo.
Gráficos impressionantes e atmosfera imersiva
Visualmente, The Dark Ages é um espetáculo técnico e artístico em todos os sentidos. O jogo leva a franquia para uma nova direção estética, misturando com maestria o design medieval com a brutalidade grotesca do inferno.
Como resultado, os ambientes se tornam verdadeiramente únicos e memoráveis, variando entre fortalezas destruídas, cavernas demoníacas, florestas amaldiçoadas cobertas por névoa espessa e cidades em ruínas tomadas por criaturas infernais.


(Captura por Vincent Anthony)
Além disso, a direção de arte impressiona pela riqueza de detalhes, desde os entalhes em colunas de pedra até os símbolos arcanos desenhados com sangue. A iluminação dinâmica, por sua vez, é usada de forma inteligente para guiar o jogador, criar tensão e destacar elementos importantes da cena. Não raro, sombras projetadas por tochas tremeluzentes ou relâmpagos repentinos contribuem para uma atmosfera densa e opressora.
No aspecto sonoro, a trilha sonora cumpre um papel essencial. Mais uma vez assinada por um time afiadíssimo, ela é crucial para manter tanto a tensão quanto a empolgação. Durante os combates mais intensos, riffs pesados e batidas aceleradas entram em cena, sincronizando-se com a ação frenética e fazendo o jogador sentir que está literalmente esmagando demônios no ritmo da música.
Erro 666: Problemas no Inferno
Nem tudo são flores ou sangue. Durante minha jogatina de The Dark Ages, embora a experiência tenha sido amplamente positiva, alguns problemas técnicos surgiram e prejudicaram momentaneamente a imersão.
- Em primeiro lugar, em áreas com muitos inimigos e efeitos visuais, notei que algumas texturas demoravam a carregar. Como resultado, isso acabava quebrando a sensação de realismo que o jogo constrói tão bem.
- Além disso, tive problemas com o escudo, que, por vezes, ficava travado e não era lançado nos inimigos como deveria. Esse problema, embora não constante, impactava diretamente a dinâmica de combate.
- Por fim, em certos momentos, não consegui interagir com objetivos, o que me forçou a reiniciar o último checkpoint para conseguir prosseguir. Ainda que isso tenha ocorrido poucas vezes, foi o suficiente para interromper o ritmo da jogabilidade.
Apesar dessas falhas pontuais, vale destacar que elas não comprometem a qualidade do jogo como um todo. Com a chegada de patches de atualização, é muito provável que esses bugs sejam corrigidos, garantindo uma experiência ainda mais sólida no futuro.
O futuro do Slayer: DLCs e mais destruição a caminho
Com base no histórico da id Software, é seguro esperar que DOOM: The Dark Ages receba expansões e conteúdos extras nos próximos meses. Historicamente, a desenvolvedora aposta em DLCs robustos, que costumam incluir novas áreas, armas inéditas, inimigos ainda mais grotescos e, em alguns casos, modos de jogo adicionais.
Além disso, a comunidade já especula sobre conteúdos focados no passado de personagens secundários ou em novas ameaças vindas das profundezas infernais.

Não seria surpresa, por exemplo, vermos missões ambientadas em outros planos ou flashbacks com perspectivas diferentes. Paralelamente, a id mantém o hábito de lançar atualizações gratuitas com melhorias técnicas, balanceamento e desafios semanais. Portanto, tudo indica que a longevidade do jogo será garantida tanto por conteúdos pagos quanto por suporte contínuo.
Conclusão: uma nova era de sangue, fogo e glória
DOOM: The Dark Ages é uma evolução natural e gloriosa da fórmula que consagrou a franquia. Ele não apenas mantém a ação frenética, a violência exagerada e a trilha sonora pesada, como também introduz novidades marcantes, como a ambientação medieval, o Atlan, o Serrat e uma direção de arte impecável.
Durante toda a campanha, minha experiência foi épica: vibrei, suei, xinguei e sorri enquanto esmagava demônios com minha maça e voava em meio ao caos. Embora alguns bugs pontuais apareçam, nada compromete o impacto geral da jornada.
Para os fãs da série ou amantes de jogos de ação, este é um título obrigatório. Afinal, se o inferno tem uma nova forma, ela é ainda mais sangrenta, brutal e implacável. O Slayer voltou, e com ele, o caos absoluto.
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