Commandos: Origins

Review | Commandos: Origins – A Gênese da Série que Definiu um Gênero

Preparado para voltar às trincheiras? Commandos: Origins chegou como um chamado nostálgico e eletrizante para os veteranos da série, ao mesmo tempo em que abre as portas para uma nova geração de jogadores. Desenvolvido pela Claymore Game Studios, o título está disponível para PC, Xbox Series X|S, PlayStation 5, e também disponível no catálogo do Xbox Game Pass.

Trailer oficial de lançamento de Commandos: Origins

Este novo capítulo busca reconectar os fãs com as raízes do gênero tático em tempo real, ao mesmo tempo que reconstrói a mística da lendária equipe que desafiou o impossível durante a Segunda Guerra Mundial.

De volta às origens do combate estratégico

Funcionando tanto como um ponto de entrada quanto como uma carta de amor aos jogos clássicos da franquia, Commandos: Origins acompanha os primeiros passos de Jack O’Hara, o icônico Boina Verde, ao lado de seus cinco companheiros de elite cada um com habilidades únicas e um papel fundamental nas operações.

Somos lançados diretamente no coração do conflito, liderando essa unidade altamente treinada por trás das linhas inimigas, em missões que envolvem sabotagem, espionagem, infiltração e assassinatos silenciosos.

Desde os primeiros minutos, o jogo deixa claro que sua proposta permanece fiel à essência do gênero RTT (Real-Time Tactics): o planejamento cuidadoso, a análise do ambiente e o uso inteligente dos personagens são cruciais. Diferente dos jogos de ação direta, aqui o sucesso vem da paciência, da observação precisa dos padrões inimigos e de uma execução sincronizada das estratégias traçadas.

Imersão no fronte

Commandos: Origins atua como uma prequela dos eventos clássicos da série. O jogo revela como os seis membros da equipe se conheceram e começaram a operar juntos. Embora não aposte em longos diálogos ou enredos complexos, há uma progressão narrativa clara. Aos poucos, o relacionamento entre os personagens se aprofunda e a identidade do grupo se consolida.

Visualmente, o jogo mescla fidelidade com uma estética levemente estilizada, lembrando quadrinhos de guerra. As cores são bem definidas e as silhuetas, contrastantes. Isso garante excelente legibilidade do campo de batalha, algo essencial em um jogo que exige leitura tática constante.

Os cenários são ricos em detalhes. Há grande variação entre bunkers congelados, florestas europeias densas, pequenas vilas francesas e os desertos escaldantes do norte da África. A trilha sonora orquestrada contribui para a imersão. Ela intensifica a tensão nos momentos decisivos e recua nos trechos de observação e planejamento.

Os efeitos sonoros também merecem destaque. Passos furtivos abafados, sussurros táticos entre os membros da equipe e o estalar de equipamentos reforçam a atmosfera de clandestinidade e perigo constante.

O peso da estratégia

Ao longo de suas missões, Commandos: Origins reafirma seu DNA tático. A visão isométrica clássica retorna, agora com animações suaves e controles intuitivos. Cada personagem possui um conjunto específico de habilidades, desde o uso de disfarces até manipulação de explosivos e saber quando e como utilizá-las é fundamental para o sucesso.

As missões são variadas e bem desenhadas: sabotagens de linhas férreas, sequestros de oficiais, roubos de documentos secretos, resgates ousados e fugas milimetricamente cronometradas. Cada situação demanda soluções criativas e um entendimento profundo das capacidades da equipe. Aqui, não há espaço para ações impensadas: a imprevisibilidade raramente é recompensada.

Além disso, o jogo introduz ferramentas modernas como o modo de pausa tática, que permite planejar ações simultâneas com precisão, e um sistema de marcação de inimigos, essencial para coordenar ataques sincronizados ou evitar detecção. A interface foi modernizada e torna mais acessível a navegação entre personagens e o uso das habilidades, sem comprometer a complexidade tática.

Modos cooperativos: sincronização ou fracasso

Commandos: Origins possui modos cooperativos, tanto online quanto em tela dividida local. Como resultado, isso transforma completamente a experiência: dois jogadores podem dividir o comando da equipe e realizar missões em conjunto, o que exige comunicação constante, divisão de tarefas e sincronia cirúrgica.

Nesse sentido, o multiplayer se mostra empolgante e desafiador, um verdadeiro teste de coordenação entre parceiros. No contexto do modo cooperativo, cada jogador assume o controle de um ou mais personagens da equipe, e a dinâmica de jogo se torna muito mais tática. Com isso, estratégias que seriam difíceis de executar sozinho ganham fluidez com dois jogadores trabalhando em harmonia.

Um pode atrair a atenção dos inimigos enquanto o outro contorna pelas sombras; ou então realizar eliminações simultâneas em pontos distintos do mapa. Esse tipo de interação favorece não apenas a eficiência, mas também a imersão.

Acessibilidade e curva de aprendizado

Commandos: Origins oferece uma curva de aprendizado gradual, com tutoriais bem integrados que ajudam novos jogadores a entenderem as mecânicas sem torná-las simplistas. Há um leve sistema de progressão, onde novas ferramentas e habilidades são desbloqueadas conforme as missões avançam e o grupo se torna mais entrosado.

Apesar de acessível para iniciantes, Commandos: Origins mantém seu foco na habilidade do jogador, e não no poder acumulado por progressão. Cada missão exige atenção e precisão, especialmente nas dificuldades mais altas, onde um único erro pode comprometer todo o plano.

O jogo recompensa a paciência e a estratégia, favorecendo quem aprende com os próprios erros. No entanto, esse estilo não agrada a todos. Por ser um jogo tático, o ritmo é mais lento, exigindo observação e timing preciso para agir, o que pode frustrar jogadores acostumados a ação direta.

A curva de aprendizado, combinada à dificuldade implacável, torna a experiência exigente. Ainda assim, para fãs do gênero, o jogo oferece uma recompensa única: a satisfação de executar um plano perfeito.

Uma origem digna do legado

Commandos: Origins cumpre o que promete com louvor. Ele resgata a alma da franquia e a reintroduz em um ambiente moderno, sem perder a identidade clássica que consagrou a série. É um jogo feito com evidente respeito à seus antecessores, mas com os olhos voltados para o futuro.

O resultado é uma experiência desafiadora, imersiva e profundamente recompensadora, ideal para jogadores que valorizam estratégia, paciência e atenção aos detalhes.

Embora possa afastar aqueles que preferem ação frenética e combates constantes, o jogo se destaca ao oferecer mecânicas refinadas de infiltração, oportunidades para planejamento meticuloso e uma ênfase marcante na precisão e no timing para eliminar alvos de forma silenciosa e eficiente. Para os fãs de stealth e táticas cuidadosas, é uma verdadeira joia.

No fim, Commandos: Origins não apenas honra o legado da franquia ele prova que o comando ainda vive, e está mais letal do que nunca.

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Gamer apaixonado | Viciado em boas histórias | Explorador de mundos. Entre batalhas épicas, reviravoltas de tirar o fôlego e mundos fascinantes, estou sempre em busca da próxima grande aventura.