O EA Sports FC 25 chegou oficialmente ao público geral nesta sexta-feira (27) com a promessa de ser, de fato, um novo jogo em comparação ao último título da popular franquia da EA.
Confira então uma review detalhada do novo jogo, que está disponível para para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X|S. A versão utilizada para análise foi a da atual geração de consoles.
Vale destacar que esta review é focada nos modos offline, trazendo uma perspectiva maior das novidades tragas pela EA Sports, que parece querer atingir quem busca um maior realismo nesta edição – mas será que consegue?
Como está a jogabilidade?
Vamos abrir mão do suspense e começar pelo “elefante na sala”: a jogabilidade tem pontos positivos a serem mencionados. Os jogadores ainda parecem “patinar” sobre o campo e a gameplay padrão segue acelerada, mas a EA enfim deu ouvidos a parte de seu público e adicionou a opção de “Simulação” nas configurações, que visa aproximar a experiência de uma partida real de futebol.
Na prática, não é nada além do que uma configuração dos famigerados “sliders“, presentes na franquia há anos, mas funciona dentro de suas limitações. Os problemas da jogabilidade voltada para o competitivo ainda são bem perceptíveis, porém o comportamento em campo, tanto da CPU quanto do time controlado, funciona melhor, inclusive a marcação, algo problemático há anos para os que buscam realismo na franquia.
Inclusive, fui surpreendido até mesmo com duas partidas sem gols, além de experenciar poucas goleadas, algo inimaginável nas últimas edições. No entanto, fica o alerta: assim como em outras edições, atualizações que mudam a jogabilidade devem começar a chegar e, com o passar dos meses, a tendência é que fique cada vez mais difícil simular algo próximo da realidade no FC 25.
O EA FC 25 dança com as táticas, mas não surpreende
Aqui vejo um ponto levemente intrigante. A EA abusou de seu marketing para destacar a inteligência artificial “FC IQ” e como ela afetaria a jogabilidade e toda a parte tática de seu game, visando assim agradar a todos os tipos de jogadores.
De fato há uma nova experiência no menu de táticas, sendo possível até mesmo direcionar a cada jogador uma função diferenciada em campo – algo já visto anteriormente na franquia, mas de forma mais “rasa”.
Com alguns dias de gameplay, porém, confesso não ter percebido tanto esse impacto prometido pela EA, além de não ter encontrado a opção de personalizar manualmente as formações, como era possível anteriormente na franquia.
Ainda assim, é possível perceber que, ao menos por enquanto, os jogadores comportam-se melhor em campo no FC 25, o que parece ser um efeito positivo do FC IQ.
CRANIUM é uma grata surpresa
A EA Sports assustou grande parte da comunidade ao anunciar que implementaria o uso de IA em sua franquia de futebol, com o já citado FC IQ e a tecnologia CRANIUM.
Se no caso do FC IQ ainda não pude apontar com exatidão os efeitos positivos e negativos, as consequências da ferramenta para moldar melhor corpos e rostos de jogadores me parecem claras no FC 25.
A adesão foi extremamente positiva para os amantes dos modos offline. A maior fidelidade nas faces fica ainda mais perceptíveis em craques e treinadores que não possuem seus rostos escaneados pela EA.
Ainda é possível separar com certa tranquilidade, porém, em alguns casos, rostos “genéricos” me fizeram refletir se realmente não se tratam de faces escaneadas. De qualquer forma, temos aqui uma enorme evolução, visto a grande quantidade de faces genéricas incompatíveis com a realidade em edições passadas da franquia.
Além disso, a maior gama de possibilidades que CRANIUM trouxe ao jogo faz com que a criação de treinadores e jogadores torne-se mais interessante, trazendo assim um tempero interessante para o Modo Carreira.
As cenas de entrada estão de volta
A ausência inexplicável das cenas de entrada foi algo muito criticado por grande parte da comunidade no EA FC 24. Aqui a EA parece ter dado ouvidos novamente aos players ao fazer o mínimo: retornar com as cenas de entrada, dando ao jogador a opção de decidir antes de cada partida mantê-las ou não.
RUSH não passa de um “novo VOLTA”
Outra adição que foi muito apontada pela desenvolvedora em seu material de divulgação foi o novo modo “RUSH”, que visa claramente surfar no sucesso de campeonatos amadores populares, como a “Kings League”.
Basicamente, o modo proporciona um duelo 4×4 em um campo reduzido, com regras exclusivas, além de contar com um estádio próprio para ele no game. Na prática, até diverte inicialmente, mas torna-se fácil enjoar, assim como foi com o modo VOLTA nas últimas edições.
Particularmente, achei muito fácil vencer as partidas do RUSH, mesmo jogando na mesma dificuldade da gameplay original, mas atualizações futuras devem balancear melhor o modo.
E o Modo Carreira?
Com a promessa de uma maior imersão e uma grande quantidade de novidades anunciadas – algo que não víamos a muito para o Modo Carreira – a EA Sports conseguiu captar ao menos a atenção de alguns grupos de jogadores que já haviam abandonado ou perdido grande parte do interesse no FC.
Como esperado, nada que realmente revolucione a experiência foi acrescentado, mas adesões positivas foram feitas, o que já podemos apontar como um grande avanço em comparação com as últimas edições do game.
Sua carreira mais personalizável
Dois pontos fazem por merecer destaques positivos nesta seção e aqui está um deles: agora é possível personalizar melhor o cenário antes de iniciar uma carreira.
Além de podermos começar a qualquer momento conforme a temporada real, também há opções extras como suspensão de transferências, optar ou não por utilizar olheiros e o nível de expectativa da diretoria sobre o seu trabalho.
A base vem forte no EA FC 25
A segunda adição de maior destaque positivo trata-se de algo pedido a muito tempo pelos amantes de Modo Carreira: uma categoria de base mais viva.
Agora, os jogadores gerados condizem mais com a realidade. Ainda não tive a oportunidade de avançar algumas temporadas para comprovar, mas a EA promete que será possível perceber até mesmo uma evolução física nos jovens formados na base de seu time.
Além disso, os esporádicos torneios de base, que consistem em partidas do modo RUSH, tornam até o mesmo mais interessante, visto que podemos jogar e conhecer melhor os jovens talentos, além de ajuda-los a evoluir mais rápido.
RUSH mais interessante (Captura: @modocarreiraextreme)
Menus podem dividir opiniões
Devo confessar que, inicialmente, não me encantei pelo novo menu do Modo Carreira. Porém, a estranheza deve ser superada com o tempo. Um ponto positivo é o fato do próprio jogo destacar as tarefas mais importantes antes de cada partida, otimizando assim boa parte do tempo fora de campo.
As redes sociais chegaram ao EA Sports FC
As redes sociais já haviam sido simuladas anteriormente na franquia pelo extinto modo “The Journey”, mas nunca foram implementadas no Modo Carreira. Agora, a aba de notícias foi substituída por uma área com comentários da imprensa e de fãs, trazendo, mesmo que ainda de forma um pouco genérica, uma maior imersão ao modo.
Demorou, mas as “minas” chegaram ao Modo Carreira
Desde a inclusão de times femininos à franquia, parte da comunidade pedia a opção de jogar com eles no modo carreira. Agora, será possível iniciar um Modo Carreira Feminino, podendo até mesmo migrar entre as modalidades durante o mesmo save.
Para isso, a EA Sports tratou de adicionar novas ligas do futebol feminino ao game, proporcionando assim uma experiência mais completa para quem optar por aventurar-se com as “minas” no Modo Carreira.
Modo Jogador é o maior “efeito placebo” desta edição
Talvez a maior “decepção” dessa edição. Tudo indicava que o Modo Carreira Jogador receberia atualizações que revolucionariam a forma de joga-lo, mas tudo não passou de “placebo”.
Agora, podemos selecionar, dentre poucas opções, uma história de origem para o nosso craque, o que realmente traz mais autenticidade e afeta na forma como começamos cada carreira, mas não possuem qualquer importância no decorrer da aventura.
Além disso, a opção de podermos selecionar grandes ídolos do passado no futebol para começarmos é algo confuso, visto que todos já iniciam no auge, mesmo que ainda jovens, além de não ser possível aposenta-los para utilizar como treinadores – o que me decepcionou bastante, devo confessar.
Licenças são a maior baixa do EA Sports FC
Se a adição das ligas femininas foi citada a pouco como algo positivo, temos de destacar também o outro lado da moeda. Já são algumas edições que não recebemos novas ligas e novos times masculinos interessantes ao game e o fim da parceria com a Fifa parece ter piorado bastante as coisas…
Futebol brasileiro segue “jogado pra escanteio”
Aqui temos o esperado: times brasileiros presentes apenas para jogar a Libertadores no modo Torneio e repletos de jogadores genéricos. Além disso, a Seleção Brasileira continua de fora do jogo da EA Sports.
Você pode conferir melhor como estão os clubes brasileiros em uma matéria publicada recentemente aqui no Conecta Geek:
Menos seleções e gigantes “genéricos”
A seleção canarinho, porém, não é a única baixa entre os representantes internacionais no game. Com o fim da parceria com a Fifa, poucas seleções permaneceram ou chegaram ao jogo.
O ponto que mais decepciona, porém, é a ausência de alguns clubes de forma licenciada na Itália. Apesar de obter os direitos de imagem das duas divisões do país, o FC 25 conta com versões genéricas de gigantes italianos, como Internazionale e Milan.
O que piora esse cenário é a “preguiça” – ou cautela – da EA para criar ao menos nomes e escudos próximos da realidade. Além disso, os uniformes genéricos são pavorosos, tornando a experiência de quem deseja jogar o Campeonato Italiano em algo cómico e ao mesmo tempo revoltante.
EA Sports FC 25 vale a pena?
Se compararmos com as últimas edições, enfim podemos enxergar a maior “liberdade” que a EA Sports alegou que teria com o fim da parceria com a Fifa. Definitivamente, o EA Sports FC 25 passa uma primeira impressão mais positiva que nos últimos anos, mas ainda não empolga como no passado já distante da franquia.
Os modos online ainda tornam a série extremamente lucrativa, facilitando a prioridade dos criadores. Porém, é possível enxergar lampejos de preocupação da EA em tornar o FC de fato “o jogo de todos”, dando mais atenção aos jogadores casuais e que curtem os modos offline.
Pela primeira vez em alguns anos, seria injusto aponta o FC 25 apenas como uma “atualização” do último título. Ainda assim, a indicação é a mesma das últimas edições: espere uma promoção! As novidades não justificam o valor de lançamento e não deve demorar muito para que o game receba um preço ao menos mais próximo do justo.
Obs: Essa análise foi realizada graças a nossa parceira Nuuvem.
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