Review| Final Fantasy Tactics - The Ivalice Chronicles agrada os fãs e facilita a entrada de novos jogadores para os RPGs táticos
Square Enix/Divulgação

Review| Final Fantasy Tactics – The Ivalice Chronicles agrada os fãs e facilita a entrada de novos jogadores para os RPGs táticos

Há quase três décadas, Final Fantasy Tactics definiu o padrão para o gênero de RPGs táticos. Sua história complexa, sistema de jobs profundo e combate estratégico em grade conquistaram uma legião de fãs, tornando o jogo original de PS1 um clássico atemporal. Agora, com o lançamento de Final Fantasy Tactics – The Ivalice Chronicles, a Square Enix se aventura a reviver essa lenda para uma nova geração de consoles. Mas será que a modernização foi capaz de capturar a mesma magia que a inconfundível pixel art e a trama política de outrora?

Quando um título tão reverenciado como Final Fantasy Tactics ganha um remake, as expectativas são gigantescas. The Ivalice Chronicles não se intimida e busca honrar o legado do original enquanto o transporta para a era moderna. O jogo, lançado para consoles, tenta ser a ponte entre a nostalgia dos veteranos e a acessibilidade para os novatos, e em grande parte, acerta no alvo, mas com condições significativas para os puristas.

Jogabilidade e as melhorias

A essência do combate em grid 3D e o aclamado sistema de jobs estão de volta, mais refinados do que antes na versão clássica. A navegação com o controle é intuitiva; a câmera, agora totalmente livre, permite uma visão panorâmica e detalhada do campo de batalha. As melhorias de qualidade de vida são imediatas e bem-vindas: menus de habilidades mais organizados, loadings praticamente inexistentes e um recurso de aceleração de batalhas que agiliza a repetição de missões.

Captura de tela – Square Enix

O dilema da modernização

A mudança mais drástica e divisiva está nos visuais. A icônica pixel art do PS1, com seus sprites detalhados e cenários pintados à mão, é substituída por modelos 3D poligonais de alta resolução, com cel-shading para emular a arte do clássico. Embora os personagens e monstros sejam bonitos e expressivos, a transição para o 3D remove um pouco daquele “charme artesanal” que os veteranos tanto amam.

Captura de tela – Yan Moreira

A performance nos consoles de última geração é impecável., o jogo roda a 60 FPS (Frames por segundos) estáveis, mesmo nas batalhas mais caóticas. Os efeitos de magia e as invocações são visualmente impressionantes, transformando-se em verdadeiros espetáculos de luz e cor. Comparado ao original, que sofria com lentidão em certas magias e ataques, o novo jogo é incrivelmente fluido.

Captura de tela – Xbox

História

A grande aposta de The Ivalice Chronicles era simples, mas arriscada: manter a trama que fez do original um dos melhores RPGs da história. A boa notícia é que o jogo é um remake fiel, capturando com perfeição a intrincada e sombria história da Guerra dos Leões. Cada traição, aliança e reviravolta política da jornada de Ramza Beoulve é recriada com um cuidado reverencial, desde o julgamento inicial de Orbonne até o confronto final.

Captura de tela – Yan Moreira

A principal melhoria narrativa reside na execução. As cenas, antes apresentadas em texto com pequenas ilustrações, agora ganham vida com modelos de personagens em alta definição, expressões faciais e, o mais importante, dublagem completa, a adição de vozes aos personagens traz um peso dramático sem precedentes, transformando o silêncio do original em diálogos cheios de emoção e tensão em momentos icônicos.

Veredito

Final Fantasy Tactics – The Ivalice Chronicles não é apenas uma homenagem; é a versão definitiva de um dos maiores RPGs de todos os tempos. Ele moderniza a fórmula com maestria, tornando a experiência mais fluida, acessível e visualmente deslumbrante. Para um jogador que nunca teve contato com o original, este é, sem dúvida, o melhor ponto de partida.

Captura de tela – Square Enix

Para os puristas, a mudança da inconfundível pixel art para o 3D ainda pode ser uma questão de preferência, mas a fidelidade à jogabilidade e, mais importante, à história, torna qualquer crítica estética secundária. É um jogo que consegue ser familiar e novo ao mesmo tempo. Ele não apaga o legado do original, mas o celebra, garantindo que a saga de Ramza continuará inspirando por muitos anos.

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