Back to the Dawn
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Review | Fuga, conspirações e escolhas: conheça Back to the Dawn

Imagine acordar em uma cela, acusado injustamente, cercado por criminosos perigosos em meio a uma trama de corrupção que ameaça destruir toda a cidade. Em Back to the Dawn, o desafio vai além de sobreviver: é preciso encontrar aliados e arquitetar uma fuga. Tudo isso em um universo habitado por animais antropomórficos com histórias densas e escolhas narrativas de impacto real.

Back to the Dawn é um RPG narrativo de fuga da prisão com elementos de sobrevivência, desenvolvido inicialmente para PC e futuramente adaptado para consoles. Ambientado em um cenário sombrio, o jogador pode assumir o papel de Thomas, a raposa, ou de Bob, a pantera — personagem incluído na versão mais recente para consoles —, cada um com tramas independentes e únicas.

O título combina combate por turnos com simulação da vida carcerária. A cada dia, é necessário gerenciar rotinas que envolvem alimentação, treinamento e interações sociais com outros detentos, além de coletar informações, explorar rotas de fuga (o que possibilita múltiplos finais), lidar com NPCs distintos — todos com histórico próprio — e tomar decisões que influenciam diretamente os rumos da história.

Um dos destaque é a forma que o jogo te dá liberdade para explorar, manipular e sobreviver, com uma curva de aprendizado equilibrada. Há também uma atenção especial para a Inteligência Artificial (IA) dos NPCs, que se comportam de forma condizente com sua lore e alianças internas.

A inclusão de Bob, a pantera, transforma profundamente a experiência. Enquanto Thomas é um jornalista incriminado injustamente, Bob é um detetive infiltrado. Sua presença desbloqueia rotas narrativas inéditas a partir do segundo ato, além de permitir interações distintas com os mesmos NPCs, ambas as histórias se desenrolam simultaneamente dentro da cronologia do jogo.

Algumas missões podem ser resolvidas de forma diferente com Bob, já que ele tem experiências que Thomas não possui. A adição de Bob ao jogo estimula o replay e cria margem para a empresa expandir o universo com outros personagens.

Com relação à narrativa, que é bem madura e cheia de variantes, diferente de outros RPGs que as escolhas são superficiais, aqui elas realmente mudam o rumo da história, inclusive rotas de fuga, alianças e até a vida ou morte de personagens. Um ponto forte da narrativa são as conspirações políticas que envolvem o mundo fora da prisão, rivalidade entre gangues e dilemas morais como, trair, colaborar, fugir sozinho ou sacrificar aliados.

O teste foi realizado na versão de Xbox Series S e rodou de forma estável, podendo destacar o desempenho fluido sem quedas de frame, interface limpa, com bom uso de ícones e atalhos, sistema de dia/noite e agenda carcerária bem implementado, som ambiente que ajuda a criar tensão. Alguns pequenos bugs foram notados, como colisão de personagens e NPCs presos em loop de ação, mas nada que comprometa a experiência.

A expectativa é que sejam corrigidos com atualização e em patch pós-lançamento, junto de, talvez, uma localização em português – Brasil, já que o idioma não consta no jogo, o que pode afastar muitos jogadores.

Com relação aos extras e conteúdos especiais, o jogo será lançado com o DLC Supporter Pack gratuito, para quem jogou no acesso antecipado ou adquiriu a pré-venda, o downloadable content (DLC) inclui: itens cosméticos e ativa um minigame de “Caça ao easter egg”.

Pontos fortes podemos citar uma narrativa profunda e a rejogabilidade, ambientação e trilha sonora; e quanto aos pontos fracos, pequenos bugs de IA e navegação, interface que pode ser confusa para alguns jogadores e a falta de localização.

Back to the Dawn é um RPG surpreendente e ousado narrativamente, ao misturar mecânicas de fuga com escolhas de impacto real e personagens memoráveis, se você gosta de jogos como Disco Elysium, This is The Police ou Undertale, encontrará aqui uma experiência única e altamente rejogável.

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