Review | Granblue Fantasy: Relink é uma simples história de companheirismo e amor

Até que ponto você iria, para salvar as pessoas que ama? Confesso que essa pergunta pode estar até meio batida quando olhamos tantos outros jogos, já consolidados no mercado, como The Last of Us, por exemplo. Entretanto, ao jogar Granblue Fantasy: Relink, percebi que essa pergunta, não importa quantos anos se passe, nunca estará exaustiva para uma ótima narrativa. 

Antes de receber Granblue Fantasy: Relink para produzir essa análise, já tinha ouvido falar e lido sobre o anime, mas nunca aprofundei do que se tratava. Então, ao iniciar a minha jornada, fui saber mais e até assistir alguns episódios do anime, para entender um pouco mais da lore apresentada no jogo. 

Partindo para a história, ela está situada logo após os eventos de Granblue Fantasy: The Animation. Portanto, já fica o aviso que pode conter spoilers do anime na sequência. 

Depois de todos os eventos do anime, Gran ou Djeeta, dependendo se opta escolher homem ou mulher (Gran sendo o personagem cânone), e seus companheiros partem na Grandcypher, nome da nossa aeronave, para o Espaço Celeste de Zegagrande. O objetivo do grupo, liderado pelo jovem Capitão, é se aventurar por céus desconhecidos, explorando e seguindo caminho para Estalucia, a Ilha dos Astrais. 

Porém, o que Capitão e companhia não contavam é que, ao chegarem em Zegagrande, tudo iria mudar, sendo atacados por dragões. Logo após o ataque, na tentativa de eliminar os inimigos, o protagonista e Lyria invocam o Deus Dragão, Bahamut, mas este, perde o controle e ataca o grupo e a Grandcypher, fazendo com que eles caiam em um local desconhecido.

Após caírem e enfrentarem novos inimigos, o grupo se encontra, e assim partimos para Folca, a primeira cidade de Zegagrande. Neste ponto vamos conhecer um personagem recorrente na trama, Rolan, espécie de “faz tudo” na cidade, desde pequenos reparos a derrotar monstros. 

Ao Rolan ser chamado para eliminar os goblins que estão atacando alguns moradores, a tripulação da Grandcypher se propõe a ajudar. Chegando ao local, logo de cara Lyria sente a presença de uma Besta Primordial, feras que se despertadas, podem causar a destruição até do universo. 

E claro, não demora muito para encontrarmos a Besta. Em mais uma batalha frenética, a tripulação da Grandcypher derrota a fera, porém o protagonista e seus amigos são confrontados por um exército de desconhecidos, liderados por uma mulher misteriosa, que revela estar em busca de Lyria, dirigindo a ela como Xamã. 

Em uma batalha onde a derrota é certa, nosso grupo sofre as consequências de tentar lutar e vê Lyria ser levada com o exército, conhecido como Igreja de Ávia. A partir daí a história realmente começa, em uma aventura para resgatar Lyria e entender quais as intenções a mulher tem com ela. 

A história de Granblue Fantasy: Relink apesar de simples e até poderia dizer clichê, rende momentos emocionantes, além de combates frenéticos contra bosses. Mesmo com aquele sentimento de previsível o que vai acontecer, o carisma de vários dos personagens acaba prendendo, e nos deixando ávidos para acompanhar o desfecho.

Claro que para muitos jogadores que já conhecem a franquia ou anime, estarão bem situados na narrativa e importância de cada personagem do grupo. Por outro lado, para novos jogadores, é inegável o ótimo trabalho do estúdio em praticamente encher o jogo de resumos sobre a história, incluindo desde lá do anime. 

No menu de pausa pode acessar o diário da Lyria, com diversas anotações, curiosidades e informações sobre cada personagem que irá cruzar nossa jornada. E já adianto, são muitos, como todo bom JRPG. 

Um protagonista de poucas palavras

E falando em carisma, indo na contramão dos demais personagens, que são sempre falantes e conversam praticamente todo o tempo, até em meio as batalhas. Nosso protagonista, seja ele Gran ou Djeeta, é na maioria das vezes mudo, apenas esboçando reação ou balançando a cabeça de forma afirmativa, o que quebra um pouco o clima das cinemáticas. 

Já os demais personagens, como citei acima, falam muito até mesmo em meio as batalhas, então se prepare para perder muitos diálogos, pois quase sempre o jogo te deixa entre ouvir o diálogo ou lutar. Felizmente o jogo está com legendas em português, o que facilita muito, mas infelizmente não é uma dublagem, podendo dificultar acompanhar a leitura delas.

Granblue Fantasy: Relink nos dá duas opções de áudio, inglês ou em japonês. Optei por jogar em japonês e o elenco de vozes é o mesmo do anime, um trabalho excepcional por sinal. Todas as vozes, sem exceção, combinam muito bem com os personagens. 

A beleza de Zegagrande

Por falar em trabalho excepcional, desde o primeiro contato com o jogo, graficamente é de encher os olhos. Mesmo com traços de desenho, puxando para a fidelidade com o anime, os gráficos não deixam a desejar, bem como seu desempenho. 

Durante nossa jornada de resgate em Granblue Fantasy: Relink, iremos passar por variadas ilhas. Ilha de Leautagne, Arquipélago de Ainsteddo e muitos outros, todos eles tendo uma ambientação muito maravilhosa aos olhos. 

Em cada local, diversos NPCs vão estar ao nosso dispor para realizar missões secundárias, bem como missões específicas em cada ilha, interagindo com um NPC de contratos. Além da grande quantidade de secundárias, cada personagem possui também algumas fases para serem concluídas, que visam aprofundar mais sobre cada personagem. 

Vale destacar que, apesar do nosso grupo ser formado por cerca de seis membros, podemos recrutar novos utilizando um Cartão da Tripulação, o que irá estender para pelo menos 20 personagens jogáveis. Apesar da quantidade, infelizmente só podemos carregar mais 3, além do protagonista, para as missões. 

Para quem optar por jogar online, pode reunir até 3 amigos, formando o time de quatro pessoas e explorar Zegagrande juntos. Garanto que fica mais divertido em cooperativo, mas o jogo também brilha se quiser se aventurar sozinho. 

Mundo grande, variedade pequena

Apesar de todo o brilho na maioria das coisas, Granblue Fantasy: Relink peca bastante na variedade de inimigos. Posso estar cobrando demais, mas em pelo menos 30-35 horas jogadas, enfrentei goblins, lobos e aves, diversas vezes. 

Outro grupo que cruza nosso caminho diversas vezes é a Unidade dos Lobos Prateados, liderados pelo general Gallanza, um dos três generais da Igreja de Ávia. Os Lobos são soldados recrutados pelo corpo principal da Igreja, que passam por um treinamento rigoroso.

Além dos inimigos, temos variadas “raças” no Mundo dos Céus, os Astrais, seres que carregam um grande poder e desafiam as leis da natureza, mas que um dia perderam a Guerra dos Céus diante dos celícolas. Estes que são os habitantes do céu, divididos em quatro “tipos”, sendo: Humanos, Draphs, Erunes e Harvins. 

E seguindo uma linha bem diferente dos inimigos, Granblue Fantasy: Relink oferece uma customização bem vasta quanto a armas, habilidades e os selos, que concede vantagens ao personagem ou grupo. Então se prepare para perder boas horas montando sua build mais interessante, bem como seu grupo mais forte. 

Assim como falei lá no começo, eu pouco sabia sobre a existência de Granblue Fantasy, mas ao ver os primeiros gameplay de Relink, foi difícil não me chamar atenção. Ao receber o jogo e iniciar essa bela jornada de Gran/Djeeta e seus amigos, foi doloroso aceitar que havia acabado e me fez ficar perguntando quando será e se haverá sequência para esse jogo. 

Mesmo que você desconheça os personagens, história e anime, assim como eu, recomendo fortemente, pois a história simples ainda consegue emocionar com tamanho companheirismo e união dessa valente tripulação. 

Fica aqui meu agradecimento para a Nuuvem, pelo envio de uma chave do jogo.

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Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas