Review | Mundaun te prepara para o inesperado

Esta análise foi realizada com código fornecido pela Hidden Fields. Agradeço a confiança no trabalho.

Esse ano tem sido um ótimo ano para os amantes do gênero de terror, com vários jogos lançados até o momento e outros grandes que estão por vir. E claro, em meio aos AAA, temos os jogos Indies, onde alguns deles conseguem entregar uma qualidade tão boa, que nos questionamos como aquele jogo teve tão pouco investimento em sua produção ou marketing apagado. Eis que surge Mundaun, recebendo agora suas versões de nova geração.

Mundaun é um jogo do gênero terror, em primeira pessoa, desenvolvido pela Hidden Fields e publicado, inicialmente pela MWM Interactive em 16 de março de 2021 para PS4, Xbox One e PC, posteriormente ao Nintendo Switch em 27 de maio do mesmo ano. Agora em 29 de junho de 2023, o jogo ganhou uma nova versão para o PS5 e Xbox Series, assim como melhorias gráficas e de desempenho, com suporte a 4k e 60 FPS, sendo publicado pela Annapurna Interactive , sim a mesma do maravilhoso Stray.

O detalhe curioso sobre o jogo é que a desenvolvedora Hidden Fields é na verdade uma empresa de um homem só, sendo ele Michel Ziegler. Ziegler desenvolveu o jogo através de desenhos a mão, escaneados e aplicados em modelagem 3D, tendo seu início em 2014. Sendo um trabalho incrível, que merece ser apreciado.

O pequeno vilarejo de Mundaun

No jogo, assumimos o controle de Curdin, um jovem que retorna a pequena cidade de Mundaun, após receber a notícia que seu avô, Flurin, morreu em um incêndio no celeiro. Ao chegar a cidade, e investigar o local do acidente, as coisas começam a ficar estranhas, após o personagem ter uma visão de um Velho, que deixa uma “marca” em sua mão esquerda. A partir daí começamos investigar o que está acontecendo e buscar entender quem é o tal Velho que vemos.

A medida que avançamos na história, somos introduzidos a outros personagens, que conheciam Flurin e nos ajudam na nossa jornada pela busca a respostas. Em determinados momentos, temos flashbacks, que começam a dar uma explicação para tudo que está acontecendo ali, na pequena cidade que está cheia de criaturas sobrenaturais e coisas bizarras, que com certeza vão te dar alguns sustos.

Flurina, um dos personagens que encontramos pelo caminho

A jogabilidade não difere de outros tantos jogos do gênero, podemos optar por evitar os inimigos ou ir para o combate. Nossas armas depende muito do tipo de inimigo, por exemplo, para evitar um ataque de abelhas, temos que usar o cachimbo encontrado pelo nosso personagem. Encontramos também, manuais de tiro, que melhoram nossa mira e controle de armas de fogo, comida para aumentar a vida de Curdin e podemos beber café para aumentar a resistência ao medo.

Essa última muito importante, já que ao ver os inimigos, o nosso personagem sente medo e nos deixa “indefesos”. No nosso diário podemos acompanhar a evolução dos status de vida, medo e manuseio de armas. Contamos também com um veículo, que facilita o deslocamento no mapa, chamado de Múvel, este que possui uma dirigibilidade fácil, lembrando muito os títulos da franquia Far Cry.

Nosso grande parceiro para andar pelo mapa, o Múvel

A narrativa do jogo é extremamente simples e clichê, por assim dizer, porque é inspirado por lendas e folclores dos Alpes Suíços. O jogo ainda conta com uma dublagem em romanche, uma das línguas nativas da Suíça, o que aumenta muito mais a imersão nas histórias contadas no decorrer da nossa jogatina, e para a felicidade dos brasileiros, conta com legendas PT-BR.

Mundaun é um daqueles Indies que vai te surpreender, mesmo contando com uma jogabilidade simples e uma conclusão curta, já que é possível finalizar o jogo em cerca de 6 horas. O capricho maior fica por conta dos visuais e uma história que lembra lendas contadas por nossos avôs. A minha crítica fica pela escolha das cores preto e branco, que em determinado momento se torna um pouco cansativo, após horas jogadas direto. Mesmo com o incomodo, o jogo me prendeu até sua conclusão, principalmente pelas descobertas a medida que avançamos.

E para quem quer conferir um pouco de como foi o processo de criação do jogo, confira o vídeo abaixo, onde o próprio criador explica com detalhes:

Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gdouglas97