Anunciado como uma forma de tornar independente, o que era considerado por muitos jogadores a melhor parte de Assassin’s Creed: Black Flag, Skull and Bones aproveitaria de muitos recursos presentes no título da saga AC, mas sofreu diversos problemas em seu desenvolvimento. Sem muitas atualizações por um tempo e o que parecia até cancelado e engavetado, o projeto seguiu, superando dificuldades e polêmicas quanto a real existência assim como Beyond Good & Evil 2.

Vamos voltar lá em 2017 na extinta E3, quando era anunciado Skull and Bones, com uma belíssima cinemática. Como um grande fã da franquia de filmes Piratas do Caribe, me despertou aquele hype para que finalmente pudesse construir meu próprio navio e conquistar os mares. Após diversos adiamentos, incertezas e dúvidas se realmente Skull and Bones viria a ser lançado, eis que finalmente esse dia chegou.

Obs: Essa análise foi realizada na versão de PlayStation 5 com código cedido pela Ubisoft Brasil.

Hora de conquistar os mares!

Antes de me adentrar a review, preciso deixar claro que sim, Skull and Bones é um jogo como serviço (GaaS), o que pode decepcionar jogadores que aguardam uma campanha bem elaborada. E falando sobre a campanha, para mim foi a parte mais decepcionante do jogo, uma vez que não há absolutamente nada muito desenvolvido. A campanha aqui funciona por meio de “Contratos”, após no início conhecermos o chefão dos piratas de Sainte-Anne, John Scurlock, ele irá nos oferecer algumas missões (os contratos) e confiará em nós como um grandioso pirata ambicioso para liderar os mares ao seu lado. Em resumo é isso, além de Scurlock, teremos Contratos de diversos personagens pelo mapa, caça recompensas e tesouro, procurar alvos valiosos, criaturas selvagens e muito mais.

Quanto a variedade de atividades disponíveis no mapa é bem robusto, pois além de Contratos sozinhos, podemos montar equipes com amigos ou solicitar ajuda para outros jogadores. E claro, assim como praticamente todos os jogos com foco em multiplayer, jogar em cooperativo eleva a experiência e diversão, então fica a dica, não jogue sozinho pois pode se tornar sem graça. Há um sistema de nível presente, indo de Pária até Chefão, este sendo a mais alta patente do jogo.

Saindo do âmbito das missões e progressão de Skull and Bones, temos uma vasta quantidade de personalização do nosso navio e roupagem para o personagem. Infelizmente, mais uma vez a Ubisoft deixa a desejar na criação de personagem, disponibilizando rostos pré-definidos e sem praticamente nenhuma opção de personalização, somente cabelo e barba. O que é um ponto negativo para quem esperava criar seu próprio Jack Sparrow no jogo.

Icem as velas marujos!

De longe, em todos os seus jogos a Ubisoft sabe criar ambientações maravilhosas e aqui não seria diferente. Skull and Bones conta com visuais bonitos dentro do navio e uma riqueza em detalhes ao velejar. O clima também constantemente está alterando, com tempestades, ventanias ou neblinas que tiram toda a visão a frente. Temos ainda a liberdade de alterar a câmera para primeira pessoa, apenas dentro do navio o que nos permite ver com mais detalhes tudo o que acontece ali.

Entretanto, como citei, apenas no navio os gráficos são bonitos, quando saímos para as ilhas e assim interagimos com personagens, as coisas ficam extremamente decepcionantes. Os visuais fora do navio apresentam tudo muito inacabado, com gráficos que mais parecem cera ou esculpidos a barro. Todos os personagens, incluindo o nosso, possuem expressões mal feitas, o que tira muito a imersão em diálogos e cinemáticas. Outro ponto que vale destacar é que o protagonista não tem voz, a forma com que ele não fala durante o desenvolvimento dos diálogos, quebra muito a interação.

De início o combate pode parecer confuso, mas a medida que batalhamos algumas vezes, tudo vai fluir naturalmente. Com uma jogabilidade precisa e divertida, cercar outros navios e iniciar uma batalha não será só tiros, mas Skull and Bones permite os jogadores traçarem estratégias da melhor forma de atacar os inimigos. Com um arsenal grande, que irá depender do seu nível e pratas, moeda do jogo, para adquirir armas mais potentes e navios mais robustos.

Quando danificados muito um navio inimigo é possível realizar uma Abordagem de Tripulação, que consiste em posicionar o nosso navio próximo ao inimigo e lançar arpões. Após o acerto dos arpões, uma breve cinemática de poucos segundos passará e poderemos saquear todos ou alguns itens do navio. Infelizmente decepcionante, visto que poderia ser explorado a invasão como feito em Assassin’s Creed: Black Flag.

Batalha Naval sem demora

Seguindo o padrão de tantos outros jogos, podemos configurar entre modo desempenho e qualidade, este sendo praticamente injogavel aos 30 FPS. Quanto ao modo desempenho o jogo está bem fluido, sem quedas de FPS ou bugs em várias horas jogadas. Skull and Bones ainda faz o uso do Dualsense, de forma tanto quanto sútil, mas que atende o que é proposto, e graças ao SSD o jogo conta com loads rápidos, nada que atrapalhe ou incomode a experiência da jogatina.

Felizmente a Ubisoft trouxe o jogo totalmente localizado para português do Brasil, disponibilizando ainda opções de acessibilidade muito boas. Porém, a dublagem em português me incomodou por conta de sotaques, entendo que foi para parecer mais fidedigno a temática proposta, o que pode não ser problema para alguns, mas gostei mais do idioma original em inglês.

Skull and Bones vale a pena?

Infelizmente Skull and Bones foi mais um dos jogos afetados por um desenvolvimento turbulento, com incertezas e dúvidas quanto ao seu lançamento. Após testes alfa e beta, parecia ainda mais certo que o projeto foi acelerado, sem qualquer cuidado para que pudessem realizar um acabamento melhor quanto aos detalhes. Entretanto, apesar dos pontos negativos, será uma experiência prazerosa para amantes da temática em questão, principalmente ao reunir com amigos para batalhas em grupo, contra poderosos navios inimigos ou explorar o grandioso mundo pirata aqui presente.

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