Eu tinha 17 para 18 anos quando o primeiro Star Wars Battlefront foi lançado em 2004. A franquia já era totalmente estabelecida no mundo dos filmes, criando milhões de fãs pelo mundo inteiro. Neste contexto, você já imagina o sucesso que Battlefront se tornou. Um clássico imediato! A ideia e a possibilidade de controlar personagens tão icônicos quanto Darth Vader, Anakin Skywalker, Luke Skywalker, Mestre Yoda, entre tantos outros, fez com o que muitos jogadores se aventurassem pelo título, enfrentando e sendo protagonistas das principais batalhas dos longas-metragens.
Chega, então, o ano de 2024, vinte anos após o lançamento do pioneiro jogo, a empresa Aspyr resolve lançar uma coletânea com os dois jogos da série Battlefront: Battlefront 1 e 2. E o que ela conseguiu com isso? Provar que têm jogos que é melhor deixar no passado mesmo. O título foi lançado no dia 14 de março de 2024 para Playstation 4, Playstation 5, PC, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series S/X.
Essa review foi feita inteiramente baseada na versão de Playstation 5 com um código cedido gentilmente pela Aspyr Media
Remake ou Remaster? Nenhum deles.
Aspyr é a mesma empresa que entregou a coletânea remasterizada Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft, a qual fez um certo sucesso e recebeu alguns elogios. Então você espera que ela faça o mesmo com a coletânea dessa review, certo? Pois é, meu amigo, neste ano (2024) ela, conseguiu lançar o mesmo jogo, 20 anos após o seu lançamento, e ele ser pior do que em 2004. Esse título é no máximo um Port. Mas, nem tudo está perdido, se você é um jogador que gosta de travamentos de tela, controles que não respondem, missões bugadas e um modo de jogo ONLINE sem servidor, então esse jogo é a compra certa pra ti.
Tudo bem, tudo bem, posso está exagerando um pouco, você irá conseguir ver algumas melhorias, sim. Certas texturas foram melhoradas aqui, nada de espetacular, são mudanças sutis, que jogadores mais casuais nem irão enxergar. Você irá ver mudança mais significativa nas nuvens, sim, você não leu errado. Texturas em terrenos como o chãos, as pedras e rochas, construções, paredes, objetos, entre outros, as mudanças são quase imperceptíveis.
A qualidade (ou a falta dela) deste Port
Star Wars Battlefront Classic Collection não recebeu nenhum tipo de tradução/localização para o português do Brasil, nem em menus, nem nas legendas e, muito menos, nas vozes, mas era algo já esperado, pois isso também não aconteceu na remasterização de Tomb Raider. Aspecto que pode afastar alguns jogadores.
No visual, o jogo recebeu um leve Upgrade, principalmente no céu dos cenários, como já citado anteriormente por mim. Melhorias leves em texturas, armas, solo, personagens também irão ser observadas pelo jogador. O jogo conta com modo em 4k/60 FPS.
O jogo entrega ao player a possilidade de selecionar alguns filtros para uma mudança no visual e nas cores, como Protanopia, Deuteranopia, entre outros. Ressalto que isso em nada muda em sua experiência, alguns filtros são bem esquisitos e bizarros, para ser sincero, mas, pelo menos é algo novo, uma novidade em relação ao original.
Algumas novidades em relação à mapas e personagens também foram incluídas na coletânea. No primeiro jogo, o mapa Jabba’s Palace foi adicionado. Já o Battlefront 2 recebeu dois personagens inéditos e quatro novos mapas no modo Hero Assault: os personagens são: Asajj Ventress e Kit Fisto e os novos mapas são: Death Star, Kashyyyk, Kamino e Naboo,
Sobre a jogabilidade do título, ela continua muito, mas muio datada. Os controles são muito travados, não são responsivos, por várias vezes eu tive que executar o comando duas ou três vezes para que o personagem respondesse. O giro de câmera então, é horrível. Realizar um giro de 360° será um desafio para sua paciência. O Battlefront 1 ainda é um pouco melhor nesse quesito. Ele possui a possibilidade de alternar entre primeira e terceira pessoa usando o R3 do Dualsense, algo que achei interessante, isto não ocorre no segundo, já que o botão para alternar as visões foi trocado pela a ação de “correr”, sendo necessário abrir o menu e entrar nas configurações para mudar o estilo de câmera. Agora imagina fazer isso no meio do combate ou no modo online!
Em relação ao modo Online, eu fico até sem palavras para descrever, mas posso resumir em uma frase: ” um modo online sem servidor”. Durante todo o tempo da minha jogatina neste Port, eu tentei por várias e várias vezes me conectar à algum servidor para uma partida multiplayer online com o intuito de testar os servidores e tudo o que envolve esse modo. Mas, seria mais fácil acertar o números da mega-sena. Em nenhum momento, repito, NENHUM MOMENTO, eu consegui achar alguma sala. Algo rídiculo e frustrante. A empresa resolveu lançar o jogo com somente 3 servidores com 64 pessoas cada. Seria uma falta de confiança da própria Aspyr? Isso não tem explicação alguma, um jogo que é mais focado no Online, ser lançado com 3 Servidores? Me parece somente um jeito de ganhar seu dinheiro, meu amigo. É uma falta de respeito absurda com os fãs dos jogos anteriores e uma falta de respeito com seu dinheiro, com seu “investimento” no título. Talvez por isso o jogo conte com 19% de aceitação na Steam e alguns pedidos de reembolso também. No Playstation 5, conta com uma avaliação 3,14 de 5.
Sobre as cutscenes ou cenas cinematográficas, elas continuam em baixíssima qualidade, como nas versões de 2004 e 2005. Custava melhorar a qualidade disto? Isso não é algo particular deste jogo, mas já que as cenas são tiradas dos filmes, com certeza daria para maximizar ou melhorar a qualidade de imagem e som.
Em relação aos bugs, tive vários como: chão sumindo; um monte de parede invisivél, principalmente logo após sair do menu de pausa; jogador sem arma na mão e atirando; inimigos dentro das paredes; e o pior de todos, bug de objetivo de missão! Aconteceu duas vezes, eu completei a missão, apareceu a mensagem: “Objetive Completed” e, segundos depois, a missão dava falha e eu tinha que recomeçar tudo de novo, ou seja, 15 a 20 minutos foram perdidos. Confesso que pensei em desistir do jogo algumas vezes e jogar o controle na parede outras vezes.
Conclusão
Se você é um grande fã de todo o mundo Star Wars, de todo o seu enredo, dos personagens espetaculares, da trilha sonora única (um ponto forte do jogo), das batalhas memoráveis que marcaram e ainda marcam, talvez você curta este título. Se conseguir fechar os olhos para tantos e tantos problemas que ele possui, poderá sentir uma certa nostalgia ao jogá-lo. Se você se divertiu muito com os dois jogos originais, certamente irá se divertir com esse, pois a essência deles está aqui. Nesta análise eu não analisei a qualidade do jogo em si, mas analisei a qualidade do Port/Remaster.
Este jogo pode até manter uma boa base de players saudosistas (afinal, o jogo teve um pico de 9 mil jogadores simultâneos no Steam), mas dificilmente irá atrair novos jogadores, pois os mesmos irão preferir jogos novos no mesmo estilo ou os reboots Star Wars Battlefront 1 e Star Wars Battlefront 2 que foram lançados em 2015 e 2017, respectivamente. Me aventurei por 9 longas horas nesta coletânea e, pra mim é o pior título que joguei neste ano, até o momento.
Parabéns pela resenha.
Obg mano 🙂
Análise muito boa, parabéns pelo trabalho!!!
Pra mim, gostei pra quem não conhecia nada de star wars parabéns meu amigo pela paciência ótimo trabalho.