Após o grande sucesso que foi Persona 3 Reload, a Atlus retorna dessa vez em parceria com a Vanillaware, para o lançamento de Unicorn Overlord. Garantindo mais um entre tantos ótimos jogos japoneses esse ano de 2024, sendo um prato cheio para qualquer fã.

Unicorn Overlord é um RPG tático, seguindo moldes de jogos como 13 Sentinels: Aegis Rim, também desenvolvido pela Vanillaware. O jogo mescla um foco narrativo, com combates automatizados, mas uma grande liberdade de exploração. Ficou curioso para entender mais? Vem comigo nessa review bem detalhada. 

Alain e seu exército da libertação

Tudo começa quando Valmore, um dos principais generais do exército de Córnia, comete traição contra a rainha Ilenia. A intenção, óbvio, tomar o trono e conquistar o continente de Fevrith. Mais tarde Valmore se revelaria como o poderoso Galerius, espalhando todo o caos. 

Em meio ao ato de traição e assassinato a rainha, Josef, um dos principais cavaleiros reais, foge com Alain, filho da rainha Ilenia. Alain passa por treinamento, nos anos seguintes, a fim de um dia conquistar o continente de Fevrith das mãos de Galerius e vingar sua a morte de sua mãe. 

Em resumo, sem adentrar com spoilers da história, nossa missão será viajar por toda Fevrith, por um total de cinco locais, cada um deles representando um arco diferente da história de Alain. E claro, fortalecer nosso exército da libertação, recrutando aliados, para assim libertar as nações do mal. 

Apesar da trama um tanto quanto clichê, a medida que tudo se desenrola, ótimas reviravoltas acontecem, das quais claro que não vou citar. Porém, é inegável que seu começo possa ser tanto quanto lento, podendo desmotivar jogadores que entrem de cabeça esperando algo mais frenético logo de início. 

Indo em contramão ao ritmo lento e a narrativa clichê, Unicorn Overlord brilha na profundidade que dá a cada personagem que irá cruzar nosso caminho. Sendo esse para mim um dos pontos mais altos do jogo, os personagens apresentam motivações únicas e diferentes personalidades quanto a guerra que aflige Fevrith. 

Outro ponto chave é a diversidade que podemos ter quanto aos combatentes recrutados, com Alain podendo recrutar ao menos 60 diferentes personagens. Dentre eles teremos, bruxas, elfos, humanos e muito mais, tudo isso montando unidades para as batalhas, que explicarei mais em breve. 

E para quem já tem afinidade com Fire Emblem, aqui em Unicorn Overlord, temos o sistema de relacionamento. Podemos executar tarefas específicas para os personagens que recrutamos, estreitando assim o vínculo com cada um deles, o que leva desbloquear itens, conversas extras e mais sobre a lore, mostrando aqui um belíssimo trabalho da Vanillaware. 

Combate extremamente bem feito

Saindo da história e partindo para o combate, confesso que tive receio de não gostar, mas fui surpreendido, de forma muito positiva. Unicorn Overlord mescla o combate com estratégia em tempo real e mecânicas RPG tático, que não são meu forte, mas o jogo busca formas de facilitar como funciona para os jogadores. 

As batalhas, como citei lá no início, são automatizadas, portanto, tudo iremos planejar antes de iniciar o combate. Isso inclui habilidades, consumíveis, posicionamento e ações da unidade, ou seja, planejamento é a chave para uma batalha de sucesso.

Quanto à dinâmica dos combates, uma vez que iniciamos, basicamente temos que conquistar o posto inimigo, mas ao mesmo tempo, defender o nosso. Vale destacar ainda que cada ação custa Valor Points (VP), ou seja, invocar unidades, usar habilidades especiais e etc, então é importante estar atento a quantos VPs possui. 

Além dos VPs, cada unidade invocada possui um nível de vigor para batalhas, que ao zerar, irá limitar movimentação, defesa e ataque. A ideia acaba forçando os jogadores a usar diferentes estratégias e unidades, para que não se limite a usar a mesma o tempo todo.

E por falar em estratégias, o planejamento de batalhas é bem complexo, mas ao mesmo tempo divertido. Os jogadores terão que se atentar ao posicionamento dos combatentes, bem como instruções para realizar determinada ação de acordo com o parâmetro definido.

 Por exemplo, podemos definir um personagem com habilidade de cura usar apenas se um aliado estiver com HP menor que 40%, ou posicionar aliados com escudo na linha de frente, para evitar ataque em quem estiver posicionado atrás, e por aí vai. 

Exploração grandiosa e robusta

Indo além da história, combate e táticas, Unicorn Overlord conta com uma exploração robusta e um conteúdo secundário de encher os olhos. Fora do combate, o jogo permite explorarmos um mundo quase que aberto, onde podemos realizar das mais variadas missões secundárias que encontrarmos pelo caminho. 

E se você, assim como eu, tentar ir em busca do 100% de cada área, já fique sabendo que não é uma tarefa fácil. Em diversos momentos iremos encontrar inimigos com nível muito mais alto que o nosso, então nada melhor que evoluir suas unidades e retornar em outro momento para se arriscar.

Ainda será possível contribuirmos com recursos de matérias primas, que encontraremos em nossa jornada, para ajudar na reconstrução dos pequenos vilarejos. O melhor é que o jogo nos mostra essa evolução do local, dando aquela sensação de satisfação em ver tudo ficando perfeitamente fortificado. 

Cada vilarejo terá NPCs para interagir, como ferreiros, mercadores, que vão ser de grande valia em nossa libertação. Assim como participar de batalhas adicionais por mais experiência ou alocar um aliado para uma guarnição, visando aumentar o nível dele. As possibilidades são vastas e divertidas, rendendo centenas de horas de gameplay com tranquilidade. 

Um pequeno deslize do exército da libertação 

Infelizmente Unicorn Overlord não conta com legendas ou dublagem em português, o que é um ponto negativo, uma vez que são muitos diálogos durante o gameplay. E não bastasse a falta de localização, o jogo utiliza palavras mais complexas, principalmente remetendo a sua temática. 

 Em contrapartida o jogo oferece duas dublagens: inglês e japonês. Fiz o teste em ambas, tive uma grande preferência pelas vozes em inglês, combinando mais com cada personagem, mas não invalida a qualidade muito boa de ambas, independente da sua preferência. 

O jogo oferece 4 níveis de dificuldade, servindo como grande atrativo para jogadores mais inexperientes no gênero de estratégia em tempo real ou RPG tático, mas que mesmo assim, se tentar avançar sem estudar estratégias, será frustrante. Os modos são : Story, Normal, Tactical e Expert. 

Graficamente dispensa comentários, a Vanillaware realizou um trabalho incrível quanto a qualidade da animação. Mesmo não sendo foco em gráficos realistas ou personagens capturados com atores, como em outros jogos, a qualidade da arte de cada um é espetacular. E a trilha sonora tem boas faixas, que se encaixam na ambientação do título de forma agradável.

Unicorn Overlord é uma jornada maravilhosa

Unicorn Overlord é um jogo complexo, principalmente para jogadores que não gostam de estratégias. Com uma mescla de combate em tempo real e RPG tático, a Vanillaware entrega um título magnífico na qualidade de conteúdo, cheio de missões secundárias e muito mais, além disso, se sobressai com a profundidade dada a cada personagem presente. Os visuais são de encher os olhos, tamanha qualidade da arte vista no jogo, mas infelizmente para muitos os pontos positivos serão invalidados com a falta de localização no nosso idioma, fator que pode afastar muitos dessa obra que deveria ser obrigatória a qualquer amante de games. 

Obs: Análise realizada no Xbox Series X com código fornecido pela Atlus e Vanillaware. 

Outras reviews:

História
9
Jogabilidade
9.2
Trilha Sonora
9.1
Gráficos
9.2
Conteúdo Secundário
9.2
9.1

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