Emicida e Fióti
Reprodução/Instagram.

Rompimento entre Emicida e Fióti envolve suposto desvio de R$ 6 milhões em empresa dos irmãos

O rompimento entre Emicida e Fióti se tornou uma batalha judicial. O rapper autor de “AmarElo” acusa o irmão de desviar R$ 6 milhões da conta da Lab Fantasma, empresa criada pelos dois em 2009 e que administrava a carreira deles e de outros artistas como Rael e Drik Barbosa, além de também ser uma marca de roupas.

A acusação é uma resposta da defesa de Emicida a um processo, aberto no início de março, em que Fióti tenta impedir que o irmão, tome decisões individuais sobre a Lab Fantasma. Segundo a defesa de Emicida, as transferências teriam ocorrido entre junho de 2024 e fevereiro de 2025 da conta bancária corporativa para a conta pessoal de Fióti.

De acordo com as informações da Folha de São Paulo, quando descobriu as retiradas, Emicida teria anulado uma procuração que dava a Fióti poderes de gestão na sociedade, barrando o acesso dele às contas da Laboratório Fantasma. Fióti, então, entrou na Justiça com um processo na 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo, para ter o acesso reestabelecido e também para que o irmão seja impedido de retirar dinheiro da empresa ou assinar novos contratos, e que também não possa se apresentar publicamente como único sócio.

Emicida ainda questiona a prestação de contas de sua carreira artística por um longo período. Ele diz que 80% do faturamento da empresa vem de sua carreira musical. Já Fióti julga insuficientes o salário que recebia como executivo, de R$ 40 mil, e a participação que tinha na sociedade.

A defesa de Fióti afirma que a acusação de desvio não tem fundamento, que as transferências eram retiradas de lucros a que tinha direito e que elas foram comunicadas a Emicida em um email.  Ele ainda apresentou uma mensagem para a presidência da Laboratório Fantasma, comunicando uma distribuição de lucros de R$ 2 milhões, que seria para ambos.

Na terça-feira (1º) Fioti divulgou uma nota na qual afirma que todas “As movimentações feitas durante sua gestão foram transparentes, registradas e seguindo os procedimentos financeiros adotados pelos gestores.” O músico segue afirmando que a acusação de desvio “é falsa e inverte os fatos”; e que Emicida recebeu valores superiores, incluindo distribuição de lucros, o que estaria provado nos próprios documentos do processo.

Já a defesa de Emicida relata que, em janeiro, o artista teria se surpreendido com uma transferência de R$ 1 milhão da Lab Fantasma para Fióti. A partir daí, ele resolveu fazer uma pesquisa na qual teria descoberto outras retiradas ao longo de nove meses, que somam os R$ 6 milhões.

Segundo o contrato social da sociedade dos irmãos na Lab Fantasma, Emicida tem 90% de participação na empresa, enquanto Fióti tem 10% das cotas. A marca de roupas é tida como uma empresa separada e é exclusiva de Fióti.

Os advogados de Fióti ainda afirmam que, mesmo com Emicida sendo o sócio majoritário, as empresas do grupo dividem os lucros meio a meio entre os irmãos. O rompimento foi anunciado na última sexta-feira (28), porém, a separação da sociedade já estava sendo planejada desde o fim do ano passado, quando dois chegaram a um acordo para executa-la em um processo que deveria durar entre três e seis meses. A descoberta dos desvios, por Emicida, acabou pondo fim ao acordo e acelerando o fim da parceria.

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