Do prelúdio literário de O Mágico de Oz à Broadway, Wicked estreia nos cinemas no dia 21 de novembro. Idealizado há 20 anos como uma obra cinematográfica, a história das Bruxas de Oz chega às telas como adaptação do aclamado musical Wicked: A História Não Contada das Bruxas de Oz (2003). O espetáculo baseia-se no livro homônimo de Gregory Maguire, lançado em 1995, como uma criação alternativa de O Mágico de Oz (The Wonderful Wizard of Oz), escrito por L. Frank Baum e publicado em 1900.
O universo de Dorothy e os sapatinhos mágicos estabeleceu-se visualmente em 1939, no longa protagonizado por Judy Garland (A Star Is Born). Considerado o filme mais influente do cinema com mais de 300 citações em outras películas, o romance pousa na atualidade tal como a jovem em uma Terra de eventualidades: por meio de um compilado de perspectivas e interpretações.
“As pessoas já nascem más? Ou a maldade é algo imposto a elas?”
Enredo
A pergunta acima é o que pressupõe Wicked (em tradução livre: Malvado). Aqui, conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste, ambas salientadas na história de O Mágico de Oz. A trama se desenvolve em dois atos, assim como no musical. A Parte 1 chega aos cinemas no dia 21 de novembro e destrincha os acontecimentos antes da chegada de Dorothy em Oz, já a Parte 2 se desenvolve após a chegada de Dorothy e seu encontro com o Mágico, que estreia dia 21 de novembro de 2025.
A trama da Parte 1 apresenta Elphaba (Cynthia Erivo) – que no futuro será a “Bruxa Má do Oeste” – uma jovem do Reino de Ozincompreendida por sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Galinda ou Glinda (Ariana Grande) – que no futuro será a “Bruxa Boa” – uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que deseja garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade. No entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade, e a determinação de Elphaba em ser fiel a si mesma, entram no caminho, o que perpetua no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.
Dos palcos ao cinema
Wicked – O filme tem direção de Jon M. Chu (Em Um Bairro de Nova York, 2021), roteiro de Dana Fox (Cruella, 2021) e Winnie Holzman, que também escreveu o libreto da peça original. As canções são de Stephen Schwartz (Pocahontas, O Príncipe do Egito, Encantada). Produzido pela Universal Stage Productions, a produção estreou na Broadway no Gershwin Theatre em outubro de 2003. O elenco original incluiu Idina Menzel (Frozen) como Elphaba, Kristin Chenoweth (Descendentes) como Glinda, Norbert Leo Butz (American Sports Story) como Fiyero e Joel Grey (The Old Man) como o Mágico. No Brasil, a última exibição da peça no Teatro Renault aconteceu em 2016 e voltará em março de 2025 com as protagonistas Myra Ruiz e Fabi Bang nos papéis principais como Elphaba e Glinda, respectivamente.
O Universo de Oz
O nome da protagonista que intitula Wicked, Elphaba, foi criado por Maguire em referência às iniciais do criador da história: “L. F. B.” (Lyman Frank Baum). A obra é de domínio público, isso significa que qualquer pessoa pode fazer adaptações sobre o conto infantil. Aliás, só do autor original, a história já ganhou as páginas de mais 13 livros deste universo e, em geral, conta com mais de 200 adaptações.
Em 1940, o filme O Mágico de Oz venceu o Oscar de melhor trilha sonora original e de melhor música com Over The Rainbow de Harold Arlen e EY Harburg.
MAPA
O Reino fica em Nonéstica, Continente fictício encantado por fadas e dividido em quatro regiões:
- Quadling Land. (Sul) lugar em que havia a Bruxa Má do Sul, no entanto, a Bruxa Boa venceu a Má e se tornou governante dali.
- Munchkin Land. (Leste): governado pela Bruxa Má do Leste (NessaRose) → irmã de Elphaba que é morta pela casa de Dorothy ao pousar na região. Seu maior bem eram os sapatinhos prateados encantados – que na história original não eram de rubi.
- Winkie Land. (Oeste): governado pela Bruxa Má do Oeste (Elphaba)
- Gillikin Land. (Norte): lugar em que havia a Bruxa Má do Norte,, no entanto, a Bruxa Boa venceu a Má e se tornou governante dali. Região cheia de universidades – como a Universidade Shiz – teatros e civilidades. *Glinda representa a Bruxa Boa do Norte e do Sul.
Veja o mapa:
Foi graças à magia dos sapatinhos prateados encantados que as Bruxas conseguiram dominar mais e mais regiões. Já em Wicked, os sapatinhos foram especiais ao ponto de fazerem Nessa (vivida por Marissa Bode no filme) andar novamente.
Na aventura de Dorothy, a órfã de 11 anos criada pelos tios vive em uma fazenda no Kansas, Estados Unidos. Quando se abriga em casa para se proteger de um tornado, a jovem e seu cãozinho, Totó, são carregados pelo ciclone e aterrissam na terra de Oz. Logo, a garota é vista como uma heroína, já que sua casa cai exatamente em cima da Bruxa do Leste e a mata. Mas o que a menina quer é voltar para o Kansas. Sendo assim, aconselhada por Glinda (Billie Burke), Dorothy irá recorrer ao Poderoso Mágico de Oz, que mora na Cidade das Esmeraldas, e para encontrá-lo deve seguir a estrada dos tijolos amarelos
No caminho, a jovem será ameaçada pela Bruxa Má do Oeste (Margaret Hamilton), que culpa Dorothy pela morte de sua irmã, e encontrará três companheiros: um Espantalho (Ray Bolger) que quer ter um cérebro, um Homem de Lata (Jack Haley) que anseia por um coração e um Leão covarde (Bert Lahr) que precisa de coragem.
As polêmicas do filme
O Mágico de Oz foi estrondoso nas telonas, e também, nos bastidores. Isso porque o elenco lidou com várias situações graves durante a produção do filme. Judy Garland tinha 16 anos quando interpretou Dorothy, a atriz foi obrigada a usar roupas muito apertadas para parecer mais nova e comer quase nada para não ganhar peso. A jovem, inclusive, teve que tomar remédios para aguentar as jornadas extenuantes de gravações. Segundo relatos do livro de Sid Luft, um dos ex-maridos da estrela, a artista também foi assediada por alguns figurantes.
Margaret Hamilton sofreu queimaduras nas mãos e no rosto devido a uma falha da produção. O ator Buddy Ebsen, o Homem de Lata, foi hospitalizado depois de sofrer uma intoxicação pelo pó de alumínio usado na maquiagem. Pela ausência, Ebsen foi substituído por Jack Haley, que também teve uma infecção no olho devido aos produtos utilizados na caracterização do personagem. A maior parte do longa foi gravado sob a direção do cineasta Victor Fleming. O diretor King Vidor assumiu o projeto após Fleming deixar O Mágico de Oz para ficar à frente de (E o vento levou, 1939).
Wicked e O Mágico de Oz
Quando tratamos das principais diferenças da literatura para o filme e o musical, a principal é que O Mágico de Oz é um livro infantil permeado de críticas sociais. Já Wicked, é uma obra para adultos com uma narrativa permeada de traições, violência, conotações sexuais e uma trama política muito bem construída. A história do musical, inclusive, é muito mais leve quando comparada a obra original. Ou seja, assim como no filme de 1939, a produção da Broadway trouxe uma abordagem mais lúdica e inocente. Inclusive, a pele esverdeada de Elphaba é uma escolha do longa, assim como os sapatinhos de rubi.
Elphaba na Broadway
No musical, Elphaba é retratada de forma mais simpática e menos cínica do que no livro. Oposto ao romance, a protagonista nunca perde sua humanidade, mas sim sua fé nas pessoas, especialmente após o fracasso em salvar Fiyero (no filme vivido por Jonathan Bailey). No espetáculo, a personagem é acusada de crimes que não cometeu, como parte de uma trama do Mágico de Oz (no filme vivido por Jeff Goldblum), e se recusa a usar sua magia para fins malignos, o que a coloca como alvo da opinião pública.
A trama do musical também omite personagens como Liir e Sarima, e o triângulo amoroso entre Elphaba, Fiyero e Glinda substitui a relação com Sarima do livro. Elphaba demonstra interesse por feitiçaria desde o início. Ao contrário do livro, onde sua ressurreição é sugerida, no musical a feiticeira sobrevive ao final e começa uma nova vida fora de Oz com Fiyero.
“Animais devem ser vistos e não ouvidos”
No musical, Elphaba é a responsável pela criação do Homem de Lata, do Espantalho e do Leão Covarde, ao contrário do livro, onde essas criações têm origens diferentes. Madame Morrible (vivida por Michelle Yeoh), diretora da Universidade de Shiz é uma das grandes antagonistas. Manipuladora, foi ela que provocou a ventania de propósito que trouxe a casa de Dorothy para o reino e matou Nessarose.
A superiora também declama a frase “Animais devem ser vistos e não ouvidos” , o que revolta os professores animais diante da Propaganda Política contra os Direitos dos Animais – encabeçada pela Capital Oz e as decisões do Mágico.
O grande vilão da história, inclusive, é o Mágico de Oz. O tirano é o principal responsável pela opressão dos animais falantes. A partir disso a população começa a compartilhar deste preconceito e começa a prendê-los em gaiolas para impedir o desenvolvimento das criaturas, especialmente a fala.
Indignados, Fiyero e Elphaba se unem para salvá-los e acabam se aproximando mais. Ela, então, é considerada como uma vilã (quando não se inclina ao Mágico de Oz e não permite ser abusada por ele).
Eu não tenho medo. É o Mágico quem deve ter medo de mim.
A cena musical: Desafiando a Gravidade
O momento mais aclamado da história é quando Elphaba transforma um pedaço de madeira em uma vassoura voadora para fugir de seus inimigos. Inclusive, a feiticeira chama Glinda para irem juntas, mas a nobre jovem escolhe a sua popularidade.
Sua vingança contra Madame Morrible é menos intensa e focada mais no Mágico. Taxada como Bruxa Malvada pelo opressor, a feiticeira aceita a sua imagem maléfica – especialmente após a morte de Fiyero. Quando descobre que seu amado está vivo, Elphaba decide recomeçar sua vida fora de Oz. Sua aversão à água no musical é apenas um rumor, e ela usa isso para desaparecer ao final e fazer todos acreditarem em sua morte.
No livro Wicked, Glinda casa-se com um Lorde o que faz ela ter o posto de Lady Glinda. Já no musical, ela torna-se noiva de Fiyero em um noivado totalmente arranjado. No entanto, o homem foge com Elphaba em meio ao casamento. Inclusive, no momento em que Elphaba estava se declarando para Fiyero, a feiticeira sente que a sua irmã (Nessa) está em perigo e, de fato, está. Nessarose foi esmagada pela casa de Dorothy.
Assista ao trailer:
Além de Over The Rainbow: Trilha musical de Wicked!
A trilha sonora do filme Wicked será lançada no dia 22 de novembro. O álbum terá, ao todo, 13 faixas, quase todas elas cantadas por Ariana Grande e Cynthia Erivo. O disco já está disponível para pré-venda e pode ser salvo nas plataformas musicais por quem quiser receber uma notificação avisando de sua chegada aos serviços de streaming de áudio.
Confira abaixo a tracklist da trilha sonora de Wicked:
- 1. No One Mourns the Wicked – Ariana Grande, com Andy Nyman,
- 2.Courtney Mae-Briggs, Jeff Goldblum, Sharon D. Clarke & Jenna Boyd
- 3. Ozdust Duet (Bonus Track) – The Wicked Orchestra
- 4. Dear Old Shiz – Shiz University Choir com Ariana Grande
- 5. The Wizard And I – Cynthia Erivo com Michelle Yeoh
- 6. What Is This Feeling? – Ariana Grande com Cynthia Erivo
- 7. Something Bad – Peter Dinklage com Cynthia Erivo
- 8. Dancing Through Life – Jonathan Bailey com Ariana Grande, Ethan Slater, Marissa Bode & Cynthia Erivo
- 9. Popular – Ariana Grande
- 10. I’m Not That Girl – Cynthia Erivo
- 11. One Short Day – Cynthia Erivo com Ariana Grande
- 12. A Sentimental Man – Jeff Goldblum
- 13. Defying Gravity – Cynthia Erivo com Ariana Grande
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