Review | Daymare 1994: Sandcastle traz boas memórias da franquia Resident Evil

Esta análise foi realizada com código fornecido pela Leonardo Interactive. Agradeço a confiança no trabalho.

A franquia Resident Evil se tornou uma das mais renomadas no mundo dos games ao longo dos anos, com diversos jogos, adaptação para filmes live action, animações e até mesmo séries, inspirações para jogos e outros, e Daymare é um deles. O jogo bebe da mesma fonte de RE, com inspirações e claramente pegando o que há de bom, principalmente no remake de RE 2 e 3, mas criando sua própria história.

Lançado no final de agosto pela Leonardo Interactive, Daymare 1994: Sandcastle vem como um prequel de Daymare 1998, que já está no mercado há quase quatro anos. Então vamos conferir se é um jogo tão bom quanto qualquer RE.

História clichê, sem para onde fugir

Tudo se inicia com um dia normal de trabalho de Dalila Reyes, agente especial da H.A.D.E.S (Hexacore Advanced Division for Extraction and Search), uma agência militar privada, operada pela Hexacore, que investiga incidentes e entre outras coisas envolvendo armas biológicas. Dalila é convocada, juntamente de seus parceiros Comandante Mark C. Foster e o Major Ivan Radek, para uma missão na Área 51 (sim, o famoso local dos Aliens), sem muitos detalhes a equipe tem o objetivo de encontrar um contato e resgatar uma maleta, mas o que era para ser uma operação tranquila, se torna um verdadeiro caos.

Ao chegar no local e investigar, começamos presenciar que nada ali está certo, sem nenhum sinal de vida ou do tal contato, e é aí que tudo começa, um local com vários experimentos científicos que colocam em dúvida a própria realidade humana. E bom, esse é o ponto mais forte do jogo, a história e o desenrolar dos eventos é bem conduzido, mesmo que clichê, deixando aquele ar de curiosidade de como vai acabar as coisas.

Nosso principal inimigo aqui é a energia eletromagnética, que de alguma forma começa a dar vida aos corpos de pessoas mortas no local, algumas até bastante bizarras, que partem a caça da nossa protagonista. Outro ponto interessante é que cada personagem que encontramos pelo caminho, possui uma motivação ou desenvolvimento bem feito, de forma que não pareça que é só andar e matar monstros.

Boas motivações, péssimas execuções

O jogo conta com um gráfico bem básico, que não é de nova geração e talvez nem seja de velha geração, com modelagens simples, que as vezes parece personagens feitos de massinha de modelar. Expressões faciais praticamente não existem, juntamente aos momentos de cinematografia bem fracos, parecendo um filme de baixo orçamento, com atores baratos e amadores.

A parte de se elogiar são os sons, com efeitos sonoros bem produzidos, além dos poucos efeitos de iluminação, já que grande parte dos cenários são extremamente escuros, que acaba servindo para esconder a grande repetição que ocorre, as vezes dando aquela impressão de “caramba, acabei de passar por aqui”, mas não, é outro local.

A trilha sonora é outro ponto destaque, com boas músicas nos momentos precisos, além da boa trilha até mesmo na tela inicial do jogo. E claro, não poderia faltar os jumpscares, que com certeza vai render alguns bons sustos durante toda a gameplay.

Jogabilidade beira a insanidade do estresse

Assim que assumimos o controle de Dalila, percebemos o gameplay com uma movimentação extremamente travada e lenta, em determinados momentos até lembrando jogos do PS1. As vezes sentimos a câmera muito próxima a personagem e parece que está preenchendo toda a tela, com isso deixando o combate ainda mais difícil.

Se não estava ruim para você, as coisas pioram completamente no combate, temos apenas duas armas de fogo e um gadget que usamos para congelar inimigos ou caminhos com fogo. As armas possuem uma cadencia de tiro lenta e ao tentar trocar de arma durante o combate, é sofrível, as coisas ficam mais frustrantes sem esquiva ou falta de agilidade da personagem comparada aos inimigos, e quando você pensa que se acostumou a jogabilidade terrível, algum momento em algum cenário nos vemos cercados de inimigos e a vontade de desistir de jogar é enorme.

Felizmente no que diz respeito a performance o jogo roda muito bem, não deixando a desejar nesse ponto. Não tive problemas com bugs ou quedas no desempenho que afetassem a jogatina. Vale destacar que a campanha tem uma extensão comparada aos RE’s, cerca de 5 a 6 horas para finalizar, e para quem buscar todos os troféus, acaba com fator replay para ranking S, zerada sem morrer, em diferentes modos de dificuldade.

Daymare: 1994 Sandcastle: vale realmente a pena?

Daymare: 1994 Sandcastle é um jogo de terror de sobrevivência com muitas referências a outros clássicos. O jogo conta puzzles fáceis, jogabilidade que pode se tornar muito frustrante, mas com uma boa história e personagens que carregam suas motivações para estarem ali.
Apesar de todos os problemas que o jogo apresenta, é um jogo que vale a pena ser jogado, mas em uma boa promoção, aguardando a queda do valor ou até mesmo sua adição a algum serviço de assinatura como Gamepass ou PS Plus, já que mesmo com seu fator replay e boa história, os erros são maiores que os acertos aqui.

Recomendo o jogo para os fãs nostálgicos de franquias já até mesmo esquecidas, além de claro, fãs de terror. O jogo pode ser divertido, mesmo com seus problemas, vai te dar um fator replay, principalmente se buscar todas as conquistas. Infelizmente fica claro que o estúdio teve suas limitações.

Vale lembrar que o jogo está disponível apenas digitalmente no Brasil, na PSN Store custando R$ 174,50. O game está disponível também para Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC.

Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas