A Coreia do Sul é um país de cultura conservadora. Embora a homossexualidade não seja considerada ilegal, o assunto ainda é considerado um tabu pelos cidadãos coreanos. As uniões matrimoniais homoafetivas não são legalmente permitidas e cenas de afeto entre casais LGBTQIA+ nas mídias podem resultar em censura.
No entanto, alguns grupos e solistas da indústria do K-pop já se arriscaram produzindo músicas e MVs com a temática LGBTQIA+. Então, para comemorar o Mês do Orgulho, o ConectaGeek separou 11 Mvs que abordam amores homoafetivos; confira:
BIBI – Derre
A solista BIBI é conhecida por tratar de assuntos tabus em suas canções, um exemplo disso é sua canção “She Got It”, em que ela fala abertamente sobre fumar e transar, temas não convencionais nas letras da indústria musical coreana. Logo, um videoclipe na temática LGBTQIA+ não foi algo tão ousado comparado a outros trabalhos da artista.
No MV de “Derre” BIBI faz o papel de uma estudante em um internato. No local, ela se interessa por uma colega de sala mas não se sente segura para confessar seus sentimentos. Assim, ela observa a colega de longe sem coragem de contar o que sente.Porém, perto do fim do vídeo, acontece um incêndio em um dos prédios da escola, justamente onde a garota por quem a cantora está interessada está. Então, BIBI se arrisca entrando no local do fogo para salvá-la.
A questão é que a última cena a artista surge no escuro segurando um isqueiro enquanto encara a chama com um olhar sugestivo. Logo, entendemos que possivelmente foi BIBI quem provocou o incêndio para se aproximar de sua paixão.
BIBI nunca verbalizou sua sexualidade publicamente mas alguns de seus fãs acreditam que ela seja bissexual.
Neverland – Holland
Holland chamou a atenção em sua estreia como cantor, pois foi o primeiro idol de k-pop a se declarar abertamente como um homem gay desde seu debut. O resultado foi o MV de “Neverland”, canção lançada em 2018 que fala sobre o desejo de encontrar um lugar onde possa ser livre.
O clipe intercala cenas do artista cantando sozinho de maneira triste com imagens de momentos felizes ao lado de seu parceiro. O vídeo fez um sucesso considerável na época e alcançou a marca de 1 milhão de visualizações durante as primeiras 20 horas após sua estreia no YouTube. Entretanto, os resultados positivos não se repetiram na TV coreana, ferramenta essencial na indústria do K-pop. O MV recebeu classificação +19 – classificação máxima – e foi banido das emissoras de música por conta do momento em que Holland beija seu parceiro de cena.
O cantor também trabalha como ator, inclusive, em dramas coreanos do gênero Boys Love, ou BL, em que as histórias são sobre romances entre dois homens.
Projeto undergrOund idOl – OnlyOneOf
O sexteto OnlyOneOf debutou em 2019, sob a proposta de ser um grupo com conceito voltado ao público LGBTQIA +. Um exemplo desse conceito dentro do boy group, é o projeto “undergrOund idOl”, uma série de seis singles, um para cada integrante do conjunto. Cada música possui um MV dentro da temática homoafetiva.
Os seis videoclipes contam histórias onde os integrantes do grupo se apaixonam uns pelos outros. Portanto, as histórias estão ligadas entre si e possuem uma ordem. O primeiro clipe se relaciona diretamente ao segundo, o terceiro ao quarto e o quinto ao sexto
1. begin – YooJung
2. be free – KB
Em “begin” e “be free” os integrantes YooJung e KB vivem um romance que começa quando um deles se torna cliente da lanchonete em que o outro trabalha. Ambos os vídeos apresentam cenas de carícias entre os protagonistas. Inclusive, “be free” sugere até mesmo uma relação sexual entre KB e YooJung.
3. be mine – JunJi
4. because – Rie
“be mine” e “be cause” trazem respectivamente os momentos bons e ruins do relacionamento entre os personagens de JunJi e Rie. Os dois protagonizam desde cenas românticas até momentos de conflitos. Além disso, algumas cenas dos MVs acontecem em cenários apresentados nos dois primeiros vídeos do projeto “undergrOund idOl”.
4. beat – Mill
6. beyOnd – Nine
Por fim, “beat” e “beyOnd” apresentam uma história ambientada em uma escola onde Mill é um aluno veterano interessado por Nine, um novo colega em sua sala de aula. O aluno mais antigo sofre intimidações por parte de outros colegas mas o novo estudante o ajuda ao oferecer companhia nos intervalos. Juntos eles enfrentam agressões e perseguições feitas pelos outros alunos,
Apesar de o grupo explorar abertamente a temática homossexual em seus trabalhos, nenhum dos integrantes declarou ser de fato parte da comunidade LGBTQIA+.
Loona (Chuu solo.) – Heart Attack
“Heart Attack” foi a canção solo de apresentação de Chuu durante o pré-debut do grupo Loona. Dentre as doze integrantes, a idol foi a única a ter um MV com uma história abertamente sáfica.
Na trama a cantora possui interesse por outra garota que estuda em sua escola, entretanto não consegue criar coragem para se declarar. Assim, a jovem persegue discretamente seu alvo a fim de criar a coragem necessária para se declarar, tira fotos, observa e vai até a frente da casa de sua paixão.
Apesar da perseguição, o vídeo não possui um contexto de perigo, apenas de timidez por parte da personagem de Chuu. Além disso, os cenários irreais e lúdicos ajudam a criar uma atmosfera divertida na produção.
Please Don’t – K.Will
O MV de “Please Don’t” do solista K.will foi lançado em 2012 e é provavelmente um dos vídeos mais famosos dentro da temática LGBTQIA+.
A história apresenta um triângulo amoroso entre um trio de amigos em que dois deles, um homem e uma mulher, são noivos que estão prestes a se casarem e deixam o terceiro amigo, outro homem, com ciúmes. O diferencial da trama, é que durante o clipe o espectador é levado a crer que o amigo solteiro está apaixonado pela noiva, entrando, nos momentos finais, as cenas revelam que o personagem está interessado no outro homem.
O plot twist fez com que o videoclipe ficasse conhecido dentro e fora da bolha dos fãs de K-pop. Atualmente, o MV de “Please Don’t” acumula mais de 80 milhões de visualizações no YouTube.
Sistar, Giorgio Moroder – One More Day
O vídeo da canção “One More Day” do Sistar apresenta uma história mais madura comparado aos vídeos anteriores. A história apresenta duas amigas que se apaixonam, entretanto, uma delas está presa a um casamento abusivo em que sofre agressões físicas de seu parceiro. Quando o homem descobre sobre o caso, agride sua esposa e a amante. Ambas conseguem reagir aos ataques mas tiram a vida do homem na tentativa de se defenderem. No fim, as protagonistas conseguem se livrar das provas do crime e terminam a história juntas como um casal.
O MV recebeu classificação +19 por conta das cenas violentas e do beijo explicito entre as personagens que, inclusive, são atrizes contratadas, pois nenhuma das integrantes do grupo aparece nas cenas do vídeo.
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