Lançado em acesso antecipado no dia 1º de julho, BloodRush: Undying Wish já começa a chamar atenção como um dos indies brasileiros mais promissores do ano. Desenvolvido pela Lightmancer Studios, em parceria com a publisher Nuntius Games, o título vem sendo apelidado de “o Bloodborne brasileiro” — não apenas pela atmosfera sombria, mas também pelo peso de sua jogabilidade.
A dor só existe na vida, clemência só ocorre na morte
Em BloodRush, a morte morreu e o mundo foi mergulhado no caos. Cabe ao protagonista, o “Forasteiro”, investigar a sua morte e tentar restaurar o equilíbrio em um universo onde cadáveres estão espalhados por todos os lugares. Durante a aventura, o Forasteiro precisa enfrentar arenas e ondas de inimigos em batalhas marcadas por intensidade e estilo.

Por ser um roguelike com visão top-down (isométrica), o game privilegia velocidade e precisão, oferecendo uma variedade de armas, combos e talentos. O game inicia com duas armas básicas: Lâmina Efêmera e o Revólver Fraternal. Entretanto, ao decorrer do game é apresentada uma variedade ainda maior em habilidades disponíveis. O jogador pode criar combinações únicas em cada gameplay, moldando o estilo de jogo de acordo com suas preferências. A combinação de golpes, talentos e estratégias abre espaço para experimentação constante, tornando cada tentativa diferente da anterior. Essa liberdade contribui para a sensação de que nunca se enfrenta o mesmo desafio duas vezes.
O seu maior destaque com certeza está na possibilidade de unir intensidade e improvisação. Diferente de outros jogos do gênero, aqui o improviso não é apenas um recurso emergencial: é parte do DNA da experiência. Cada confronto exige decisões rápidas e soluções criativas, principalmente contra os chefes, que funcionam como verdadeiros testes de adaptação.
Pode parecer fácil, mas não é. Se não bastasse a quantidade de inimigos, o Forasteiro enfrenta um sangramento desde o início do game, fazendo com que o personagem perca vida gradativamente na gameplay. Enfrentamos isso até o primeiro chefão, na luta contra o vampiro Cassius o protagonista é infectado, entregando uma habilidade vampírica de recuperar vida ao dar um golpe de misericórdia no inimigo.
Ambientação
O visual de BloodRush aposta em uma pixel art sombria, cuidadosamente elaborada para transmitir peso e atmosfera. A paleta gótica, marcada por tons escuros e contrastes intensos, reforça a sensação de decadência e perigo a cada cenário. As animações fluidas e detalhadas dão vida não apenas ao protagonista, mas também às criaturas grotescas que povoam o jogo.
A trilha sonora desempenha papel igualmente importante na imersão. Carregada de intensidade e a imponência de um órgão, criando um clima que remete diretamente às clássicas composições da série Castlevania. Esse recurso sonoro não só reforça o tom gótico da aventura, como também dita o compasso dos combates, trazendo calmaria antes das batalhas e, quando a luta se inicia, acompanha o ritmo frenético e eleva a sensação de urgência e grandiosidade a cada confronto.

Ainda em fase de acesso antecipado na Steam, BloodRush: Undying Wish entrega um combate visceral e dinâmico, que recompensa tanto a habilidade quanto a criatividade. Para quem procura um indie nacional capaz de oferecer ação intensa e atmosfera gótica, o novo projeto da Lightmancer Studios é um nome que merece atenção.
Mensagem do redator
Há algum tempo, na review de Asleep, deixei uma mensagem relembrando a importância de visibilidade ao cenário de games brasileiros. Games como Asleep e BloodRush: Undying Wish são exemplos graciosos de que o Brasil possui muita história para contar e muita criatividade para compartilhar, mas falta o mais o importante para o triunfo: atenção. Conheça melhor o país em que você vive e saia da grande bolha dos games internacionais. O nosso país é rico em cultura, história e criatividade; e as pessoas de fora precisam conhecer o que produzimos tanto quanto conhecemos o que nos é apresentado por eles.
O mercado de games brasileiro está crescendo e é importante ter apoio, mesmo que mínimo. Compartilhe uma gameplay, jogue um game ou até dê então uma curtida tímida em um post de desenvolvedora brasileira. Tudo ajuda.
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