terror

O cinema nacional sempre foi uma fonte de diversidade e criatividade. O gênero de terror/thriller não é exceção. Nos últimos anos, temos visto uma crescente valorização dessas produções, que trazem ao público narrativas intrigantes e arrepiantes. Apesar das dificuldades enfrentadas pela indústria cinematográfica brasileira, diretores talentosos têm se destacado e ganhado reconhecimento internacional.

A trajetória do cinema de terror no Brasil é marcada por uma rica mistura de influências culturais e pela habilidade de adaptar o gênero a contextos locais. Esses filmes não apenas proporcionam entretenimento, mas também refletem questões sociais e exploram o imaginário coletivo do país. Cada diretor traz sua própria visão, resultando em uma diversidade de estilos e abordagens que enriquecem o panorama do cinema nacional.

Neste segundo especial de Além de Hollywood, o Conecta Geek irá apresentar 10 diretores que estão deixando sua marca no gênero de terror/thriller no Brasil. Confira:

1. Dennison Ramalho – O horror sobrenatural e psicológico

Dennison Ramalho é um nome em ascensão no cinema de terror brasileiro. Em “Morto Não Fala” (2018), ele combina o sobrenatural com o psicológico. A história acompanha um atendente de necrotério que ouve os mortos falarem, resultando em uma trama cheia de vingança e mistério.

Ramalho transforma o cotidiano em algo aterrorizante, usando o terror para explorar a condição humana. Seus curtas “Amor Só de Mãe” (2003) e “Ninjas” (2010) já mostravam seu talento para o horror visceral e temas tabu. Ele traz frescor e inovação ao gênero, com narrativas que prendem a atenção do público.

terror
Foto: reprodução/escotilha

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Dennison:

  •  “Amor Só de Mãe” (2003)
  •  “Ninjas” (2010)
  •  “A Noite do Chupacabras” (2011)
  •  “ABCs of Death 2” (segmento “J is for Jesus”, 2014)
  •  “Morto Não Fala” (2019)

2. Gabriela Amaral Almeida – A nova voz do terror nacional

Gabriela Amaral Almeida vem ganhando destaque com suas narrativas de terror psicológico. Em “O Animal Cordial” (2017), um assalto em um restaurante se transforma em uma noite de violência e terror. Gabriela se destaca por sua direção precisa e construção de personagens complexos.

Ela traz uma nova perspectiva ao gênero no Brasil com uma abordagem que mistura suspense e horror. Seu olhar feminino e inovador desafia as expectativas tradicionais do terror. O curta “A Mão Que Afaga” (2012) já mostrava seu talento para criar tensão e explorar a psicologia dos personagens.

terror
Foto: reprodução/O Globo

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Gabriela:

  • “O Animal Cordial” (2018)
  •  “As Boas Maneiras” (2017)
  •  “A Noite Amarela” (2019)
  •  “Morto Não Fala” (2019) – Roteirizado por ela
  •  “A Sombra do Pai” (2018)

3. Rodrigo Aragão – O mestre dos efeitos especiais

Rodrigo Aragão é conhecido pelos fãs de terror no Brasil por seus efeitos especiais impressionantes. Filmes como “Mangue Negro” (2008) e “A Noite do Chupacabras” (2011) mostram sua habilidade em criar monstros e criaturas assustadoras. Aragão é um verdadeiro artesão do terror, usando técnicas práticas de maquiagem e efeitos visuais.

Ele resgata o espírito dos filmes de terror clássicos e independentes, combinando criatividade e conhecimento técnico. Além de diretor, ele também atua como roteirista e maquiador, controlando toda a visão artística de suas produções. Sua obra é um exemplo de como a dedicação e o talento podem superar as limitações do cinema brasileiro.

terror
Foto: reprodução/Instituto Moreira Salles

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Rodrigo:

  • “Mangue Negro” (2008)
  •  “A Noite do Chupacabras” (2011)
  •  “Mar Negro” (2013)
  •  “As Fábulas Negras” (segmento “A Casa de Iara”, 2015)
  •  “O Cemitério das Almas Perdidas” (2020)

4. Marco Dutra – Suspense e elegância no terror

Marco Dutra traz uma sofisticação única ao gênero de terror e suspense. Seus filmes, como “O Silêncio do Céu” (2016), são conhecidos por narrativas intrincadas e construção meticulosa de tensão. O filme aborda a recuperação de um casal após um traumático incidente de violência.

Dutra também é roteirista e compositor, contribuindo para a atmosfera envolvente de seus filmes. Sua parceria com Juliana Rojas resultou em obras como “Trabalhar Cansa” (2011) e “As Boas Maneiras” (2017), que mesclam terror e crítica social. Dutra é um nome promissor do cinema brasileiro contemporâneo.

terror
Foto: reprodução/Papo de cinema

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Marco:

  • “Trabalhar Cansa” (2011)
  • “Quando Eu Era Vivo” (2014)
  •  “As Boas Maneiras” (2017) – Co-dirigido com Juliana Rojas
  •  “A Sombra do Pai” (2018)
  •  “Todos os Mortos” (2020)

5. Juliana Rojas – O terror do cotidiano

Juliana Rojas e Marco Dutra vêm revolucionando o terror no Brasil com uma abordagem única que mistura o fantástico e o cotidiano. Em “Sinfonia da Necrópole” (2014), ela combina elementos musicais com um ambiente de terror. Em “As Boas Maneiras” (2017), Rojas explora a licantropia de uma maneira humana e socialmente crítica, co-dirigido com Dutra.

Rojas usa o terror para comentar sobre a realidade social brasileira. Seus filmes lidam com temas como desigualdade, preconceito e isolamento, usando o gênero para iluminar questões contemporâneas. A combinação de realismo com fantasia cria um estilo distinto que enriquece o cinema brasileiro.

terror
Foto: reprodução/AFP

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Juliana:

  • “Trabalhar Cansa” (2011) – Co-dirigido com Marco Dutra
  •  “Sinfonia da Necrópole” (2014) 
  •  “As Boas Maneiras” (2017) 
  •  “O Mercado de Notícias” (2014)

6. Paulo Biscaia Filho – O horror experimental

Paulo Biscaia Filho se destaca por seu estilo experimental e ousado. Em “Nervo Craniano Zero” (2012), ele mistura horror e ficção científica de forma surpreendente. Com experiência no teatro, Biscaia Filho trouxe uma nova abordagem ao terror no cinema, combinando visuais impressionantes com narrativas complexas.

Sua importância está na disposição para experimentar e inovar. Filmes como “Morgue Story: Sangue, Baiacu e Quadrinhos” (2009) misturam humor negro e terror com eficácia. Biscaia Filho mostra que a criatividade e inovação impulsionam o cinema de terror no Brasil.

terror
Foto: reprodução/jornal plural

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Paulo:

  • “O Segredo da Múmia” (1982) 
  • “O Monstro Legume do Espaço” (1995) .
  •  “Nervo Craniano Zero” (2012) 
  •  “Vampiro 40º” (2016) 
  •  “O Jardim das Horas” (2017) 

7. Afonso Poyart – Ação e suspense no terror

Afonso Poyart traz uma abordagem dinâmica e estilizada ao terror e suspense. Em “2 Coelhos” (2012), ele mistura ação e thriller com qualidade técnica e narrativa. Embora não seja exclusivamente um diretor de terror, Poyart mostrou talento em “Solace” (2015), um thriller estrelado por Anthony Hopkins e Colin Farrell.

Poyart se destaca por criar filmes visualmente impactantes e narrativamente envolventes. Ele combina diferentes gêneros e estilos, tornando seu trabalho único. Ele eleva a qualidade das produções brasileiras, competindo com o cinema internacional.

terror
Foto: reprodução/cinemação

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Afonso:

  • “2 Coelhos” (2012)
  • “Presságios de um Crime” (Solace) (2015) 
  •  “Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo” (2016) 
  • “Presságio” (2019)
  •  “American Heist” (2014)

8. Armando Fonseca – O terror indie (independente)

Armando Fonseca redefine o cinema de terror independente no Brasil ao demonstrar uma abordagem corajosa e inovadora ao gênero em “Uptake Fear” (2016) e “Skull: A Máscara de Anhangá” (2020). Ele é conhecido por criar atmosferas tensas e assustadoras com recursos limitados, mostrando o potencial do terror brasileiro.

Fonseca explora temas culturais e mitológicos de maneira original. “Skull: A Máscara de Anhangá” traz a lenda indígena de Anhangá para um contexto moderno e aterrorizante. Sua abordagem independente inspira novos cineastas a explorar o gênero com autenticidade e paixão.

terror
Foto: reprodução/sbt

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Armando:

  •  “F is for Family” (2011) 
  •  “The Tokoloshe” (2018)
  •  “The Wall of Shadows” (2020)
  •  “Faz-me Companhia” (2012)
  •  “Os Olhos de André” (2017)

9. Caetano Gotardo – A subversão do terror

Caetano Gotardo, mais conhecido por seus dramas, explora o terror de maneiras subversivas. Em “O Que Se Move” (2013), ele usa elementos do gênero para abordar a dor e o luto de forma profunda. Gotardo cria atmosferas carregadas de tensão e emoção, desafiando as convenções do terror.

Gotardo subverte expectativas e usa o terror para explorar questões humanas complexas. Seus filmes oferecem uma experiência emocional intensa e desconfortável, utilizando o gênero como ferramenta de reflexão sobre a condição humana. Gotardo mostra que o terror pode ser tanto entretenimento quanto introspecção e crítica social.

terror
Foto: reprodução/RFI

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Caetane:

  • “O Que se Move” (2012) 
  •  “Seção” (2011)
  •   “O Fantasma da Sicília” (2018) 
  •  “Todos os Mortos” (2020) 
  •  “Nosso Amigo Radical” (2020)

10. Marcos Jorge – Entre o realismo e a fantasia

Marcos Jorge é um diretor que consegue mesclar realismo e fantasia de maneira magistral, criando obras que dialogam com o cotidiano brasileiro ao mesmo tempo que inserem elementos fantásticos e perturbadores. Seu filme “Estômago” (2007) é uma mistura de drama e comédia sombria que aborda temas de poder e sobrevivência através da história de um cozinheiro preso que ascende socialmente através da gastronomia. A narrativa, envolvente e brutal, revela a habilidade de Jorge em explorar o lado mais sombrio da natureza humana.

Em “Mundo Cão” (2016), Jorge continua a explorar temas intensos e emocionais, desta vez focando em vingança e moralidade. O filme, que segue a história de um homem comum envolvido em um confronto perigoso com um assassino psicopata, destaca a habilidade de Jorge em criar tensão e suspense. Com uma direção sólida e uma narrativa envolvente, Marcos Jorge se consolidou como um dos grandes nomes do cinema de thriller no Brasil.

terror
Foto: reprodução/Veja

Dicas de filmes para conhecer o cinema de Marcos:

  • “Estômago” (2007)
  • “Mundo Cão” (2016)
  • “Corpos Celestes” (2010)
  • “O Duelo” (2015)
  • “Jogo Subterrâneo” (2005)

Leia também: 

One Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *