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Crítica | Capitão América: Admirável Mundo Novo é uma surpresa mediana da Marvel

A Marvel inicia o ano de 2025 com uma aposta que já dividia opiniões antes mesmo de sua estreia. Trazer de volta o Capitão América pode ser arriscado, mas introduzir Sam Wilson (Anthony Mackie) para manter esse legado não deixa de ser uma iniciativa arriscada e surprendente. Com suas ressalvas, Capitão América: Admirável Mundo Novo é uma escolha coerente para dar continuação ao legado deixado por Steve Rogers (Chris Evans), ao mesmo tempo traz uma contradição de sentimentos.

Há uma dualidade muito marcante nessa história. Ao mesmo tempo que surpreende a originalidade de não se apegar ao passado do Steve Rogers ou dos Vingadores em si, o filme não sustenta algo maior que mediano por não desenvolver tão bem arcos que, a princípio, são interessantes.

Mesmo não sendo um exatamente um novato no Universo Cinematográfico Marvel (MCU), pela primeira vez a história de Sam Wilson é o foco central de uma produção da Marvel Studios — visto que em Falcão e o Soldado Invernal, ele era um co-protagonista. Admirável Mundo Novo trabalha essa mudança do personagem, em ele assumir o escudo de um herói do passado, mas mantendo suas características como um homem comum, sem soro do super soldado e suas particularidades como Falcão, seu antigo alter-ego. Em meio a tudo isso isso surge uma ameaça que começa de uma parceria com o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Thaddeus Ross (Harrison Ford) e depois se torna uma grande confusão devido a uma ameaça invisível.

A direção de Julius Onah e o roteiro de Malcolm Spellman e Dalan Musson apresentam bem o contexto inserido com boas explicações. Da mesma forma, eles acertam em lutas bem coreografadas e impactantes. A Marvel não estava entregando tal dimensão quando se olha para os filmes anteriores como “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” e “As Marvels”. Já nesse os efeitos e as cenas de ação são intrigantes, envolventes e muito surpreendentes.

A fraqueza de Admirável Novo Mundo se dá na falta de desenvolvimento do vilão

Samuel Sterns é o verdadeiro vilão do longa. Mesmo que o Hulk Vermelho surge como resultado da introdução do composto Gama por pílulas, o verdadeiro responsável por essa grande bomba vermelha é o próprio Sterns, também conhecido com o Líder. Ele reativa sua vingança após ficar preso em um laboratório servindo de sua máxima inteligência pra ajudar Ross.

Esse contexto no longa é bem explicado e não há dúvidas da forma que ele se dá. Mas com tamanha inteligência, a entrega de Sterns é muito simples e torna o longa muito mediano. Principalmente porque ele se entrega facilmente apenas para ver a transformação de Ross. A única coisa que nos traz esperança nesse arco, é a própria cena pós-crédito que explica uma continuação e plano do próprio vilão para permanecer preso.

Em contrapartida, os atores conseguem conquistar nas telas ao revelar uma atuação coerente e empolgante. O destaque para Mackie e Ford é uma exclusividade interessante, uma junção de dois atores marcantes em uma encenação e entrosamento único, sinal de uma boa preparação do elenco. O caminho entre a parceria dos dois passa por altos e baixos e revela uma cena muito interessante de luta do Hulk Vermelho com o Capitão América.

É possível concluir que o filme é mediano com suas boas surpresas. Fraco no desenvolvimento do vilão, rápido nas conclusões de conflitos, mas ao mesmo tempo fiel a uma essência original da história de Sam e repleto de cenas bem coreografadas de lutas e boa dinâmica entre os atores principais, “Capitão América 4” é uma boa e intrigante aposta para o futuro da Marvel nos cinemas.

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