Resenha – “Liga da Justiça: Crise nas Infinitas Terras – Parte Um” Filme Animado


É simplesmente inegável que a maior e mais importante super-saga das histórias em quadrinhos trata-se da Crise nas Infinitas Terras.

Criada para resolver a bagunça editorial da DC, ela se tornou um modelo de sucesso e responsável pelos grandes eventos das editoras da nona arte. Pois bem, com a possibilidade de adaptar essa grande história em uma versão animada, o resultado parcial – visto que trata-se da 1ª de três partes – é extremamente desanimador.

Desde o início da história entendemos que o protagonista desse arco é o Flash. Prestes a se casar Iris West, Barry Allen está passeando por diversos momentos de sua vida por meio da Força de Aceleração. Tanto o roteiro, quanto a montagem não deixam claro se essas viagens são feitas sem querer um não, mas definitivamente parece ser algo fora do controle.

O monstro da semana

A grande ameaça dessa primeiro terço é o Amazo, androide criado pelo Professor Arthur Ivo, capaz de copiar as habilidades de qualquer herói.

À medida que o vilão vai derrotando os heróis, mais forte ele vai ficando por acumular mais poderes. No entanto, tanto faz o Amazo, ele está aí para ter alguma ação neste primeiro terço.

Tanto é que, em paralelo à ameaça do androide, vemos Flash é convocado para ir à Torre de Vigilância da Liga da Justiça. Onde realmente as coisas importam.

Ao ser teletransportado ao satélite, ele se depara com diversas versões dos heróis da Liga, incluindo alguns velocistas.

Pois bem, é nesse ponto que entendemos o motivo dessa grande reunião e o tamanho do problema: A anti-matéria está destruindo planetas inteiros.

Não existe um grande vilão pra derrotar, mas esses heróis devem parar o intangível, essa força da natureza que destrói tudo por onde passa, e que em breve passará pela Terra, em todas as suas versões multiversais.

Confesso que não consigo saber se alguém que não teve contato com esse arco – ou que não entenda minimamente de quadrinhos – vai entender essa história por essa abordagem.

Embora exista um apelo de conexão do protagonista e suas relações e a reflexão que ele faz ao se deparar, por exemplo, com uma versão em que a Liga da Justiça governou o planeta, o transformando num reinado de terror, sem alguma lei, tudo parece muito apressado, corrido e até mesmo… confuso.

Para além da questão da adaptação, há outro problema – esse mais recorrente -, a animação. Embora apresente beleza e fluidez, alguns momentos destacam as limitações do orçamento, impedindo-a de ser mais ambiciosa ou de se arriscar em certos momentos. A utilização de CGI acaba sendo um incômodo em algumas cenas.

Mas para além disso, é bastante desanimador ver que mesmo com a liberdade de uma animação, essa representação de outras versões dos personagens em universos alternativos apresentam mudanças mínimas e nem o traço animado foi mudado.

Em um cenário no que temos Homem-Aranha no Aranhaverso no mundo das animações, não ver que a DC sequer fez o esforço em fazer, por exemplo, uma emulação do traço simplista e marcante das animações do Bruce Tim em alguma dessas versões alternativas, só passa a ideia que não tem amor por trás de uma das histórias mais importantes da própria editora.

Para ser justo, a final deste primeiro filme pode instigar quem não se animou tanto, mas será que diante do que vimos existe possibilidade de melhora?

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