De Repente 30

Nesta semana o filme “De Repente 30” completa 20 anos de lançamento. A comédia romântica é dirigida por Gary Winick a partir de um roteiro de Josh Goldsmith e Cathy Yuspa. O longa é um dos maiores clássicos de 2004 e mostra uma história em que a jovem Jenna Rink (Christa B. Allen) deseja tanto viver os 30 anos, que quando finalmente consegue, se enche de superficialidades até entender o que realmente é essencial. A produção explora essa relação e nos traz diversas formas de compreender detalhes dentro da nossa própria vida.

Com 30 anos, a personagem é interpretada por Jennifer Garner que entrega uma excelente atuação ao viver uma garotinha de 13 anos no corpo e nas funções de uma mulher de 30 anos bem sucedida. O salto temporal do filme vem após a jovem idealizar uma vida bem sucedida ao enxergar essa verdade dentro das revistas. A revolta com a sua situação atual a leva para esse cenário e o filme exala detalhes da época sugerida com aspectos clássicos dos anos 2000, como pode ser percebido pelas músicas, roupas e costumes.

Os sonhos são realizados quando ela percebe que é diretora de uma grande revista de moda e comportamento. Além disso, o sonho de ter um namorado se concretiza e ela se torna uma mulher requisitada e importante. No entanto, aos poucos ela se vê em uma vida superficial, sem amigos verdadeiros, afastada dos pais e com um caráter duvidoso na tomada de decisões, em que ela passa por cima dos outros e não respeita a integridade de alguns relacionamentos.

O choque de realidade não envolve apenas a idade de Jenna, mas principalmente o quanto ela não soube valorizar o que era de grande importância em sua adolescência. A figura mais importante que representa essa ideia é o próprio Matt (Mark Ruffalo), o melhor amigo e vizinho que ela esnobou completamente depois de se tornar popular e chegar na vida que tem aos 30. No final das contas, ela finalmente enxerga o interesse amoroso do amigo e descobre que é totalmente recíproco, a ponto de sofrer muito por ter deixado essa valiosa amizade de lado.

“De Repente 30” tem tudo a ver com a nossa vida

É claro que gostamos de assistir a história de Jenna porque é engraçada, divertida, fofa, romântica e emocionante. Mas o nosso olhar também é voltado para nós, porque a superficialidade que o filme apresenta é para que no fundo, nos gere total incômodo com a maneira que lidamos com as nossas prioridades. O sucesso profissional e pessoal estampado nas revistas fez aquela jovem de 13 anos achar que apenas essa vida glamourosa era sinônimo de felicidade. Ela centraliza todos os seus esforços nessa ideia a ponto de não conseguir enxergar as coisas boas de sua vida, como seu melhor amigo ou a própria família.

Muitas vezes nós também somos tomados pela cegueira de que apenas o sucesso profissional é fonte de felicidade. Ou pior, quando algo na nossa área de trabalho não está funcionando bem, isso atinge de forma prejudicial em todas as esferas da nossa vida, a ponto de nos deixar verdadeiramente tristes. Sabemos que a sociedade capitalista vende uma ideia mais agitada, consumista, bem-sucedida e muitas vezes opressiva. No entanto, o ser humano se sente plenamente realizado com outras relações que vão além de uma posição ou cargo.

De Repente 30
De Repente 30

É nítido refletir isso no final do próprio filme, quando Jenna consegue retornar aos 13 anos e resolver o que ficou pendente. Ela exclui amizades que não valem a pena o cultivo, finalmente entende a importância de olhar para o Matt com um outro olhar, escolhe aproveitar melhor a sua família e construir uma carreira baseada na honestidade e também em certa simplicidade.

“De Repente 30” nos ensina que a grandeza não é tudo, é um simples filme que nos mostra a importância de saber dar o verdadeiro valor e prioridade ao que é certo. A história nos incentiva a correr atrás dos nossos sonhos de forma justa e pacífica, sem que se torne um pedestal na nossa vida a ponto de definir quem nós somos por conquistas. E por fim, percebemos que a verdadeira felicidade é estar ao lado de quem se ama, bem consigo mesmo, aproveitando as verdadeiras coisas boas que a vida oferece e encarando a jornada profissional como um área que auxilia nesse estado e não que toma conta de tudo em nossas vidas.

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