Na última semana, viralizou na internet o fato de um estudante do ensino médio criar um port de Doom, jogo de sucesso que reinventou grande parte da indústria dos games na década de 90, para PDF – isso mesmo, o formato de documentos.
Junto com o também clássico “Wolfenstein 3D”, Doom não apenas definiu o que se tornaria o gênero de tiro em primeira pessoa, mas também virou um meme na comunidade por ser levado a dispositivos inusitados, fazendo com que o jogo se tornasse um símbolo de criatividade e versatilidade.
Mas por que essa facilidade para criar diversos ports do pioneiro FPS dos anos 90? Bem, explicando bem superficialmente: Doom foi desenvolvido em linguagem C, o que permite que ele seja adaptado facilmente a diversas plataformas graças à ampla compatibilidade dessa linguagem.
O Doom clássico
Antes de embarcarmos nas mais curiosas formas de joga-lo, precisamos falar um pouco do protagonista de nosso especial e sua franquia como um todo.
Lançado em 10 de dezembro de 1993, “Doom” é um marco na história dos videogames. Desenvolvido pela id Software, o título não apenas popularizou o gênero de tiro em primeira pessoa, mas também redefiniu assim a forma como os jogos eram criados e jogados. Com sua jogabilidade frenética, gráficos revolucionários para a época e uma trilha sonora eletrizante, o título rapidamente conquistou milhões de fãs ao redor de todo mundo, fenômeno que transcende gerações e cativa gamers até os dias de hoje.
No jogo, assumimos então o papel de um fuzileiro espacial, conhecido como Doomguy, que enfrenta hordas de demônios depois que experimentos em Marte dão terrivelmente errado.
Plataformas originais
Originalmente, Doom foi lançado para MS-DOS, mas sua popularidade foi tão grande que o mesmo foi adaptado para diversas plataformas, incluindo Super Nintendo, Sega 32X, PlayStation, e até dispositivos móveis décadas depois.
Sequências
O sucesso estrondoso de Doom resultou em uma franquia icônica, com sequências como “Hell on Earth” (1994) e “Doom 64” (1997). Após um hiato, a série foi revitalizada com o lançamento de “Doom 3” (2004) e os aclamados mais recentes “Doom”, este de 2016, e Doom Eternal, lançado então em 2020.
Como mencionado anteriormente, a mais recente plataforma inusitada a ganhar visibilidade na internet foi nada menos que um documento em PDF. Um estudante do ensiono médio, conhecido como ading2210 no GitHub, viralizou ao conseguir o feito de transformar um simples arquivo PDF em mais uma forma de se jogar Doom.
Mesmo com uma performance limitada, o título ainda é jogável. No entanto, a experiência pode desagradar alguns jogadores devido à velocidade reduzida em comparação ao jogo original e à exibição apenas em preto e branco. Você pode jogar gratuitamente clicando aqui.
Trator agrícola
Durante a DefCon 2022, uma popular conferência anual de hackers, um pesquisador de segurança conhecido como “Sick Codes” revelou então que conseguiu rodar Doom no computador de um trator utilizado para atividades agrícolas.
Além disso, ele apresentou uma modificação do game, onde as armas de fogo foram substituídas por máquinas agrícolas e os cenários infernais deram lugar a vastos campos verdes.
Caixa do McDonald’s
Durante um processo de rotina para substituir as caixas registradoras em 2022, uma filial do McDonald’s na Austrália optou por doar suas máquinas ultrapassadas para os funcionários. No entanto, quem gostaria de levar para casa uma caixa de fast food? A resposta: um jovem chamado Ryan Edgar.
Ryan descobriu que a caixa contava com suporte para a Windows XP e se perguntou então se seria possível rodar Doom. Para realizar o feito ele apenas copiou uma versão modificada do jogo feita para o software da Microsoft para um USB e utilizou a função AutoRun da máquina. Em instantes, Doom estava funcionando perfeitamente, com suporte até para mouse e teclado.
Peça de LEGO
Uma das versões mais legais – visualmente falando – foi criada por um programador chamado James Brown, que compartilhou no X um feito e tanto: rodar Doom em uma minúscula peça de Lego.
Na realidade, a ideia original foi criar um pequeno monitor externo na peça de brinquedo e para testar o potencial de sua criação ele escolheu tentar rodar Doom, o que deu inesperadamente certo, dentro das proporções possíveis. No entanto, vale destacar que, de certa forma, o jogo está apenas sendo reproduzido de forma externa na peça e não rodando exatamente nela.
Ultrassom
O canal BwaveTV, do YouTube, decidiu testar Doom em nada menos que um scanner de ultrassom, equipamento utilizado em hospitais e clínicas médicas para atividades como exames obstétricos. Segundo o vídeo original, o jogo rodou com uma qualidade surpreendentemente boa, embora o painel de comandos do aparelho tenha se mostrado pouco funcional como substituto de um teclado.
Teste de gravidez
Definitivamente temos aqui a plataforma mais inusitada que qualquer game já foi rodado. Um programador conhecido pelo como Foone conseguiu executar Doom em um teste de gravidez.
Ele revelou que foram necessárias muitas tentativas e paciência para tornar o título totalmente jogável em uma tela monocromática de 128×32 pixels. Apesar das limitações, o feito impressiona, mostrando o clássico rodando em um espaço minúsculo e com recursos extremamente reduzidos.
Menções honrosas e modificações
Com tantas gamas de opções a serem testadas pela comunidade de programadores – e por quem possui bastante tempo livre – se torna impossível mencionar todas as plataformas inusitadas aqui, mas também foi possível rodar o jogo da id Software em calculadora de batatas, câmera digital e até mesmo por meio de um bot no Twitter.
Além disso, o código-fonte de Doom se tornou público ainda em 1997, abrindo assim portas para que fãs e desenvolvedores criassem mods únicos. Um exemplo recente é “The Gallery Experience”, onde o jogador explora uma galeria de arte ambientada na primeira fase do jogo. Lá, é possível apreciar obras, beber vinho, comer queijos, comprar souvenirs e, como esperado, encontrar áreas secretas.
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