Baby Steps review

Review | Baby Steps é o melhor jogo do ano

Baby Steps é um daqueles jogos feitos para testar sua paciência, mas não por incluir boas mecânicas, história cheia de reviravoltas e etc. O jogo é um teste de coração pela sua jogabilidade bizarra e momentos frustrantes que te fazem pensar porque está jogando isso.

Desenvolvido pelo trio Bennett Foddy, Maxi Boch e Gabe Cuzzillo, Baby Steps coloca os jogadores no controle de Nathan ou Nate. Nathan é aquele personagem representado de forma ridícula, para dar acidez e críticas a uma realidade existente.

Nathan é um homem de 35 anos, que ainda vive com os pais e passa o dia no sofá comendo salgadinhos e assistindo TV. O personagem ainda vê seus pais constantemente o mimando e tratando como um bebê ou como se fosse incapaz de fazer qualquer coisa com as próprias mãos. Daí surge o trocadilho com o nome Baby Steps, ou em tradução literal, “passos de bebê”.

A história e mecânicas Baby Steps

Com uma narrativa cheia de piadas e momentos de vergonha alheia, Nathan é teleportado a uma outra realidade. Essa do qual ele tem que se virar sozinho e usar as próprias pernas, em meio a uma jogabilidade desengonçada.

Para avançar na história, temos que chegar a um determinado ponto do mapa, esse que geralmente fica marcado com um sinal luminoso. Entretanto, para chegar até lá teremos diversos obstáculos pelo caminho, que variam pelos tipos de terrenos como lama, rochas, lagos e muito mais.

Basicamente em Baby Steps usamos 4 botões do controle. Controlamos as pernas de Nathan com os gatilhos, enquanto o corpo é controlado pelo analógico esquerdo. Também podemos alternar a câmera de ombro, esquerdo ou direito, facilitando na visualização dos obstáculos à frente.

À medida que jogamos, vai ficando mais natural controlar o personagem, depois de tantas quedas bizarras. Mas propositalmente Baby Steps tem inúmeros caminhos que beiram o impossível e te fazem querer dar rage de tanta frustração. Em alguns momentos se torna até massante repetir o mesmo local, porque voltou desde o início.

E quando digo que volta do início, é literalmente falando, pois em alguns pontos existem partes com cachoeira ou um escorregador de lama. Se você cair em algum desses locais, vai te fazer perder bons minutos de progresso, a depender podem ser horas.

Particularmente isso faz com que jogar por várias horas seguidas seja como assistir seu time favorito em uma decisão de pênaltis eterna. Um desgaste de tanto estresse, ou seja, o ideal é cadenciar horas jogadas para não começar cometer erros que vão te custar caro.

Ambientação e trilha sonora bizarras

A trilha sonora de Baby Steps é bastante peculiar, isso porque não são faixas sonoras comuns, mas sim um mix de sons aleatórios. O som vai surgindo de acordo com o cenário ou situação que estamos, indo desde uma mistura de patos com latidos de cachorro, a pássaros com cavalos.

Em determinados momentos, talvez horas acumuladas no jogo, a trilha sonora pode soar repetitiva. Às vezes até mesmo irritante, porque parece que está zombando do jogador, principalmente quando caímos em sequências. Provavelmente mais uma das bizarrices propositais.

Baby Steps tem um mapa aberto, mesmo que seja limitado com locais que não é possível subir, dá uma certa liberdade de caminhos ao jogador. Além disso, o jogo conta com um sistema de dia e noite, mas que sinceramente não influencia em nada, nem mesmo na visibilidade.

Ao longo da progressão vamos passar por diferentes cenários, que vão desde montanhas rochosas, florestas tropicais e a desertos. Há uma variedade grande de locais, dando um ar de empolgação para desbravar até o objetivo. Apesar da variedade, os cenários são mortos, você encontrará uma ou outra atividade secundária, algum personagem para interagir e só.

Utilização do Dualsense digna de Jogo do Ano

Acumulei boas horas jogando de forma antecipada e o desempenho de Baby Steps é satisfatório. Porém, em alguns momentos o jogo sofre de engasgos repentinos, que podem atrapalhar em momentos cruciais (falo por experiência própria).

A parte mais legal do jogo é como os desenvolvedores conseguiram implementar de forma majestosa às funcionalidades do Dualsense. Isso porque os gatilhos respondem de acordo com o terreno, se tornando mais rígidos na água, por exemplo.

As funcionalidades fazem com que seja mais interessante aprender a controlar Nathan e caminhar por diferentes terrenos. Sendo para mim, um dos melhores usos dos gatilhos desde Astrobot, o que é uma pena o pouco uso que outros estúdios fazem com tamanha tecnologia em mãos.

Baby Steps vale muito a pena, para se estressar

Baby Steps é um jogo feito para te causar rage e um mix de raiva. A jogabilidade é simples, mas desengonçada propositalmente e pode te fazer a todo momento questionar porque está jogando isso.

Apesar da proposta ousada, claramente Baby Steps não é um dos jogos do ano e nem mesmo um forte concorrente a desbancar Death Stranding. Porém, vai te tirar boas risadas a depender do seu nível de humor com piadas ácidas.

Análise realizada com código enviado pela Devolver Digital

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Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas