Desenvolvido pela Crinkle Cut Games e publicado pela PQube, Discounty leva os jogadores a gerenciar o seu próprio supermercado. Flertando entre simulação e “cozy game”, o jogo aborda uma narrativa com um pano de fundo interessante.
Em Discounty assumimos o papel de um jovem, podendo escolher entre homem ou mulher, que a pedido de sua tia, viaja até a pequena cidade de Blomkest para administrar a rede de supermercados Discounty. Ao escolhermos entre homem ou mulher, temos uma personalização bem simples, que não interfere na história e nem diálogos.
Blomkest é uma dessas cidades de interior pacatas, sem muito comércio ou movimento, onde a comunidade está enfrentando dificuldades de diferentes tipos. A partir daí, nosso protagonista começa unir as pessoas e trabalhar com elas para expandir seu próprio supermercado.
Mesmo focado no gerenciamento do supermercado, Discounty ainda traz missões secundárias de exploração pela cidade. Um dos principais plots envolve uma misteriosa floresta, onde supostamente ocorrem experimentos bizarros por lá, e caberá ao nosso protagonista investigar o que de fato está acontecendo ali.

Felizmente, o jogo está todo em português, o que facilita o entendimento de todos os diálogos, que são muitos por sinal. Além disso, conta com uma trilha sonora relaxante de fundo, focado apenas em faixas instrumentais, tornando-se o ponto de calmaria em momentos de desespero.
A parte mais importante e divertida do jogo é administrar o supermercado que leva o nome do título. No nosso mercadinho precisamos fazer o papel de severino. Temos que repor prateleiras, atender o caixa, organizar o estoque dos fundos, limpar o chão e até coletar latinhas ou garrafas pela cidade.
Cada mecânicas da jogabilidade afeta diretamente o desempenho do nosso supermercado. Por exemplo, se o chão ficar sujo, os clientes andam mais devagar, afetando assim as vendas. Ou se você demorar a atender no caixa os clientes ficarão nervosos e podem até desistir de comprar.

Discounty adota a estrutura de grades para organizarmos as prateleiras no supermercado. Além da importância de manter tudo funcionando, também temos que manter tudo organizado. Temos que manter as prateleiras de forma que os clientes andem sem dificuldades. Outra mecânica interessante é que se mudarmos os produtos de local, os clientes ficam confusos.
Um ponto positivo é que Discounty não se prende na mesmice, pois à medida que progredimos na história e com a expansão do nosso supermercado, podemos adquirir ferramentas que facilitam o dia a dia. Mesmo não sendo desafiador como simuladores em geral, o jogo cadência de forma divertida e intuitiva para jogadores de todos os níveis de experiência.

Embora a primeiro momento Discounty me lembrou muito Stardew Valley, aqui o background de cada personagem é mais superficial. Alguns personagens, mesmo fazendo parte da história principal, só servem de moeda de troca entre favor vs. recompensa, sem explorar muito em diálogos com eles, o que se torna um potencial desperdiçado.
Vale destacar ainda que, o fator replay pode ser um dos pontos de ausência aqui. Pois diferente de jogos que prendem o jogador por praticamente uma vida inteira, Discounty tem uma campanha de cerca de 15 a 20 horas, deixando um vazio e sem muitos porquês revisitar o jogo após isso.

Conclusão
Discounty é um jogo divertido, onde te coloca para administrar um supermercado e encarar os desafios de expandir, formar alianças com fornecedores e etc. Porém, peca na profundidade dos personagens presentes na narrativa com diálogos rasos e ausência de conteúdo após finalizarmos a campanha principal.
O jogo se garante com boas mecânicas, gráficos pixelados ao estilo Stardew Valley, que deixa tudo mais charmoso e legendas em português do Brasil. Mas infelizmente não se sustentam para ser um título obrigatório ou marcante, valendo assim esperar uma boa promoção ou até mesmo em serviço de assinatura como PS Plus e Game Pass.
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