Wreckreation review

Review | Wreckreation une velocidade, batidas e muita criatividade

O meu primeiro contato com o PlayStation 2 foi através do Jampack Vol. 13, entre tantas demo de jogos, uma das que mais me divertia era Burnout Revenge. Anos se passaram e eu tive a oportunidade de jogar a versão completa do Revenge, Takedown e Dominator, se tornando uma trilogia com muitas corridas insanas misturando destruição e velocidade.

Algum tempo depois fui conhecer Burnout Paradise, que entregou um mundo aberto com variadas atividades para se fazer e uma progressão no qual você poderia escolher a ordem das coisas ao seu estilo. Para muitos fãs, Paradise se tornou um dos melhores sandboxes, e o mais adorado da saga.

Infelizmente desde então (2008), não houveram mais novos jogos, apenas um remaster de Paradise em 2018. Eis que surge Wreckreation, desenvolvido por uma equipe composta de ex-membros de Burnout, criando assim seu próprio Paradise 2.0, mas com melhorias.

Um mundo para chamar de seu

Wreckreation inicialmente se chamaria Dangerous Driving 2, uma sequência de um jogo que é considerado sucessor espiritual de Burnout. Porém, os desenvolvedores quiseram ir além, levando os jogadores até o MixWorld, um mundo aberto, onde você pode criar, correr e destruir muitos rivais.

O jogo traz um total de quase 150 eventos diferentes, variando entre quatro tipos diferentes: Corridas, Road Rage, Wreckoning e Eliminação. Cada modo de corrida tem suas particularidades, para quem já conhece Burnout, já vai se sentir em casa.

Além dos eventos, temos ao redor do mapa inúmeras atividades para serem completadas, que vão desde destruir outdoors, quebrar portões destacados no mapa e coletar chaves escondidas. Nos outdoors, são pouco mais de 250, podendo ser apenas destruir ou destruir fazendo alguma manobra.

  • Wreckreation eventos
  • Wreckreation eventos
  • Wreckreation eventos

Quanto às manobras, elas são fáceis de se fazer, se torna uma mistura de carros com skate. Em um salto você pode dar um giro 360 no ar, em outro você pode praticamente dar um flip com seu carro e tentar acertar o timing para aterrissagem. Wreckreation não busca nenhum realismo e sim a insanidade.

O mapa não é todo aberto de cara, temos que explorar e descobrir as atividades pelo caminho, com isso, existirão momentos que você vai passar explorando apenas para encontrar um novo evento. Felizmente, não é um mapa absurdamente grande como um The Crew da vida, por exemplo, apesar das várias atividades, é um mapa relativamente pequeno.

A parte que se destaca em Wreckreation é literalmente usar sua criatividade no chamado Mix ao Vivo. Aqui, você pode criar pistas, essas que ficarão salvas no seu mapa, e elas podem ser áreas, com rampas acrobáticas, e muito mais. Wreckreation te dá toda a liberdade criativa para você ser rei do seu próprio mundo.

Burnout Paradise 2.0 é real!

Wreckreation em nenhum momento esconde sua inspiração em Burnout, nem mesmo no nome de eventos como Road Rage, ou os “golpes” nos rivais, chamados Takedowns. O jogo ainda traz diversos elementos que vimos em Paradise, lá em 2008, incluindo o sistema de progressão por licença.

À medida que concluímos eventos, obtemos pontos da nossa licença, a cada x pontos estipulados, vamos avançar para um novo degrau. Ao obter a nova licença, liberamos carros mais velozes e eventos que inicialmente estão bloqueados devido a falta de pontos suficientes.

Falando nos carros, não há carros licenciados, apenas designs parecidos com alguns carros reais e nomes fictícios. E nem mesmo temos uma garagem, ao ganhar um novo carro, basta procurar o ícone P (Estacionamento) no mapa e pegar seu novo possante lá. Os Estacionamentos também servem como ponto de viagem rápida, facilitando muito a locomoção pelo mapa.

  • Wreckreation
  • Wreckreation takedown
  • Wreckreation takedown

Outro elemento resgatado é a ausência de muitas explicações ou tutoriais logo de início. Em resumo, você é jogado no mundo e já está livre para conquistar o seu. Os tutoriais são apresentados no rodapé, e com uma voz de fundo, como se fosse uma copiloto, explicando que 1+1 é igual a 2.

Apesar do sucesso – pelo menos para mim – da trilha sonora dos Burnout da vida, senti que Wreckreation deixou a desejar nesse ponto. A trilha sonora do jogo tem boas faixas, mas nada muito marcante para um jogo de corrida, que costuma marcar pelas músicas.

Diferente de Paradise, que tinha muitas áreas urbanas no mapa, inspiradas em Los Angeles, San Francisco e etc. Wreckreation em sua grande maioria são zonas abertas e mais para o lado de espaços rurais. Apesar de não ser esse o objetivo do jogo, o mundo é vazio e enjoativo com o passar do tempo.

Problemas que atrapalham a experiência

Infelizmente perfeito Wreckreation está longe de ser, isso porque o jogo apresenta alguns problemas que fez minha experiência sair do “nostálgica” para o “é sério isso?”. A começar por como o balanceamento da IA mais parece um jogo de PS2 nos tempos atuais, onde simplesmente os adversários te passam como um foguete, mesmo estando há quilômetros de distância.

Outro problema recorrente é o mundo ao redor jogar contra você, propositalmente. Constantemente veículos bots que andam pelo mapa atravessam na sua frente sem motivo algum, ou simplesmente estão em linha reta, mas quando você está aproximando, fazem uma curva qualquer para te atrapalhar. Essas situações são mais recorrentes quando você está liderando com certa vantagem.

Uma mecânica que eu já odiava nos Burnout’s era quando batia ou quando executava Takedown, a câmera assumia uma visão cinematográfica para dar ênfase ao ocorrido. Bom, aqui temos isso, e continua sendo irritante, pois às vezes quando você excuta um Takedown e a câmera retorna para seu carro, ele simplesmente pode ter batido na parede ou estar de frente com algum veículo do trânsito.

E antes de entrarmos nos bugs e desempenho, temos também problema quanto a visibilidade da pista a frente, é confusa e irritante, principalmente dado aos visuais acinzentados que o Wreckreation tem. O jogo tenta resgatar a essência do Burnout com as cores mais apagadas e escuras, mas confesso, foi muito mais frustrante do que divertido, ainda mais parecer que estou correndo às cegas.

Bugs e um desempenho que sofre

Já perdi às contas de quantos jogos problemáticos tivemos nesse ano, por sinal, Wreckreation pode integrar essa lista. Em minha jogatina, alguns dias antes do lançamento oficial, presenciei todo tipo de bug diferente. Desde carros voando, desaparecendo e aparecendo a comandos não respondendo

E os problemas não param por aí, pois o jogo sofre de muitas quedas de quadros por segundo. Tiveram momentos que eu parecia estar jogando em um PC bem abaixo dos requisitos mínimos. São problemas que devem ser corrigidos com futuras atualizações, mas que é uma pena o estúdio não ter tido mais tempo para deixar tudo mais bem acabado.

Wreckreation flerta com o renascimento de uma franquia

Não há como negar que Wreckreation têm seus pontos positivos e traz de volta elementos que fizeram sucesso com Burnout Paradise. Apesar dos problemas apresentados, é um jogo divertido e pode ser um bom passatempo se você quer dar um tempo de jogos como Forza Horizon, Need for Speed e companhia, querendo só destruir uns carros em paz.

O título carece de atualizações, que devem ocorrer após o lançamento e se você está lendo isso muito tempo depois de ter sido lançado, pode ser que já tenha sido corrigido. E provavelmente um dos pontos mais interessantes seja a liberdade de criação do modo Mix ao Vivo, que pode render boas pistas criadas pela comunidade ao longo da sua vida útil.

Wreckeation é desenvolvido pela Three Fields Entertainment e publicado pela THQ Nordic. O jogo já está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S. Essa review foi realizada no PlayStation 5 com código enviado pela THQ Nordic.

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Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas