Hellbreak review

Review | Hellbreak mistura Doom com mecânicas únicas

O novo game desenvolvido por Double Barrel Games e publicado pela Biotech Gameworks, Hellbreak, foi lançado no dia 12 de junho e garante gameplay frenética e cheia de ação. O game que mistura mecânicas roguelite e shooter é uma nova promessa para o gênero.

História e estrutura

Em Hellbreak entramos na pele de um soldado que morre em combate durante uma guerra e desperta nas profundezas do inferno. Para garantir uma segunda chance de salvação para a sua alma, o soldado precisa enfrentar ondas e mais ondas lotadas de demônios e criaturas indefiníveis. Entre as batalhas é necessário impressionar os Senhores do Submundo e garantir bençãos, feitiços e armas.

Hellbreak não tem uma história tão bem aprofundada – o seu foco não é esse-, mas garante uma boa ambientação e é tão grande a frenesi que esse detalhe passa batido. O game possuí mapas fechados e consideravelmente pequenos, mas não é um ponto negativo visto que o game design o torna imersivo. Dois dos mapas se destacam não apenas pela ambientação, mas principalmente pelo design verticalizado e pela presença de mecanismos que incentivam o reposicionamento constante. Plataformas e pontos de impulso tornam os combates mais dinâmicos. Tudo reforça a necessidade de leitura tática do espaço e estimulando a tomada de decisões em tempo real.

Mecânicas

As batalhas se apoiam em um sistema de arenas em que o jogador precisa enfrentar sucessivas ondas de inimigos para desbloquear uma seleção de três bênçãos concedidas por entidades infernais ao completar missões secundárias. As habilidades e vantagens garantem que o jogador se veja em diferentes cenários táticos ainda que no mesmo mapa. Além disso, Hellbreak possui um sistema de maldições (Infecção, Inferno, Choque e Congelamento) que causam efeitos que podem ser combinados entre si, causando combos com danos que podem mudar por completa a situação da sua gameplay. O poder das habilidades e especiais são rankeados, aumentando dano e os efeitos das vantagens de acordo com a sua progressão.

O game oferece um conjunto robusto de recursos que ampliam a variedade e a profundidade da experiência de jogo. São mais de 80 bênçãos únicas, cada uma capaz de alterar substancialmente o estilo de combate e favorecer diferentes abordagens táticas. Esse leque de possibilidades se soma a um arsenal com 15 armas de fogo baseadas nas utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.

A concepção estética de Hellbreak não esconde suas referências. A escolha de composição do arsenal, desenho das estruturas e game design com ambientes infernais e texturas propositalmente agressivas, apontam de forma evidente para uma inspiração direta no game Doom. Trata-se de uma reverência assumida, que dialoga com a tradição do gênero, mas que também busca reinterpretá-lo a partir de novas mecânicas e propostas de ritmo.

Diferente de DOOM, não roda em qualquer banheira

Depois de falar do seu maior ponto positivo, eis o seu maior negativo: o game não está bem otimizado. Durante a gameplay tive notáveis quedas de FPS e travamentos que acabaram com a minha experiência. Em algumas vezes, me vi em situações tão complicadas que tive a jogatina completamente comprometida, tendo que refazer o nível.

Por Hellbreak ser tão parecido com Doom, revivo aquela velha piada – ou fato – da internet, onde vemos que qualquer aparelho que tenha tela roda Doom. Talvez Hellbreak devesse não só se inspirar nas mecânicas e ambientações do clássico, mas levar essa brincadeira como inspiração para algumas melhorias, tornando o game mais acessível para computadores bons, mas que foram afetados pela otimização atual.

Vale a pena?

Hellbreak demonstra ter base, identidade e ambição suficientes para justificar o investimento do público — especialmente dos fãs de ação frenética com toques infernais. Se conseguir corrigir as falhas técnicas e aprimorar sua entrega, o título pode facilmente se consolidar como um novo nome relevante dentro do gênero. É, sem dúvida, uma estreia promissora que merece atenção.

Hellbreak já está disponível para PC via Steam.

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