Review | Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster: uma porta de entrada para RPGs de Turno

Remaster do 3DS está disponível para o Nintendo Switch 2.

Se existe um estilo de jogo que sempre me desafiou, são os RPGs baseados em turno. Minha experiência com “Final Fantasy X”, por exemplo, terminou em frustração na batalha contra Seymour Guado, o que me afastou desse gênero por um tempo.

No entanto, com a chegada do remaster em HD de Bravely Default para o Nintendo Switch 2, e sabendo que o jogo oferece recursos amigáveis para novatos, decidi dar uma chance. Será que consegui, enfim, me adaptar aos jogos de turno? Vamos explorar!

Sobre o Jogo

Um pouco da história

A narrativa de Bravely Default se desenrola em Luxendarc, um mundo onde quatro protagonistas se unem para restaurar os quatro cristais elementais do reino, enquanto enfrentam um império opressor.

O jogo começa com uma cutscene envolvente que apresenta as motivações únicas de cada personagem, estabelecendo suas personalidades e objetivos.

Sistema de Party Chat em ação. (Reprodução: Paulo Vitor)

A trama avança por meio de Party Chats, diálogos que surgem em momentos específicos da jornada. Esses diálogos aparecem no canto inferior esquerdo da tela, ativados com um simples botão, e trazem interações entre os protagonistas, enriquecendo a narrativa com detalhes sobre o mundo e os personagens.

Jogabilidade

Bravely Default mantém o clássico sistema de batalhas por turno, mas introduz as mecânicas Brave e Default, que adicionam profundidade estratégica:

  • Default: Permite que os personagens se defendam, acumulando Pontos de Brave (BP).
  • Brave: Usa os BPs acumulados para realizar até quatro ações em um único turno, possibilitando combos poderosos ou estratégias defensivas.

Além disso, o jogo apresenta o sistema de Jobs (classes), desbloqueado ao derrotar chefes. Cada personagem pode equipar diferentes Jobs, como Mago, que desbloqueia habilidades específicas, como curar venenos ou ceguera. Subir o nível de um Job desbloqueia novas habilidades, incentivando o jogador a experimentar combinações.

Tela quando vencemos uma batalha. (Reprodução: Paulo Vitor).

Recursos para Novatos

Para quem, como eu, acha o ritmo das batalhas por turno um pouco lento, Bravely Default oferece ferramentas que tornam a experiência mais acessível:

  • Aceleração de combate: As animações podem ser aceleradas, ideal para sessões de farming.
  • Comandos automáticos: Permite configurar ações repetitivas, como ataques básicos, para evitar comandos manuais constantes. Porém, em lutas contra chefes, é melhor desativar essa opção para planejar estratégias específicas.
  • Taxa de aparição de inimigos: Ajustável entre 50% (para explorar o mapa) e 200% (para farming intensivo), facilitando a personalização da experiência.

Outro destaque é a reconstrução da cidade de Norende, lar do protagonista Tiz, destruída no início do jogo. A mecânica é simples: o jogador escolhe áreas para reconstruir, e o processo leva horas reais, não de jogo, o que adiciona um toque de progressão contínua.

Conteúdo Extra

A versão de Nintendo Switch 2 inclui dois minigames que utilizam os novos controles Joy-Con com funcionalidade de mouse:

  • Lux and Cheer Rhythm Catch: Um jogo de ritmo onde o jogador move varinhas virtuais (controladas pelos Joy-Cons) para acertar círculos na tela no tempo certo. Simples, mas divertido!
  • Ringabel’s Panic Cruise: Nesse minigame, controlamos um dirigível, passando por anéis, enfrentando inimigos em batalhas aéreas e atendendo a pedidos de aliados. A simulação de cockpit é um diferencial, trazendo imersão ao controlar a nave.

Ao completar esses minigames, é possível desbloquear itens cosméticos (como roupas), consumíveis e até uma taxa de aparição de inimigos de 400%, ideal para quem quer maximizar o farming na campanha.

Conclusão

Bravely Default: Flying Fairy HD Remaster provou ser uma excelente porta de entrada para RPGs de turno. Com suas mecânicas acessíveis, como aceleração de combate, comandos automáticos e taxa ajustável de inimigos, o jogo me ajudou a superar minha resistência ao gênero. A narrativa envolvente e o sistema de Jobs mantiveram meu interesse, e os minigames adicionaram um toque de variedade. A única ressalva é a falta de legendas em português, o que pode ser uma barreira para alguns jogadores.

Se você, como eu, hesita em mergulhar nos RPGs de turno, Bravely Default é uma ótima oportunidade para experimentar. Com suas ferramentas de auxílio, ele me deu mais ânimo para explorar outros jogos do gênero.

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