Se você ainda procura uma experiência que traga a mesma liberdade criativa de “Breath of the Wild”, mas com uma pegada mais estilizada e dinâmica, esta review de Star Overdrive pode te interessar. Desenvolvido pelo estúdio independente italiano Caracal Game Studios, o jogo mistura ação, exploração, skate futurista e elementos musicais em uma ambientação espacial ousadia.
A proposta parece estranha à primeira vista: uma aventura sci-fi em que um ser espacial sai em busca da namorada desaparecida, usando um hoverboard e um keytar. No entanto, basta alguns minutos para perceber que há muito mais por trás dessa excentricidade. Star Overdrive não tenta esconder suas influências, mas as utiliza com personalidade, criando um híbrido entre Zelda, Tony Hawk e psicodelia cósmica.

História, ambientação e liberdade de exploração
Em Star Overdrive, acompanhamos BIOS, um ex-piloto que recebe um chamado de socorro de NOUS, sua namorada desaparecida. Ao tentar resgatá-la, ele acaba encalhado no planeta Cebete e precisa explorar essa nova realidade para seguir seus rastros.

A ambientação é um espetáculo à parte. O planeta é vasto, repleto de dunas, estruturas alienígenas e áreas que só podem ser acessadas com upgrades. O hoverboard se torna o principal meio de locomoção e oferece mecânicas baseadas em física que remetem ao prazer de movimentação de Tears of the Kingdom, mas com alma de jogo de manobras.
Destaques da exploração:
- As rampas permitem saltos em alta velocidade e combos aéreos.
- O uso do hoverboard exige precisão, especialmente em corridas contra o tempo.
- Ambientes desbloqueáveis variam conforme os upgrades adquiridos.

Portanto, embora o sistema de movimentação pareça simples, dominar as acrobacias é essencial para superar os desafios do mapa.
Combate e poderes: um equilíbrio instável
Ao lado do hoverboard, o keytar desempenha papel fundamental na aventura. Além de servir como uma espada, ele permite desbloquear poderes ao inserir fitas encontradas no mundo.

Os poderes funcionam como as runas de Zelda, possibilitando manipular objetos, gerar plataformas ou interligar partes do cenário. Essa mecânica traz criatividade ao gameplay, mesmo que o combate não seja tão refinado.
O que funciona:
- Os poderes são variados e abrem possibilidades para resolver quebra-cabeças e desafios de plataforma.
- Há seções dedicadas aos enigmas, com inspiração clara nos santuários de Breath of the Wild.
O que decepciona:
- O combate é travado e pouco responsivo.
- A variedade de inimigos é limitada, e alguns encontros são frustrantes.
Assim, embora a exploração e os poderes tenham brilho próprio, a ação em si fica abaixo do esperado.
Progressão, crafting e desafios
Conforme avançamos na campanha, novas regiões mais exigentes surgem. Para enfrentá-las, o jogador precisa investir em melhorias para o hoverboard — aumentando atributos como velocidade, controle e impulso.

A coleta de recursos e o sistema de crafting são simples, mas eficazes. O jogo até exibe um gráfico de atributos recomendados para cada área nas telas de carregamento, o que ajuda na preparação estratégica.
No entanto, nem tudo são acertos. Alguns elementos de design comprometem a experiência.
Pontos que atrapalham a fluidez:
- Obstáculos excessivos dificultam atingir a velocidade máxima, o que frustra a proposta do jogo.
- A movimentação a pé é lenta e desengonçada, e há muitas situações que exigem sair do hoverboard.
- Pequenas travadas ocorrem com frequência na versão de Nintendo Switch.
Portanto, mesmo que a base seja criativa e promissora, certos aspectos técnicos e escolhas de design acabam atrapalhando a diversão.
Nível de desafio e duração da campanha

Não há seleção de dificuldade em Star Overdrive. Portanto, a exigência está no domínio do controle e no uso inteligente dos poderes, especialmente durante os puzzles ou saltos precisos.
Entretanto, a duração da campanha varia bastante. Dependendo do seu ritmo, das atividades opcionais exploradas e do tempo dedicado aos desafios, o tempo de jogo pode variar de 10 a 15 horas. Como o jogo não possui contador interno, essa é apenas uma estimativa.
Vale a pena?
A proposta de Star Overdrive é, sem dúvida, original. Esta review de Star Overdrive mostra que suas primeiras horas encantam, com liberdade de movimentação, descobertas interessantes e um ritmo fluido de exploração.
No entanto, à medida que os problemas se acumulam — travadas, limitações técnicas, movimentação a pé incômoda e combates pouco inspirados — a experiência perde parte do brilho. Ainda assim, não é um jogo ruim.
Explorar um planeta alienígena de hoverboard enquanto solta poderes com um keytar é, no mínimo, único. Portanto, se você sente saudade da sensação de liberdade proporcionada por Zelda, Star Overdrive pode preencher essa lacuna — ainda que parcialmente.
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