Antes de tudo, devo começar dizendo que, particularmente, gosto muito da Devolver Digital. Jogos como “Inscryption”, “Cult of the Lamb”, “Death’s Door”, “Hotline Miami”, entre outros, que por fora parecem tão simples, mas entregam uma qualidade incrível.
Logo quando O Escudeiro Valente (The Plucky Squire) foi anunciado, fiquei extasiado pelos visuais e pelo estilo. Parecia realmente que o jogo havia sido ilustrado dentro de um livro, algo que me lembrou “Chicory: A Colorful Tale”.
A história de Pontinho e companhia!
O Escudeiro Valente segue a história de Pontinho, um herói conhecido por sua bravura e por salvar o Reino de Mana diversas vezes. Além disso, Pontinho escreveu vários livros sobre suas aventuras, ou seja, um livro dentro do livro.
Pontinho é acompanhado por seus dois melhores amigos de infância: Violeta, uma jovem aprendiz de bruxa que domina a magia, e Batera, um troll super descontraído, baterista, roqueiro e que sempre luta pelos seus ideais.
Além dos amigos de Pontinho, temos o ilustre Barbaluar, um bruxo que adora ser DJ nas horas vagas. Barbaluar é o mentor do nosso protagonista, responsável por todo o aprendizado do herói de Mana.
Outros personagens ilustres são Pipu, assistente de Barbaluar, que constantemente nos ajuda a sair de enrascadas, e a Rainha Croma, principal governante do Reino de Mana.
O Escudeiro Valente!
A história do jogo, desde o início, nos dá a sensação de estar assistindo a um filme da franquia Toy Story. Sam, dono do livro O Escudeiro Valente, tem como inspiração o personagem Pontinho, no mundo real.
Entretanto, Enfezaldo, o grande vilão do Reino de Mana, quer derrotar Pontinho e roubar o protagonismo para si. Isso pode mudar a história do livro no mundo real e fazer com que todos esqueçam sua existência, tornando o livro nada infantil.
A partir dessa premissa, Pontinho e sua turma terão de lutar contra as maldades de Enfezaldo, para impedir que ele reescreva a história do livro e faça com que Sam perca o interesse e a inspiração nos heróis de O Escudeiro Valente.
Visuais e ambientação incríveis!
O Escudeiro Valente alterna entre momentos 2D e 3D, algo que é feito de forma majestosa. E claro, há um conceito por trás desse momento de transição para o 3D, que ocorre quando a história vai além do livro.
Toda a ambientação, seja dentro do livro ou fora dele, é muito bem trabalhada. Há momentos que lembram jogos como “It Takes Two”, até mesmo com alguns puzzles a serem resolvidos no cenário.
Falando em puzzles, tudo é bem simples e não oferece muito desafio. Apesar de o jogo apresentar dois níveis de dificuldade no início (Aventura e História), ambos são muito fáceis. As batalhas contra bosses são tranquilas, exigindo apenas aprender o timing certo e, às vezes, contar com um pouco de sorte.
Existe uma boa variedade de inimigos, que vão surgindo à medida que avançamos na história (ou no livro) e desbravamos novos locais. É possível adquirir novas habilidades ou melhorar as que já temos na Martinha, uma espécie de carrinho de picolé que aparece em alguns pontos do jogo.
Além da Martinha, temos Barbinha, uma miniatura do próprio Barbaluar, e Coralina, que servem como recursos de acessibilidade para o caso de ficarmos presos em algum puzzle. Ao interagir com Barbinha, por exemplo, ele nos dá dicas de como resolver e avançar na história.
Além disso, no menu de pausa, temos uma série de configurações que podem ser ativadas, como invencibilidade, desativar queda, abate instantâneo dos inimigos, e muito mais. Isso deixa claro que O Escudeiro Valente foca na diversão, principalmente para crianças.
Um livro divertido e imersivo!
Um dos pontos mais divertidos e positivos de O Escudeiro Valente são as batalhas contra os bosses. Cada uma delas faz referência a jogos populares, de “Candy Crush” a “Punch-Out”.
Cada batalha assume uma postura épica, fazendo com que realmente nos sintamos imersos no mundo do livro. E vale lembrar que, na versão dublada em português, temos Mauro Ramos, que já deu voz a diversos personagens icônicos, como narrador da história de Pontinho e seus amigos.
Quanto ao desempenho de O Escudeiro Valente, fiquei positivamente surpreso com o quão polido o jogo estava. Em todas as minhas cerca de 10 horas de jogatina, não tive nenhum bug ou problema. Um trabalho impecável do time da All Possible Futures.
O Escudeiro Valente vale muito a pena!
Ao longo dos meus anos como amante de videogames, muitos jogos me divertiram, e outros me marcaram como experiências para levar para o resto da vida. Para minha felicidade, O Escudeiro Valente entrou nessa seleta prateleira e será um dos jogos que, com certeza, recomendarei a todas as pessoas possíveis.
É inegável que o público-alvo do jogo é infantil, mas a grandiosidade do trabalho do estúdio não anula o fato de O Escudeiro Valente entregar uma das melhores e mais imersivas experiências de jogos, com personagens que provavelmente vão te fazer lembrar de figuras icônicas, como Chapeuzinho Vermelho ou Os Três Porquinhos. E confesso que ainda não superei o vazio que ficou ao concluir a jornada de Pontinho e seus amigos.
Outras reviews:
Eu já estava ansioso por esse jogo, pela proposta e por ter a Devolver, depois de ler a Review, fiquei ainda mais. Ressalto que foi um grande acerto da Plus, esse game chegar Day one.
Parabéns mano