Esta análise foi realizada com código fornecido pela Raw Fury. Agradeço a confiança no trabalho.
Quem nunca brincou de pega-pega ou esconde-esconde alguma vez na vida, né!? Quando pensamos em brincadeiras de infância, as mais comuns que costumam vir na nossa mente são essas, mesmo que entre várias outras, sempre pensamos na simplicidade de se brincar de pega-pega ou esconde-esconde, seja com irmãos, amigos, outras crianças ou até mesmo nossos pais. Pizza Possum chega para trazer essa essência aos vídeo games, para todas as plataformas disponíveis da atualidade.
Desenvolvido pela Cosy Computer e publicado pela Raw Fur, Pizza Possum é um jogo simples e descompromissado, que traz elementos de jogos arcade e roguelike, além da mistura de brincadeiras infantis, que garante muita diversão se jogado em cooperativo e se torna cansativo ao jogar sozinho. Embora possa variar de jogador para jogador o fator replay que o jogo oferece.
Simples e divertido
Tudo se inicia com um simples gambazinho em seu belo sono, até que a líder dos cachorros começa preparar uma deliciosa e gigantesca pizza. O nosso comilão astuto desperta e tudo que ele deseja é devorar a pizza gigante, da líder (ou rainha) dos cachorros e tomar sua coroa. E claro, não será uma tarefa tão fácil, já que teremos que percorrer um longo caminho, passando por diversos súditos leais a líder, que vão proteger o banquete, com todas as suas forças.
Apesar de parecer bem simples o objetivo, iniciamos lá na parte de baixo da ilha, sendo a pizza tão desejada estando na parte mais alta. No caminho até lá vamos encontrar, inicialmente, alguns cachorros rondando, mas nada tão complicado de passar por eles, mas as coisas começam a mudar completamente do meio para o fim, quando a quantidade de inimigos começa a triplicar, além de se tornarem muito mais ágeis.
Os controles são bem tranquilos, basicamente usamos o analógico esquerdo para movimentar e um botão de ação, que permite utilizar o item equipado naquele momento. Embora o mapa seja visualmente simples, temos diversos locais para conseguir explorar diferentes táticas para alcançar o objetivo, deixando o jogo muito mais dinâmico, sem a sensação de linearidade.
Variados elementos de outros gêneros
Pizza Possum traz uma estrutura de jogos arcade, onde nossa progressão é a partir de pontos que conquistamos ao comer os diversos tipos de alimentos pelo cenário. Ao atingir um número X de pontos, ganhamos uma chave, que podemos usar para abrir caminhos da ilha até o topo, além da abertura dos portões, cada vez que somos pegos pelos cachorros, os pontos conquistados são distribuídos em uma barrinha, que ao encher, liberamos novos itens consumíveis, e claro a pontuação é zerada ao iniciar um novo ciclo.
Mesmo que iniciamos um novo ciclo, a progressão é permanente, isso significa que os pontos ou consumíveis conquistados, a medida que vamos enchendo a barra, não resetam e podemos progressivamente utilizar dos mesmos itens em outras “runs”. Dentre os itens, inclui energéticos que nos dão uma maior velocidade por um curto período de tempo, máscara de ladrão que melhora nosso nível de stealth, barricada que podemos usar para bloquear os inimigos ao ser perseguido e até mesmo bomba de fumaça, que serve para atordoar vários inimigos de uma só vez.
A utilização dos consumíveis é fundamental na nossa gameplay, principalmente nos últimos níveis da ilha, que a dificuldade dos inimigos aumenta bastante, forçando utilizar de forma estratégica. Infelizmente por não haver uma seleção dos itens que pegamos, acaba que ao passar nas caixas surpresa, pode ser trocado determinado item que não era de seu desejo, sendo um pouco frustrante em perseguições com muitos cães em tela.
O melhor elemento do jogo é a equipe!
Todos o caos e diversão que Pizza Possum oferece, pode ser ainda melhor ao ser jogado em co-op, que facilmente dá outro aspecto ao jogo. O modo só pode ser jogado localmente, funcionando igual aos títulos da saga LEGO. Ambos os personagens ficam na mesma tela e ao se afastar demais, a tela é dividida automaticamente, permitindo assim a exploração em diferentes partes de cada jogador.
Além do ótimo ajuste da câmera, ao jogar no modo cooperativo, o jogo passa ter uma espécie de chance extra, já que ao quando um dos dois é capturado, podemos liberta-lo e continuar a nossa aventura, o “game-over” passa ser somente quando ambos são pegos ao mesmo tempo. E esse é realmente o ponto forte do jogo, mas que infelizmente poderia ter tido um investimento em um modo online, para facilitar encontrar amigos para jogar junto.
Muita comida, mas pouca vida
Por mais divertido que o jogo possa ser, ele tropeça em seu fator replay, já que a partir do momento que começamos aprender as mecânicas do jogo, é possível concluir ele em poucos minutos. O título até tenta te fazer rejogar 3 vezes, já que o final verdadeiro só é acessado ao pegar três coroas, mas a falta de variedade de cenário ou mais conteúdo, faz com que fique repetitivo e cansativo já na terceira run.
Outro método utilizado para aumentar sua longevidade são os checkpoints, que são confusos e imprecisos. Cada área do mapa encontramos tocas, que serve como checkpoint no caso de for pego, voltar ali naquele ponto, acontece que nem sempre isso acontece e acabamos por voltar uma ou duas áreas antes, forçando abrir os caminhos tudo de novo, até chegar o ponto onde realmente estávamos, o que é bem frustrante.
Um “party game” que vale o preço
Apesar de seus defeitos e a falta de conteúdo, Pizza Possum é um bom jogo para reunir amigos ou família e se divertir, sendo um verdadeiro “party game”. O preço ainda se torna um fator muito atraente, já que no momento que escrevo essa análise o jogo está custando R$ 37,50 e seria também, uma ótima adição em catálogo de assinatura no futuro, atraindo ainda mais jogadores.
O jogo é simples, com gráficos charmoso e uma performance que não há reclamações, servindo como uma bela brincadeira de infância. Ainda conta com localização em português do Brasil, facilitando assim atrair crianças, mas sua falta de variedade de mapas ou conteúdo, faz com que o jogo possa rapidamente ser concluído e abandonado, não oferecendo motivos para jogar por horas e mais horas, como outros jogos.
Ratos