Confesso que na primeira vez que ouvi falar de Saviorless, há poucas semanas atrás, fiquei surpreso com o trailer e a qualidade que apresentava ter o jogo. Aos poucos me despertou a curiosidade e ver que se tratava de um jogo Indie cubano, o primeiro do país, que ganhou força graças ao financiamento através do IndieGogo. 

Desenvolvido pelo pequeno estúdio cubano Empty Head Games e publicado pela francesa Dear Villagers, Saviorless passou por poucas e boas durante o processo até seu lançamento. Em desenvolvimento desde 2016, o time de desenvolvedores relatou dificuldades quanto à limitação de tecnologia, energia, internet e até mesmo restrições financeiras, quanto a uma promoção internacional. 

Obs: Análise realizada no PlayStation 5 com código enviado pela Dear Villagers, a quem agradecemos a oportunidade.

Mas afinal do que se trata Saviorless? 

Partindo para o jogo e explicando melhor do que se trata, Saviorless é um jogo de plataforma 2D, ambientado em um mundo sombrio e fantasioso. Na ilha conhecida como Smiling Islands (Ilhas Sorridentes), acompanhamos a jornada dos personagens principais em uma busca para escapar do local amaldiçoado.

Assumimos o papel de três personagens jogáveis, são eles: Antar, um garoto confuso e ao mesmo tempo ousado, tentando entender como foi parar ali e o que está acontecendo; Nento, um caçador sombrio, que fará de tudo para dominar tudo e todos que estiverem em seu caminho; e o Salvador, um avatar mascarado que usará da violência para proteger crianças de criaturas inimigas e todo o mal que assola. 

Em meio aos nossos momentos de gameplay com os personagens jogáveis, veremos a história sendo contada por um senhor, e seus sobrinhos ouvindo cautelosamente. Entretanto, todos eles participam de alguma forma, em como a história é desenvolvida ao longo do jogo.

Qualidade e visuais excepcionalmente lindos!

Como citei lá no início, em primeiro momento ao ver o jogo, o que me chamou atenção foi a qualidade que demonstrava ter, e bem, eu estava completamente certo. Saviorless conta com visuais desenhados à mão, com uma riqueza absurda de detalhes e uma direção de arte incrível. 

A variedade dos cenários entre os capítulos é rica e bem construída, assim como os inimigos, criaturas que encontramos no caminho e a ambientação do jogo. E não bastasse só os cenários, cada personagem seja principal ou secundária, conta com um design diferente e bem feito, engrandecendo ainda mais o trabalho feito pelo pequeno estúdio. 

Vale lembrar que joguei no PlayStation 5, e mesmo jogando antecipadamente, o jogo corre liso, sem bugs, problemas de desempenho ou qualquer outra coisa. Este sendo um fator que me impressionou mais ainda, quanto ao trabalho de otimização, mesmo se tratando de um jogo de escopo bem menor que muitos por aí no mercado. 

E para a alegria dos jogadores brasileiros, o jogo se encontra localizado com legendas em português, com boa tradução. Entretanto, em minha jogatina, havia algumas palavras não traduzidas, estando em espanhol, assim como um troféu em específico na lista, que não está traduzido a descrição, mas é algo pontual que deve ser corrigido em patches após o lançamento. 

A trilha sonora de Saviorless também não fica para trás, contando com ótimos sons instrumentais. Cada um deles encaixando muito bem com o momento da narrativa, bem como o cenário presente no momento. Pessoalmente, uma das melhores trilhas sonoras em Indies que já ouvi.

Combate e interação com cenários são bem idealizados

Saviorless se divide entre utilizar o cenário ao seu favor para derrotar inimigos e o combate propriamente dito. E essa interação com itens do cenário, bem como para a solução de puzzles funcionam de forma bem elaborada. Assim como o combate é fluído e simples, não apresentando muitas dificuldades para logo de cara os jogadores pegarem o jeito.

Quanto aos puzzles, muitos deles recordam jogos do Inside ou Limbo, onde vamos interagir com itens do cenário, desde alavancas, empurrar caixas e etc, para assim conseguir avançar. Durante todo o jogo, não tive muitos problemas em resolver cada um deles, claro que vão variar de dificuldade pessoal de jogador para jogador. 

Em cada capítulo há pedaços de uma página perdida a ser recolhido, basicamente servindo como um coletável do jogo, mas que irá moldar sua história à medida que os pega. A maioria delas estará em locais bem visíveis, mas algumas em lugares mais escondidos ou rotas alternativas. 

Saviorless é uma experiência obrigatória! 

A conclusão depois desse texto não poderia ser diferente, Saviorless é um jogo obrigatório para qualquer amante de games! Com uma ótima narrativa, direção de arte incrível e trilha sonora viciante, o jogo entrega tudo e mais um pouco em um Indie que pouco era conhecido, além de mostrar que Cuba, mesmo com todas as dificuldades, têm desenvolvedores que conseguem realizar um trabalho incrível. 

Outras reviews:

História
10
Gráficos
10
Jogabilidade
10
Direção de Arte
10
Trilha Sonora
10
10

4 Comments

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