Em 2015, jogos focados em histórias interativas estavam em alta, conquistando o público gamer com títulos como Heavy Rain, The Walking Dead da Telltale, entre outros. Nesse contexto, a PlayStation lançou Until Dawn, que recebeu uma recepção positiva. Eu mesmo o joguei na época e achei uma experiência divertida, com execuções de cenas muito bem feitas.
Agora, em 2024, o jogo está de volta, não como uma simples remasterização, mas em formato de remake, sendo completamente portado para um novo motor gráfico. Mas será que o resultado vale a pena? Vamos descobrir.
Agradecimento a PlayStation Brasil por nos fornecer uma cópia em sua versão de PlayStation 5.
Do que se trata a obra?
Until Dawn é um jogo de terror interativo lançado originalmente em 2015 para PlayStation 4, desenvolvido pela Supermassive Games. A história segue um clássico estilo de filme de terror adolescente, no qual as decisões do jogador moldam o destino dos personagens.
A trama se desenrola em uma cabana isolada na Blackwood Mountain, onde um grupo de amigos se reúne um ano após a misteriosa morte das irmãs Hannah e Beth Washington, que desapareceram no local durante uma reunião anterior.
As irmãs caíram de um penhasco enquanto fugiam de uma situação aterrorizante. Agora, oito amigos — Sam, Mike, Jessica, Emily, Matt, Ashley, Chris e Josh (irmão das gêmeas) — retornam à montanha em busca de superação e para homenagear as irmãs.
Uma nova geração de gráficos
Um dos aspectos mais notáveis deste remake é a mudança para um novo motor gráfico. A versão de 2015 foi criada na Decima Engine (a mesma de Horizon Forbidden West e Death Stranding), que já entregava gráficos impressionantes para a época. No entanto, a versão de 2024 utiliza a Unreal Engine 5, e a diferença é impressionante.
Os personagens agora têm uma modelagem mais detalhada, com texturas de pele que parecem ainda mais realistas. Os detalhes das roupas também chamam a atenção, como os casacos de lã de alguns personagens, onde é possível ver os fios com uma clareza surpreendente.
Pequenas mudanças na história
Em termos de história, houve pequenas adições no prólogo, proporcionando mais contexto sobre o que aconteceu com Hannah e Beth. Essa adição é bem-vinda, pois o prólogo do jogo original era apressado e servia apenas como introdução para o enredo principal.
Além disso, o remake inclui cenas pós-créditos que sugerem a possibilidade de uma sequência, apresentando diferentes desfechos que podem impactar futuros eventos. A cena pós-créditos que assisti, por exemplo, me deixou intrigado, questionando se certas escolhas terão influência no destino de um dos protagonistas.
Acessibilidade e opções de jogabilidade
Outro ponto positivo são as novas opções de acessibilidade. Logo ao iniciar o jogo, o narrador de tela já está ativado, permitindo que pessoas com deficiência visual joguem com mais facilidade.
Também há melhorias nas opções de jogabilidade, por exemplo: nas partes em que o jogador não pode mover o controle, é possível desativar essa mecânica, o que pode ser útil para quem não gosta desse tipo de desafio. Além disso, os botões interativos podem ser centralizados na tela, facilitando o acesso no tempo certo.
Problemas de performance
Agora, se você está acostumado a jogar no modo de desempenho, tenho uma má notícia: o jogo não oferece opções gráficas e roda fixamente a 30 quadros por segundo. Não está claro se essa escolha foi feita para manter um aspecto mais cinematográfico, mas a ausência de uma taxa de 60 FPS é sentida.
Além do jogo ter o objetivo de ser cravado em 30 quadros, infelizmente em muitos casos ocorre algumas quedas que podemos notar, até mesmo em cenas que são somente um mini filme, dando aquela sensação de jogos antigos que foram portados para as gerações atuais, mas que não houveram tratamentos nas cinemáticas.
Iluminação suavizada
Outro ponto que me incomodou bastante foi a iluminação, que era um dos principais fatores que criavam o clima de terror no jogo original. Na versão de 2015, a sensação de estar em um local escuro e perigoso era muito mais intensa. Agora, com a nova versão, os ambientes parecem mais iluminados, o que suaviza um pouco o clima de tensão.
Conclusão
No geral, Until Dawn está mais moderno e é uma excelente porta de entrada para novos jogadores que querem curtir um bom jogo de terror adolescente. No entanto, se você já jogou a versão original, talvez não seja o momento ideal para revisitá-lo, a menos que queira reviver a trama e refrescar a memória.
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