Nesta quarta-feira (26) Oruam passou por prisão em flagrante por abrigar em sua casa um foragido da Justiça. O rapper já vinha sendo o centro de polêmicas e gerando debates por ser acusado de apologia ao crime. Os policiais encontraram na mansão dele, no Joá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o traficante Yuri Pereira Gonçalves, que era procurado por organização criminosa. Com ele havia uma pistola 9 mm com kit-rajada e munição.
Por volta das 10h45, o artista foi liberado. Esta última prisão não teve ligação com a ocorrida na semana passada, quando Oruam já havia sido preso após dar um “cavalo-de-pau” na frente de um carro da PM, e parar virado para a contramão, na Barra da Tijuca.
Toda a polêmica em torno de Oruam começou por ele pedir a liberdade do pai, Marcinho VP, preso por assassinato, formação de quadrilha e tráfico, apontado pelo Ministério Público como um dos chefes do Comando Vermelho; durante show no Lollapalooza 2024. O rapper ainda é sobrinho de consideração de Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, e, inclusive, tem tatuagens do pai e do tio.
O rapper ainda foi investigado por ter atirado a esmo em um condomínio em SP no fim do ano passado e indiciado pela prática do crime de disparo de arma de fogo, “após ter colocado em risco a integridade física de diversas pessoas”, de acordo com a polícia.
Lei ‘anti-Oruam’
Em 2025, a indústria do funk passou a ser alvo de medidas políticas, com projetos de lei que buscam limitar o público e o alcance de músicas conhecidas como “proibidões”. O funkeiro Oruam tornou-se o centro do debate devido às letras de suas canções, que, segundo legisladores, contêm teor sexual e apologia ao crime organizado. A discussão ganhou força após a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) propor, em São Paulo, a proibição de contratar artistas que promovam tais conteúdos com recursos públicos, citando Oruam diretamente em suas críticas.
A vereadora argumenta que o artista ganhou notoriedade por meio de letras que glorificam o crime, e sua proposta visa coibir a contratação de artistas com esse perfil em eventos públicos. A medida, ao focar em ritmos como funk e rap, produzidos majoritariamente por artistas negros e periféricos, ignora a distinção entre expressão artística e realidade, além de não aplicar o mesmo critério a outros gêneros musicais que abordam temas semelhantes, como o sertanejo e o consumo excessivo de álcool de forma recreativa.
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