Crítica | Terror no Deserto tem trama regular que coloca mais uma vez homens diante de criaturas desconhecidas

O diretor inglês Neil Marshall ficou bastante conhecido pelos filmes de terror que realizou, a exemplo de Dog Soldiers (2002) e Abismo do Medo (2005). Mas, ele também se arriscou em outros gêneros do Cinema como o Sci-fi em Juízo Final (2008) e o Épico em Centurion (2010).

Terror no Deserto (The Lair, 2022) é o diretor voltando a privilegiar o gênero Terror. Mas aqui, também não faltará muita Ação e aquele gostinho de que Marshall se inspirou bastante em clássicos do Cinema como Aliens, o Resgate (1986) e Tropas Estelares (1997).

Mas do que se trata Terror no Deserto?

A atriz Charlotte Kirk, também roteirista do filme, vive a piloto Kate Sinclair que, após sobrevoar o Afeganistão durante uma missão, tem seu avião abatido e precisa se salvar caindo num território hostil e cercado de soldados inimigos. Porém, ao entrar num antigo esconderijo com túneis após uma perseguição, percebe que os afegãos não serão os únicos problemas. O lugar também esconde algo mortal e desconhecido.

Claro que Kate não estará sozinha. Ela consegue encontrar pelos arredores outro grupo de soldados que são mantidos numa espécie de fortaleza. Ela precisará da confiança desses aliados para tentar sobreviver às ameaças que estão próxima dali.

Nossos personagens

Como de costume em filmes desse tipo, Kate não conseguirá a confiança dos outros soldados prontamente. A princípio, o filme precisa apresentar seus outros personagens, muitos dos quais bem estereotipados nessas produções. São soldados fortes e determinados, entretanto muitos deles possuem traumas e problemas, conferindo uma mistura de truculência e fragilidade ao mesmo tempo.

Alguns personagens a trama revelará mais detalhes conforme o filme avança. Esse é um território que consegue unir aspectos e sentimentos variados: valentia, machismo, orgulho, confiança, fé, arrependimento. Embora seja um grupo diferente, é preciso esquecer as diferenças e lutar contra um inimigo que é quase invencível e ainda não mostrou seus pontos fracos.  

Velhos clichês e muita Ação

Entretanto, Terror no Deserto é um filme de poucos diálogos e muita Ação. Espere confrontos sangrentos, com direito a mutilações e vísceras espalhadas. Bem isso. Depois de conhecermos os personagens, até já sabemos quais serão os mais aptos a sobreviver.

Marshall cria uma atmosfera propícia, convenhamos. Contudo, esse recurso já é bem típico de seus filmes. Lugares apertados aumentando a sensação de claustrofobia, o inimigo que ataca repentinamente na surdina, escuridão, gritos, tiros, corpos espalhados no chão, explosões e até mesmo aqueles eventos surpreendentes que desafiam as leis da Física tais quais as conhecemos.

Mesmo que depois as respostas cheguem sobre a verdadeira origem das temíveis criaturas, isso não faz mais tanta diferença pois é preciso exterminá-las porque essa é a única forma de sair dali. Exatamente a hora onde o soldado inimigo pode virar amigo, o momento que não se pode mais recuar e a ideia de que alguém precisa se sacrificar. Nessa hora que o plano B precisa surgir e o tempo vai se esgotando.

Resumo de Terror no Deserto

Terror no Deserto se conduz bastante por um viés Blockbuster peculiar de ser. Apesar disso, uma trama insossa e clicherizada, personagens que não são levados tão a sério, apresentação de efeitos medianos e falhas no roteiro o deixam melhor inserido dentro de um status de Filme B de Terror. Quem sabe ele se transforme até num Cult Movie no futuro? Quem já é acostumado com esse tipo de produção, se sentirá confortável. A trama é o que menos importa.

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