Quando Caravan SandWitch foi anunciado em maio deste ano (2024), logo ao ver o trailer de anúncio, me interessei pela proposta que o jogo apresentava. Com gráficos bem desenhados e cores vibrantes, o fato de o título ser focado em narrativa me deixou ainda mais animado.
Caravan SandWitch segue a história de Sauge, uma jovem que deixou seu planeta natal, Cigalo, em busca de uma vida melhor e mais oportunidades. Até que um dia, Sauge recebe uma mensagem de emergência de Cigalo, enviada por sua irmã, desaparecida há cerca de seis anos. A partir dessa premissa, Sauge retorna ao planeta natal em busca de respostas.
À primeira vista, não há como negar que a história é simples e fácil de entender, o que de fato é verdade. O destaque de Caravan SandWitch está na exploração, nos relacionamentos com personagens e nas mecânicas envolvendo a van.
Conectar pessoas é o maior dos objetivos!
Apesar de a narrativa inicialmente – para não dizer nos primeiros 10 minutos – parecer focada na busca por respostas sobre sua irmã desaparecida, que supostamente pode estar viva, esse acaba não sendo o ponto principal. Logo no começo, somos apresentados a vários personagens que fazem parte da vida de Sauge.
Entre os muitos personagens que são introduzidos nos minutos iniciais, cada um tem um background bem explorado, além de objetivos pessoais. Cada personagem, seja durante um diálogo ou ao longo do desenvolvimento do jogo, compartilha suas metas para o futuro, seus sonhos, e alguns até falam sobre como planejam deixar o planeta em busca de algo melhor, como a própria protagonista fez.
Caravan SandWitch é um jogo centrado nos diálogos entre personagens, permitindo liberdade de escolha nas respostas. No entanto, esse sistema de diálogo é um ponto negativo, pois foi mal implementado. O jogo oferece sempre uma resposta rude ou irônica e outra como uma escolha óbvia, o que faz parecer que Sauge é uma adolescente rebelde que se recusa a conversar de forma normal.
A presença dos personagens secundários cria laços emocionais com eles, principalmente quando pedem ajuda, algo equivalente às missões secundárias do jogo. Há uma boa variedade de missões, mas a maioria se resume a explorar o mapa em busca de algum item. Depois de completar algumas missões, a repetitividade se torna evidente.
Infelizmente, essa repetição não para por aí. Para progredir na história principal, é necessário coletar recursos chamados “componentes”, que variam em níveis de raridade. Quanto maior a raridade, mais difícil é encontrar. Isso obriga o jogador a explorar o mapa e realizar missões secundárias para ganhar componentes, o que se torna maçante com o tempo.
A van é sua melhor companhia!
Durante todo o gameplay de Caravan SandWitch, a van é parte fundamental da exploração, como o próprio nome sugere. Ela também é essencial para avançar na história, já que, para chegar ao local de onde o sinal da irmã de Sauge foi enviado, é necessário coletar componentes e fazer upgrades na van.
Um dos primeiros upgrades realizados é uma antena, que serve para detectar pontos de interesse no mapa. Além disso, a antena é crucial para hackear portas e dispositivos de comunicação. Outro upgrade muito importante é o gancho, que ajuda a abrir portas, puxar sucata da areia para coletar componentes e muito mais.
Felizmente, a dirigibilidade da van é ótima e muito responsiva. Os controles são fáceis de manusear, e a física do veículo é bem feita para saltos, batidas, etc. Há também uma função que permite retornar diretamente para a van, não importa a distância, o que é extremamente útil ao explorar a pé e ficar longe do veículo.
Desempenho é o único inimigo presente!
Como um jogo focado exclusivamente na narrativa, Caravan SandWitch não possui inimigos pelo mapa, nem combate — e essa ausência não faz falta. Porém, o inimigo real do jogo é seu próprio desempenho.
Comecei a jogar o título bem antes do lançamento, e infelizmente, as horas jogadas foram marcadas por vários problemas. Houve pop-in de itens do cenário, texturas que não carregavam, Sauge travava em lugares sem motivo aparente, objetos flutuavam, entre outros problemas.
Outro ponto problemático é a localização do jogo. Embora esteja disponível em PT-BR, há diversas palavras mal traduzidas ou expressões que permanecem em inglês, o que torna alguns diálogos confusos, especialmente os mais longos. Em certos momentos, a tradução parecia ter sido feita por uma ferramenta de IA, sem intervenção humana.
Caravan SandWitch vale a pena?
Com uma narrativa simples, mas que desperta curiosidade sobre o desfecho, Caravan SandWitch é um jogo que pode valer a pena ser jogado. No entanto, seus problemas técnicos, a repetitividade excessiva e o mundo aberto pouco explorado são pontos negativos que podem pesar na decisão de compra. Talvez seja mais interessante esperar que o jogo seja adicionado a algum serviço de assinatura antes de adquirir.
Obs: Análise realizada com código cedido pela Dear Villagers
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