Review | Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça representa um novo começo ao universo Arkham

Quase 10 anos depois da conclusão da saga Arkham, considerada por muitos a melhor adaptação de um super-herói aos videogames, a Rocksteady retorna com Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça. Antes de tudo, vale destacar que sim, o jogo se passa no mesmo universo que a saga Arkham e infelizmente vai decepcionar muitos fãs do homem morcego.

Outro ponto que vale destacar é que diferente dos jogos do Batman, Esquadrão Suicida é um jogo como serviço, seguindo moldes como já vimos em Avengers, por exemplo. A desenvolvedora prometeu novos conteúdos e temporadas, trazendo personagens, missões e muito mais no decorrer do suporte ao jogo.

Obs: Essa análise foi realizada graças ao envio de uma cópia pela nossa parceira Nuuvem na versão do PlayStation 5.

O Esquadrão desajeitado

Após um breve tutorial de jogabilidade com cada personagem, tudo se inicia em Arkham Asylum, onde ninguém menos que Amanda Waller vai em busca de quatro criminosos para seu trabalho sujo com a promessa de liberdade a eles. Nossos personagens são: Floyd Lawton (Pistoleiro), George Harkness (Capitão Bumerangue), Harleen Quinzel (Arlequina) e Nanaue (Tubarão-Rei). Juntos eles tem a missão de salvar o mundo do poderoso Brainiac, que está tentando transformar a Terra em uma nova Colu.

Brainiac é um vilão recorrente da Liga da Justiça, está que aqui está sob seu controle e vão cruzar nosso caminho para nos impedir de avançar contra os planos do nosso principal alvo. A campanha dura cerca de 15 horas, focando apenas nas principais, mas como citado anteriormente, apesar da campanha presente, não é o foco principal do jogo já que possui muito conteúdo a ser realizado pós “concluir” a história.

Nosso QG é a Sala da Justiça, onde retornamos constantemente para reportar a Amanda Waller nosso andamento com a missão de derrotar Braniac. Além de ser também, o local onde os vários personagens que recrutaremos para a Força Tarefa X, estarão localizados sempre que for preciso algum item com eles, chamados de Esquadrão de Apoio. Um detalhe interessante é que na própria Sala da Justiça há um resumo de todos os jogos da saga Arkham, facilitando o entendimento dos eventos até aqui para jogadores que ainda não jogaram os demais títulos.

Com o Esquadrão de Apoio, teremos a possibilidade de realizar Contratos, onde ao concluir gerará uma recompensa com recursos para criação de equipamentos, XP e moedas para comprar itens. Os contratos se resumem a pequenas missões para ser realizado dentro das missões principais ou vagando pelo mapa, como: Abater x inimigos, acertar inimigos com uma habilidade específica, realizar esquiva e muito mais.

Além dos contratos, o Esquadrão de Apoio vai sempre nos oferecer missões secundárias para serem completadas pelo mapa, estas missões geram recompensas com novos equipamentos, melhorias para os nossos e upgrades para habilidades que já possuímos, facilitando assim a progressão nas missões principais e principalmente nas boss fights. As missões do Esquadrão de Apoio variam a quantidade de membro para membro, sendo até 5 missões, mas sem muita variação entre elas. As missões do Rick Flag por exemplo , temos que concluir apenas com granadas e por aí vai.

Impedindo o exército de Brainiac

O ponto mais negativo de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é de longe as missões e a falta de variedade nos seus objetivos. No que tange as missões tanto principais quanto secundárias, temos um excesso de repetição, que incluem missões desde escoltar algo, derrotar horda de inimigos, destruir cristais de energia até enfraquecer uma encubadora ou resgatar civis/soldados capturas pelo exército do Brainiac.

Outro ponto a se destacar é a falta de aproveitamento com a participação da Liga da Justiça. Constantemente personagens como Mulher-Maravilha ou Superman sendo pouco participativos no jogo, o que pode decepcionar fãs dos heróis e até mesmo jogadores amantes do trabalho feito pela Rocksteady na saga Arkham. Além disso, as batalhas contra bosses apresentam um ciclo repetitivo do início ao fim do jogo, sempre se limitando a um pequeno espaço do mapa, com ‘fases’ do boss.

Metrópolis nunca esteve tão vazia

Apesar do mapa aberto, o mundo de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é extremamente vazio, apenas com inimigos espalhados pelo mapa e alguns poucos civis petrificados e os já tão conhecidos desafios do Charada, então não espere um mapa tão cheio de vida. E apesar de não termos algum meio de locomoção como em Batman Arkham Knight, onde contávamos com um Batmóvel para se deslocar as missões, cada membro do Esquadrão possui sua própria habilidade para se locomover, o que não deixa a desejar, porém não faz jus ao mundo aberto.

Por falar nos membros do Esquadrão, cada um deles possuem habilidades únicas, então mesmo que você opte por jogar com amigos é possível escolher 2 Pistoleiros para equipe, por exemplo, porém o membro substituído pode fazer falta no decorrer do combate. Caso você jogue em apenas duas pessoas, cada um irá assumir 2 membros do Esquadrão, podendo alternar entre eles. Jogando Solo, você poderá alternar entre toda a equipe, mas confesso que na maior parte do tempo só mantive com o Tubarão-Rei. O jogo até te motiva trocar de personagem, já que antes das missões algum deles estará com status “fora de si” rendendo mais XP e dano durante a missão.

Qualidade de alto nível

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça conta com uma dublagem muito boa, com vozes que combinam com os respectivos personagens. O jogo ainda faz um ótimo trabalho de sincronia labial, tanto no idioma original quanto dublado em português do Brasil. A localização ainda conta com piadas e memes recorrentes na internet, algo que eleva mais a qualidade do trabalho feito.

Graficamente o jogo também não deixa a desejar, trazendo animações durante as cinemáticas com uma qualidade muito boa, além de efeitos vistos na última adaptação de Esquadrão Suicida aos cinemas. A Rocksteady não decepciona na riqueza de detalhes e sua trilha sonora muito boa, sempre presente durante os combates do jogo.

De longe o ponto com maior destaque do jogo é a sua jogabilidade extremamente primorosa. A Rocksteady mostra que ainda sabe fazer um bom trabalho ao longo de todos esses anos e que não desaprendeu entregar tanto em gameplay. O jogo conta com uma jogabilidade refinada, divertida e que permite realizar inúmeros combos, mesclando com as habilidades especiais de cada membro.

Entretanto, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça me decepcionou no desempenho. Em momentos com a tela cheia de inimigos ou ação frenética, o jogo sofre com quedas de FPS perceptíveis chegando a quase travar por completo o jogo. Algo que pode ser corrigido com patches futuros, visto que o título tende a receber bastante suporte daqui pra frente.

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça vale a pena?

Depois de quase 10 anos a Rocksteady retorna das cinzas, mas não como uma fênix. O estúdio mostra que ainda sabe entregar uma jogabilidade refinada misturada a um gameplay divertido, mas que dessa vez aproveita muito pouco de personagens que poderiam ser melhor explorados.

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça consegue compensar os pontos negativos com muitas risadas, principalmente por causa do Bumerangue. O título ainda se sobressai com uma qualidade incrível nas cinemáticas e uma dublagem de alto nível, porém irá decepcionar fãs da saga Arkham por estar no mesmo universo.

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Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gennerdouglas