Review | Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name é uma versão compacta e emocionante

Antes de jogar Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, sempre tive curiosidade para conhecer a franquia. Já cheguei adquirir todos os jogos lançados até então, antes deste último título, mas nunca dei a oportunidade devida. Após ter tido a oportunidade de testar o jogo durante a nossa ida a BGS 2023, voltei a ter vontade de dar uma chance aos jogos. Outro fator que pesou na decisão foi o jogo estar localizado em PT-BR, oferecendo uma experiência muito mais interessante.

A franquia oferece uma extensa quantidade de títulos já lançados e mais um chegando em breve (Like a Dragon: Infinite Wealth), com seu primeiro jogo lançado em 2005 no Japão. No país de origem é conhecido como Ryū ga Gotoku (Like a Dragon em inglês), mas no restante do mundo chegou com o nome Yakuza. Este sendo abandonado a partir de Like a Dragon: Ishin! e assumindo de vez a sua identidade, visando expandir a franquia para mais jogadores. O que vem sendo um feito bem positivo até aqui. Sem mais delongas ou histórias, vamos para o nosso review.

Kiryu ou Joryu? Eis a questão! (Imagem de divulgação)

Atenção: Os eventos citados a seguir podem conter spoilers de Yakuza 6: The Song of Life

Obs: Essa análise foi realizada com base na versão do Xbox Series X, através da assinatura Game Pass.

O Dragão de Dojima está morto!

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name se inicia exatamente após os eventos de Yakuza 6: The Song of Life, se tratando de um spin-off da franquia. Nosso protagonista, Kazuma Kiryu, foi dado como morto ao final do jogo anterior, mas durante a cena pós-créditos sabemos que ele não morreu de fato. Kiryu na verdade selou um acordo com o clã Daidoji, forjando a própria morte e se tornando apenas um homem desconhecido chamado de Joryu. O acordo motivado para proteger a vida de quem importa para ele, incluindo as crianças do orfanato Glória da Manhã em Okinawa.

Claro que todo bom acordo no mundo do crime é como vender a alma para o diabo, aqui não seria diferente. Kiryu passa de o lendário Dragão de Dojima e quarto presidente do clã Tojo, para apenas um agente do organização Daidoji. Uma espécie de faz tudo, preso por coleira, obedecendo as ordens de seu superior direto, Hanawa. Porém as coisas ganham uma reviravolta, ao logo no começo, o próprio Hanawa ser sequestrado por membros de uma das famílias da yakuza. A partir daqui o jogo de fato começa, com Kiryu saindo em busca de resgatar Hanawa e entender a motivação do sequestro.

Kazuma Kiryu, agora conhecido como Joryu, tem que enfrentar novos desafios, mas buscando selar de vez a morte do lendário Dragão de Dojima. Em uma campanha com uma extensão bem menor, comparado aos principais títulos da série e muita pancadaria, deixando de lado o estilo RPG de turno introduzido em Yakuza: Like a Dragon. Contudo, uma narrativa que apresenta altos e baixos por diversos momentos durante o jogo.

Muita luta contra diferentes adversários no Castle. (Foto por: Genner Douglas)

Construindo a história de Joryu

Logo em poucas horas de jogo, somos apresentados a uma das personagens mais legais presentes aqui, Akame, que administra sua própria rede do submundo do crime. Akame constantemente irá nos ajudar no desenrolar da história e claro, ajudaremos ela em missões secundárias e atividades por toda a Sotenbori, distrito de Osaka. A medida que completamos, somos retribuídos com pontos, que podem ser trocados por itens, armas e etc. O nível da Rede Akame é diretamente impactado na qualidade dos itens que podemos adquirir.

Apesar de em um primeiro momento parecer mais uma personagem que só quer se aproveitar da força de Kiryu, Akame se mostra uma mulher doce e de coração mole, uma vez que ajuda os moradores de rua de Osaka, em troca de informações, claro. Entretanto, o primeiro ponto que me incomodou na forma que a narrativa é conduzida é justamente neste momento, onde o jogo te força a realizar atividades secundárias. O jogo acaba deixando a trama de lado, causando até desinteresse no que pode vir acontecer, uma vez que passamos algumas boas horas realizando missões secundárias e upando o nível da Rede Akame.

Imersão diferente com atrizes reais. (Foto por: Genner Douglas)

Além das missões da Akame, temos diversas atividades ao redor do mapa, seguindo o padrão dos outros jogos da franquia. Dentre as atividades temos karaokê, dardos, corrida de autorama, inúmeros restaurantes com deliciosos pratos japoneses e até um cabaré “imersivo”. De todas as atividades pelo mapa, a minha preferida foi ir ao Castle, um navio cargueiro que foi transformado em um parque de diversão da elite. Reunindo políticos, criminosos e o mais alto escalão em um único lugar, para se divertir e apostar em lutadores que vão digladiar pela vitória.

No Castle podemos lutar sozinho ou formando uma equipe, recrutando e treinando lutadores. As lutas são divididas entre ranques que vão de bronze ao platina, estes sendo diretamente afetados pelo seu nível da Rede Akame. Em um ringue que recorda os moldes de luta livre, enfrentamos diversos oponentes, dos mais poderosos e conquistamos nossa fama, como um homem mascarado.

Muitos socos e chutes

Quando nos voltamos para o gameplay e jogabilidade de Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, logo de cara percebemos que o estúdio decidiu manter da maneira que foi visto em Yakuza 6 e que foi adotado pelos dois spin-offs, Judgdment. Gaiden segue os padrões de muita pancadaria, chutes e utilização de itens do cenário para usar como armas brancas contra os inimigos. Diferente do combate por turnos que foi explorado em Yakuza: Like a Dragon e novamente presente em Infinite Wealth.

Podemos escolher entre duas posturas de combate, sendo um deles mais agressivo e com golpes mais fortes, chamado de Yakuza. Já a outra postura é mais voltado para mescla de acessórios como drone explosivo, sapato personalizado com mais velocidade, uma espécie de corda para puxar ou amarrar os inimigos e até cigarros explosivos, esta postura chamada de Agente.

Homem-Aranha está diferente. (Imagem de divulgação)

Mesmo que o combate seja mais fluído aqui, o jogo ainda acaba se transformando por determinados momentos em ‘esmaga botões’, principalmente contra alguns bosses. O que certamente irá incomodar alguns jogadores mais novos na franquia, como o meu caso. Tirando isso, o jogo traz sim uma jogabilidade bastante agradável e que me fez até sentir saudades de jogar o clássico Urban Reign do PlayStation 2.

No quesito dos gráficos, Like a Dragon Gaiden traz pouca evolução ao que já vimos graficamente em Yakuza 6, dando a entender até que é basicamente um DLC. Porém, não decepciona, muito pelo contrário, as cinemáticas são bem emocionantes e durante as lutas ou andando pelos cenários, não apresenta quedas no desempenho. Uma das coisas que o estúdio Ryu Ga Gotoku sabe fazer bem é otimização, pois não tive presenças de bugs, seja visual ou de áudio.

Dragão de Dojima em ação. (Imagem de divulgação)

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name: vale a pena?

Mesmo com uma narrativa as vezes abandonada por tantas atividades secundárias que acabam se tornando obrigatórias ou até mesmo o incomodo com o jogo ser, em determinados momentos, um ‘esmaga botão’. Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name traz uma narrativa digna e muitas cenas intensas durante as cutscenes. O jogo fecha o arco de Kazuma Kiryu de forma bastante honrosa ao personagem e que certamente é mais um bom título para os velhos fãs da franquia. Com um combate muito fluído, um gameplay prazerosa, Gaiden pode se tornar a porta de entrada de novos jogadores, uma vez que seu escopo menor e suporte a localização PT-BR, pode despertar interesse de mais pessoas.

E aqui encerro minha análise, partindo agora, totalmente preparado para as aventuras de Like a Dragon: Infinite Wealth, que em breve também trarei a análise completa para vocês.

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Amante de Games desde criança e viciado em caçar platinas. Profissional de TI nas horas vagas. Você me encontra no X: @gdouglas97